Os vírus são seres microscópios,
formados basicamente por uma capsula proteica envolvendo o material genético,
que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA, ou os dois juntos. Segundo
Thomas Shenk, autor do estudo que saiu publicado em 2010 na revista americana
"Science", o HCMV (citomegalovírus humano, em inglês) contém
tanto o composto DNA quanto o RNA.
O nome vírus vem do latim que significa fluido venenoso ou
toxina, o que está relacionado com a sua capacidade de infectar vários
organismos vivos. Eles são parasitas obrigatórios do interior da célula. Isso
significa que eles dependem do metabolismo da célula hospedeira e, somente se
reproduzem pela invasão e controle da maquinaria de auto-reprodução da mesma.
Para isso, é preciso que o vírus inicialmente invada a célula: muitas vezes ele
adere à parede da célula e “injeta” o seu material genético, ou então entra por
um englobamento em um processo que lembra a
fagocitose. Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que
parasitam, podendo provocar a sua degeneração e até a morte.
Fagocitose: a célula é capaz de englobar
partículas e levar ao seu interior. Este processo pode ser utilizado no
organismo como defesa ou alimentação.
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Mas então, os vírus são seres
vivos ou não? Afinal, o que define um ser vivo?
Atualmente, há um consenso que diz que um ser vivo deve se
encaixar e apresentar as características, ou pelo menos a maioria delas.
Vejamos estas características:
·
Apresentar constituição celular;
·
Perceber e/ou responder a estímulos do
ambiente em que vive;
·
Utilizar a energia e fatores não vivos
externos;
·
Ser resultado de uma linhagem evolutiva
precursora;
·
Eliminar substâncias prejudiciais ou em
excesso por meio de excreção;
·
Apresentar metabolismo (conjunto de reações
químicas que acontecem num organismo) e capacidade de homeostase (capacidade
de auto-regulação interna).
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Os vírus preenchem alguns desses
critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem e evoluem em resposta
ao ambiente, através da variabilidade e seleção genética. Além disso, alguns
cientistas argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se,
são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula
hospedeira, e todos os seres vivos dependem de interações com outros seres
vivos. Outros cientistas ainda levam em consideração a presença massiva de
vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão
antiga quanto a própria vida - sua importância na história natural de todos os
outros organismos, etc. Porém, os vírus não têm metabolismo próprio, não podem
captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade
biossintética, por isso, deveriam ser considerados “partículas infecciosas”, ao
invés de seres vivos propriamente ditos.
Portanto, não há um consenso a
respeito desse assunto na comunidade científica. Alguns cientistas consideram
os vírus seres vivos e outros não. Se forem considerados como seres vivos, eles
têm de ser entendidos como uma categoria especial: a única que não é formada de
organismos com estrutura celular. De acordo com a maioria dos microbiologistas,
os vírus se encontram no limite entre o que pode ser considerado vivo e não
vivo, pois a única característica que eles possuem em comum com os seres vivos
é a sua capacidade de reprodução. Por essa razão, prefere-se utilizar os termos
“funcionalmente ativos” ou “inativos”, em vez de “vivos” ou “mortos” para se
referir a eles.
Questão para debate
Qual posição você tomaria nessa
discussão e por quê ?
Os vírus. Disponível em:< http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos
/Ciencias/virus.php>. Acessado em 25 de abril de 2015.
VILLARREAL, Luis. Afinal,
os vírus são seres vivos?. Disponivel em : < http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=sce&cod=_afinalosvirussaoseresvivosluisvillarrealscientificamericanbrasilespecialvirus28>.
Acessado em: 25 de abril de 2015.
SHENK, Thomas.
HUMAN CYTOMEGALOVIRUS REPLICATION AND PATHOGENESIS. Disponível em :< http://molbio.princeton.edu/faculty/molbio-faculty/130-shenk>.
Acessado
em : 27 de abril de 2015.
Autores:
Jonas Medeiros e Lívia Cosme (LICENCIADOS EM
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – UFRJ).