As
células-tronco são células especiais que funcionam quase como um coringa no
jogo de baralho. Isto é, elas são capazes de se transformar em tipos diferentes
de tecido, podendo ser usadas quando o organismo não produz células de
reposição: cérebro e nervos, por exemplo. No lugar danificado implantam-se as
células-tronco e lá inicia-se um processo de diferenciação celular gerando a
regeneração do tecido danificado. Pesquisas nesta área são realizadas desde
1989.
As células-tronco podem ser adultas ou
embrionárias. As adultas podem ser obtidas da medula óssea. As embrionárias provêm de embriões, isto é,
óvulos fecundados em fase inicial de desenvolvimento (em torno de 7 dias).
UM
POUCO DESSA HISTÓRIA
O Brasil é o primeiro país da América
Latina a permitir o uso de células-tronco embrionárias. Desde maio de 2008,
quando o Supremo Tribunal Federal aprovou a Lei de Biossegurança (LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005) foram autorizadas pesquisas com esse tipo de células para terapias. Com o vídeo a seguir pode-se relembrar as tensões sobre
este debate: https://www.youtube.com/watch?v=aOc-3ms9sxI
O processo de aprovação da Lei
gerou um grande debate entre as diferentes visões sobre o uso das
células-tronco embrionárias para pesquisa. Veja o quadro a seguir:
Científica
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Ética
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Jurídica
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Política
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Religiosa
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O debate gira em torno da concepção do
início da vida. Um grupo de cientistas acredita que a vida inicia-se no
momento da fecundação. Enquanto o outro defende que a vida só se inicia a
partir da formação do sistema nervoso. A maior capacidade de diferenciação
das células-tronco embrionárias é um dos argumentos usados na defesa de sua
pesquisa. Entretanto, novas pesquisas apontam que células não embrionárias,
como as pluripotentes induzidas (iPS) podem ser usadas para os mesmos fins. |
As células-tronco embrionárias podem ser obtidas mediante
manipulação de embriões, portanto, fere os princípios de existência e
dignidade humana. Isto porque as técnicas empregadas para obtê-las implicam
na destruição do embrião humano. |
O direito a vida é inviolável (art.5º da Constituição
Federal). Também o Código Civil Brasileiro declara que todos os direitos do
nascituro são garantidos desde a concepção (art. nº 2.º). Portanto, o seu
direito à vida estaria garantido. |
Aprovação da Lei de Biossegurança e o incentivo a
pesquisas com células-tronco embrionárias. O objetivo de longo prazo é
disponibilizar no Sistema Único de Saúde (SUS) novas terapias que vão agir
mais especificamente no paciente e ampliar a possibilidade da cura. |
A
Igreja Católica é contra as pesquisas com células-tronco embrionárias, pelo
mesmo motivo que condena o aborto, ou seja, por considerar o embrião um ser
humano. As pesquisas, na visão da igreja, significariam a manipulação da vida
humana pelo homem, o que fere a ética católica. |
O debate
volta à tona
Em 2012, com o anúncio do Prêmio
Nobel de Medicina ao japonês Shinya Yamanaka, que fez com que células-tronco
adultas fossem reprogramadas para que voltassem a se comportar como
embrionárias, a opinião pública volta a refletir sobre o tema. A polêmica se
renova com a descoberta de Yamanaka gerando um importante questionamento: continuar
ou não com as pesquisas com células-tronco embrionárias?
Questões para o debate
·
Qual
sua opinião e argumentos sobre o uso terapêutico de células-tronco
embrionárias?
·
É
possível existir um consenso sobre os diferentes pontos de vistas em torno das
terapias celulares?
·
Que
novos rumos essa pesquisa pode possibilitar?
Fontes:
http://www.lance-ufrj.org/ceacutelulas-tronco.html
http://www.brasil.gov.br/sobre/ciencia-e-tecnologia/tecnologia-de-ponta/pesquisas-com-celulas-tronco
Autoras: Ana Coimbra, Nathalia Lima e Renata Ribeiro