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segunda-feira, 27 de abril de 2015

VÍRUS: VIVO OU NÃO VIVO? EIS A QUESTÃO...

        

Os vírus são seres microscópios, formados basicamente por uma capsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA, ou os dois juntos. Segundo Thomas Shenk, autor do estudo que saiu publicado em 2010 na revista americana "Science", o HCMV (citomegalovírus humano, em inglês) contém tanto o composto DNA quanto o RNA.
O nome vírus vem do latim que significa fluido venenoso ou toxina, o que está relacionado com a sua capacidade de infectar vários organismos vivos. Eles são parasitas obrigatórios do interior da célula. Isso significa que eles dependem do metabolismo da célula hospedeira e, somente se reproduzem pela invasão e controle da maquinaria de auto-reprodução da mesma. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente invada a célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e “injeta” o seu material genético, ou então entra por um englobamento em um processo que lembra a fagocitose. Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar a sua degeneração e até a morte.
Fagocitose: a célula é capaz de englobar partículas e levar ao seu interior. Este processo pode ser utilizado no organismo como defesa ou alimentação.

Mas então, os vírus são seres vivos ou não? Afinal, o que define um ser vivo?


Atualmente, há um consenso que diz que um ser vivo deve se encaixar e apresentar as características, ou pelo menos a maioria delas. Vejamos estas características:

·         Apresentar constituição celular;
·         Perceber e/ou responder a estímulos do ambiente em que vive;
·         Utilizar a energia e fatores não vivos externos;
·         Ser resultado de uma linhagem evolutiva precursora;
·         Eliminar substâncias prejudiciais ou em excesso por meio de excreção;
·         Apresentar metabolismo (conjunto de reações químicas que acontecem num organismo) e capacidade de homeostase (capacidade de auto-regulação interna).



Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem e evoluem em resposta ao ambiente, através da variabilidade e seleção genética. Além disso, alguns cientistas argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, e todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros cientistas ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga quanto a própria vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Porém, os vírus não têm metabolismo próprio, não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética, por isso, deveriam ser considerados “partículas infecciosas”, ao invés de seres vivos propriamente ditos.
Portanto, não há um consenso a respeito desse assunto na comunidade científica. Alguns cientistas consideram os vírus seres vivos e outros não. Se forem considerados como seres vivos, eles têm de ser entendidos como uma categoria especial: a única que não é formada de organismos com estrutura celular. De acordo com a maioria dos microbiologistas, os vírus se encontram no limite entre o que pode ser considerado vivo e não vivo, pois a única característica que eles possuem em comum com os seres vivos é a sua capacidade de reprodução. Por essa razão, prefere-se utilizar os termos “funcionalmente ativos” ou “inativos”, em vez de “vivos” ou “mortos” para se referir a eles.

Questão para debate
Qual posição você tomaria nessa discussão e por quê ?


Os vírus. Disponível em:< http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos /Ciencias/virus.php>. Acessado em 25 de abril de 2015.

VILLARREAL, Luis. Afinal, os vírus são seres vivos?. Disponivel em : < http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=sce&cod=_afinalosvirussaoseresvivosluisvillarrealscientificamericanbrasilespecialvirus28>. Acessado em: 25 de abril de 2015.

SHENK, Thomas. HUMAN CYTOMEGALOVIRUS REPLICATION AND PATHOGENESIS. Disponível em :< http://molbio.princeton.edu/faculty/molbio-faculty/130-shenk>. Acessado em : 27 de abril de 2015.




Autores:  

Jonas Medeiros e Lívia Cosme (LICENCIADOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – UFRJ).








quarta-feira, 22 de abril de 2015

CARNE SINTÉTICA: COMER OU NÃO COMER?



O cientista Mark Post, chefe do Departamento de Fisiologia da Universidade de Maastricht, na Holanda, desenvolveu o primeiro hambúrguer de laboratório, ou seja, com carne sintética. Em uma placa de petri, o laboratório utilizou no procedimento células tronco de vaca, para reproduzir tiras de tecido muscular do animal. De forma artificial, essas células foram nutridas com sangue e gordura, e o hambúrguer tão esperado, de 140 gramas, já foi apelidado de "frankenburger" e custou cerca de R$ 542 mil. 


Após uma longa espera, o hambúrguer foi preparado pelo chefe britânico Richard McGowan e provado pelo crítico gastronômico americano Josh Schonwald e pela nutricionista austríaca Hanni Ruetzler. Segundo os especialistas, o hambúrguer estava um pouco seco, faltou sal e pimenta, mas afirmaram que é carne de verdade.

Dentre os objetivos dessa pesquisa, não se incluía criar um produto para os vegetarianos, já que não acontece o abate de bovinos. Seu verdadeiro motivo é tentar diminuir o impacto ambiental, causado pelo desmatamento de florestas para transformação em áreas de criação de gado para o gênero alimentício, para suprir a demanda exigida pelo aumento da população mundial nos últimos tempos. Especula-se que entre 10 e 20 anos essa carne sintética já estará disponível no mercado.

Quando questionado sobre os possíveis riscos do consumo do produto artificial, o criador respondeu "O tecido criado é igual ao da carne, então não teria porque não ser seguro" e acrescentou "Nós provavelmente podemos fazer com que ele seja até mais seguro do que a carne comum".

A proposta de comer carne sintética não parece muito atraente, especialmente por ainda não sabermos como será o seu sabor ou textura, e muito menos se será realmente seguro consumir esse tipo de alimento.
Os pesquisadores dizem que a tecnologia poderia ser uma forma sustentável de suprir a crescente demanda por carne. Mas críticos da ideia dizem que comer menos carne seria o jeito mais fácil para compensar a já prevista falta de comida no mundo.
Para Tara Garnett, que é chefe da Food Policy Research Network (um centro de pesquisas da área de alimentos) da Universidade de Oxford, na Inglaterra, é necessário olhar além das soluções técnicas na área de segurança alimentar:
"Nós temos uma situação onde 1,4 bilhão de pessoas no mundo ficam obesas da noite para o dia e, ao mesmo tempo, um bilhão de pessoas no mundo todo vão para a cama com fome", ressalta. "Isso é simplesmente estranho e inaceitável. As soluções não se estabelecem na produção, mas na mudança dos sistemas de suprimento e acesso, com barateamento. E mais e melhores alimentos para pessoas que precisam deles", critica.     

A escritora especializada em alimentos, Sybil Kappor, diz que sentiria dificuldades em comer a carne de laboratório:


“Quanto mais longe você vai do normal, de uma dieta natural, mais corre riscos de saúde e outras questões", ressalta.
 O último levantamento da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas sobre o futuro da produção de alimentos, mostra o crescimento da demanda por carne na China e no Brasil - e o consumo só não cresce mais porque muitos indianos, por exemplo, mantêm a dieta amplamente vegetariana por costume cultural.
Assim, há o risco de que a carne produzida em laboratório seja uma aparente solução, cheia de problemas.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: 
  • Comer ou não comer carne sintética?

PARA SABER MAIS...

  1.   http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-cientistas-degustam-o-primeiro-hamb%C3%BArguer-de-laborat%C3%B3rio-do-mundo#ixzz3JQ5f3cdV 
PARA ESQUENTAR O DEBATE, ASSISTA AOS VÍDEOS:

processo de extração das células que dão origem à carne sintética


reportagem sobre o primeiro hambúrguer de laboratório

Autoria

Gabriela Ferreira Ramiro de Souza e Joselane Araujo
(licenciandas de ciências biológicas - UFRJ)


     

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Menino ou Menina, o que vou ser quando crescer?


A escola é um espaço de socialização e de diversidade. No entanto, em muitos momentos, utiliza uma pedagogia de gênero baseada em atitudes sexistas, reforçando a desigualdade entre meninos e meninas. Tal atitude pode criar preconceito (COSTA, 2013) e reforçar estereótipos. Desde o ensino infantil ouvem-se professores e funcionários comentarem que turmas compostas por maioria de meninos, normalmente, são mais agitadas e violentas, sendo que as de meninas são mais calmas e mais fáceis de lidar.

Os estímulos à aprendizagem podem ser feitos de forma desigual. Por exemplo, direcionando as crianças a atividades físicas de acordo com o sexo, meninos para o futebol e meninas para o balé. O mesmo ocorre com as brincadeiras, meninas se relacionam com bonecas, enquanto meninos com carros e aviões. Quando as crianças fogem dessa regra, isto é, escapam ao padrão de comportamento, podem ser repreendidas ou castigadas.

Fonte Desconhecida

Com o crescimento este comportamento passa a ser cada vez mais avaliado e as críticas se amplificam, desde um olhar de reprovação até agressões verbais e físicas, que tentam por a prova o modo de agir dos jovens. Homens com muitas amizades femininas, normalmente, podem ser classificados de duas formas, ou têm comportamento promíscuo ou são homossexuais, não existindo assim, meio termo. Dessa forma, sofrem preconceitos em uma fase da vida em que passam por descobertas e formam a identidade.

Importante destacar que a marca de imposição de gêneros já começa na vida intrauterina, quando já nos primeiros meses de gravidez os pais fazem exames para detectar o sexo do bebê.
Segundo Simone de Beauvoir : “Não se nasce mulher: torna-se”. Segundo o dicionário Aurélio, gênero significa antropologicamente “A forma como se manifesta, social e culturalmente, a identidade sexual dos indivíduos”. Portanto, podemos afirmar que não nascemos com gênero definido, o definimos ao longo de nossa vida. Isto é, ser homem ou mulher não envolve apenas a biologia, mas também atitudes e comportamentos. Com base nisso, pode-se distinguir o sexo biológico, do gênero, social e culturalmente. Logo, gênero seria toda construção sociocultural que cada sociedade cria e afirma que são comportamentos classificados como adequados para homens e para mulheres. Quando você se comporta de acordo com as expectativas amplamente compartilhadas acerca de como homens e mulheres devem agir, você está adotando um papel de gênero.

fonte:http://www.vilamulher.com.br/familia/filhos/meninos-com-bonecas-meninas-com-bolas-32013.html

Estudos antropológicos mostram que cada cultura apresenta um significado do que vem a ser homem e mulher, em diferentes épocas históricas. Logo, o gênero vai depender de como a sociedade, num dado momento histórico, e em dada cultura, constroem imagens de como homens e mulheres devem ser (SCHENATO et al, 2012). Problematizar esta questão é fundamental para possibilitar a compreensão das múltiplas formas de relação dos gêneros e entre os gêneros e, deste modo, questionar a ideia de preconceito (COSTA, 2013).

Estereótipos sexuais e de gênero são construções socioculturais que limitam meninas e meninos de aprenderem as diferentes práticas corporais, brincadeiras e modos de agir. Não intervir no modo como vem sendo construída a educação de meninos e meninas, equivale a apoiar o modelo existente na produção e na reprodução de estereótipos e violência (COSTA,2013).



O Vídeo abaixo mostra que meninas também desejam ter brinquedos de meninos. Assistam e reflitam sobre o tema tratado:
http://www.youtube.com/watch?v=Sg4dhYlakJI
O Vídeo abaixo “Like a Girl” exemplifica o estereótipo: https://www.youtube.com/watch?v=aM-ZRggWTjw
Outro vídeo pra esquentar o debate:
“Ela nasceu menino e ele nasceu menina, hoje são um casal”


  Debate:
Em sua opinião deve haver diferença no tratamento entre meninos e meninas?
Como podemos respeitar a opinião de nossos colegas quanto a sua identidade de gênero e/ou orientação sexual?



Referências:
Schenato, Paulo R.; Corte, Michele D.; Dal Magro, Michele R. dos S.; Beltrami, Mônica; Taffarel, Sandra; Pegoraro, Silvana; Flor, Simone K. Gênero e sexualidade: a influencia dos meninos de comunicação na adolescência. Anais do I’ Seminário Diálogos sobre Gênero e Educação: Observando percursos, socializando aprendizagens. Bento Gonçalves – RS. 24 de Novembro de 2012.
Costa, Maria Regina. Gênero e Sexualidade. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do esporte (CONBRACE); V Congresso Internacional de Ciências do esporte (CONICE). Brasília – DF. 02 a 07 de Agosto de 2013.

Autoria:  
Cristiano Lira e Eloá Aragão (Licenciados em Ciências Biológicas – UFRJ) 


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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Preservação X Lucro: uma discussão que deve ser feita.

O desmatamento é um dos assuntos mais discutidos na mídia brasileira, principalmente em meio a tantas alterações climáticas e ambientais. A sociedade está cada vez mais atenta às causas de tais mudanças, buscando soluções ou paliativos. Procuram-se responsáveis: seria a negligência do governo na regulamentação e fiscalização das atividades econômicas que fazem uso das florestas? Seria o descaso das empresas que só visam lucro? Ou a população que consome produtos vindos do desmatamento? Mesmo fazendo todos esses questionamentos, a fim de descobrir que parte mais se destaca em relação ao desmatamento, ligamos de pronto uma atividade econômica à destruição das florestas: a agropecuária. É na relação entre essa atividade e os desmatamentos que basearemos a discussão deste clipping.


Fonte: Desmatamento na Amazônia. Dados do INPE/PRODES. *Dados Preliminares.
No gráfico acima temos apontada a área total desmatada da floresta Amazônica no decorrer dos últimos 14 anos, incluindo não só o desmatamento causado pela agropecuária. Segundo estudo realizado pelos pesquisadores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), da Universidade de São Paulo (USP) as atividades agropecuárias são causadoras de metade das taxas de desmatamento na floresta Amazônica. Ou seja, aproximadamente 2.424 quilômetros quadrados foram desmatados apenas no ano de 2014, para que essas atividades fossem exercidas. Tal número, apesar de ser muito significativo, representa o menor índice dos últimos 13 anos, já que o recorde de destruição da agropecuária, chegou a aproximadamente a 13.886 quilômetros quadrados, em 2004.
Como todos sabem, o desmatamento da floresta Amazônica, não afeta apenas os estados e regiões em que ela está inserida, mas a todo o país. As mudanças mais notórias e que ocorrem além da floresta são as climáticas, principalmente as relacionadas ao regime de chuvas – volume, frequência e locais de precipitação. O desmatamento reduz a quantidade de água liberada na atmosfera pela vegetação através da evapotranspiração. A área desmatada, mais seca e quente, tende a atrair os vapores de água para si, desregulando a distribuição da chuva.


A agropecuária agrega duas atividades primárias da economia, são essas: a agricultura (cultivo de plantas) e a pecuária (criação de animais), abastecendo tanto o mercado interno quanto o externo. Essa atividade exerce um papel fundamental na economia brasileira, sendo responsável pela maioria das exportações do país. Representando 8% do Produto Interno Bruto e empregando pelo menos 10% da população economicamente ativa do país.


EVAPOTRANSPIRAÇÃO
É a perda de água armazenada nos solos e nas plantas liberada em forma de vapor para a atmosfera
CICLO DA ÁGUA
Refere-se à contínua troca de água na hidrosfera, entre a água dos solos, das plantas, da superfície e da atmosfera.
PRODUTO INTERNO BRUTO
É a soma de todos os bens e serviços gerados em determinado país. (Fonte:http://www.brasilescola. com/ economia/pib.htm).
  
Debate:
Consciente da interferência da agropecuária para o desmatamento, discuta como essa atividade pode continuar a ser exercida diminuindo os danos às florestas brasileiras. Debata também até que ponto devemos “deixar” que o meio ambiente seja explorado em prol da economia ou de nosso bem-estar.

Sendo a maior floresta tropical do mundo, as alterações realizadas na Floresta Amazônica não trarão prejuízos apenas para a área que esta ocupa, pesquise sobre a relação das alterações climáticas ocorridas no Brasil com os casos de desmatamento na Floresta Amazônica.

                                                                                                                         
Referências:
ALISSON, E. Por trás do desmatamento da Amazônia. Disponível em: <http://agencia.fapesp.br/por_tras_do_desmatamento_da_amazonia/17903/> Acesso em: 02 de abril de 2015.

Moutinho, P. 2006. Biodiversidade e Mudança Climática sob um Enfoque Amazônico. In: Rocha, C. et. al. Biologia da Conservação: Essências. São Carlos. RIMA. Disponível em: <http://www.ipam.org.br/saiba-mais/abc/mudancaspergunta/Como-o-desmatamento-contribui-para-as-mudancas-climaticas-/28/18> Acesso em: 03 de abril de 2015.

PENSAMENTO VERDE. Consequências do desmatamento para o meio ambiente. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/consequencias-do-desmatamento-para-o-meio-ambiente/> Acesso em: 29 de março de 2015.

FRANCISCO, W. C. O que é agropecuária. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/geografia/agropecuaria-5.htm> Acesso em: 02 de abril de 2015.
O ECO. O que é evapotranspiração. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28768-o-que-e-evapotranspiracao> Acesso em: 04 de abril de 2015.


Autoria:
Julia Moura da Silva Alves (Aluna do Ensino Médio do Colégio Pedro II, Unidade Realengo, Bolsista Jovens Talentos FAPERJ)