A frase da música da banda Titãs
é bastante intrigante para se pensar “O que comemos vem do pasto?” “Quais os
impactos sobre o meio ambiente do nosso tipo de alimentação?”
Aquastat (Relatório da FAO-ONU de 2003)
São
necessários 1.500 litros de água para gerar um quilo de grãos e dez vezes essa
quantidade, ou seja, 15.000 litros para produzir um quilo de carne bovina,
segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A agricultura utiliza 70% de toda a água disponível, comparado a 20% para a
indústria e 10% para uso doméstico. Com relação a pecuária, o Brasil possui 20%
de sua área reservada para pastagens, totalizando 174 milhões de hectares.
Entretanto, a previsão é de que até 2050 a produção de carne deve alcançar 463
milhões de toneladas contra os 228 milhões que produzimos hoje. Mas e a terra
para todo esse pasto? E a água?
A produção de
carne bovina impacta mais ao meio ambiente do que a produção de laticínios,
aves, suínos e ovos. Segundo uma publicação do Proceedings of the National
Academy of Sciences, com relação às emissões de carbono, poluição atmosférica e
da água, poluição oceânica e utilização de grandes áreas terrestres para pasto,
além de competição com outros seres, afetando a biodiversidade e sendo
responsável, por exemplo, por 20% das emissões dos gases do efeito estufa.
Portanto, os impactos da pecuária, especificamente bovina, são superiores aos
da agricultura em quase 200 vezes em relação à necessidade de terras e mais de
10 vezes superior com relação à produção de gases.
Em um mundo
com sete bilhões de habitantes e previsão de nove bilhões de pessoas para o ano
de 2050, a necessidade de produção de alimentos é exorbitante frente as
necessidades da população mundial. No mundo, 842 milhões passam fome
atualmente. Segundo a FAO, a cada ano são desperdiçados 1,3 bilhão de toneladas
de alimentos, comida suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas.
Em geral,
seres humanos são onívoros, ou seja, nos alimentamos de vegetais e de carne
animal. Precisamos de uma dieta diversificada para que possamos obter os
nutrientes necessários na nossa alimentação diária. Os produtos de origem
animal bovino nos fornecem proteínas, sais minerais e vitaminas, mas devem ser
consumidos de maneira equilibrada devido ao percentual de gordura, para não
favorecer o surgimento de problemas cardiovasculares. Em contrapartida, a
quantidade insuficiente de sais minerais pode favorecer o surgimento de outras
doenças, como anemia.
“Em resumo,
quando consumida em quantidades moderadas, os teores de gordura da carne bovina
magra estão muito abaixo dos limites estabelecidos pela Organização Mundial de
Saúde - OMS. Outros produtos de origem animal ou vegetal, importantes para uma
dieta saudável, também apresentam na sua composição este componente. No
entanto, pela variedade de outros componentes nutricionais (proteína,
vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos essenciais) e pelos elevados
teores com que os mesmos são encontrados na carne bovina, pode-se dizer que ela
é um alimento nobre, de extrema importância à saúde. Ressalta-se que nenhum
alimento contém todos os nutrientes necessários à saúde; é importante que a
dieta seja variada, incluindo carne e derivados, frutas, vegetais, cereais,
leite e subprodutos” (EMBRAPA, 2014).
Algumas pessoas, por considerarem
a saúde, os danos ao ambiente e o sofrimento animal, optam pelo vegetarianismo,
que consiste em ter uma alimentação bastante balanceada e diversificada em frutas,
legumes, folhas e principalmente grãos integrais, que tomam o lugar do consumo
de carne. Alguns nutrientes específicos da alimentação carnívora como o ferro
heme só são encontrados em carnes, principalmente nas vermelhas, o que se torna
um fator de preocupação, pois este nutriente é essencial à formação das
hemoglobinas, que são as carreadoras de oxigênio para células e órgãos. Algumas
vitaminas também são encontradas em maior quantidade em carnes, ovos e
laticínios, como a vitamina D, a vitamina B12 e o cálcio. Neste caso,
vegetarianos estritos tendem a ter maior deficiência, por isso é importante a
dieta vegetariana ser planejada e acompanhada por um profissional especialista.
QUESTÃO
PARA DEBATE
O que você acha do vegetarianismo?
Será que a diminuição do consumo de carne nas nossas dietas diminuiria os impactos ambientais atrelados à sua produção?
O que você acha do vegetarianismo?
Será que a diminuição do consumo de carne nas nossas dietas diminuiria os impactos ambientais atrelados à sua produção?
FONTE:
ABIEC, Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. Pecuária Brasileira.
Disponível em Acesso em: 16 Ag.
2014.
CASARIN, V. Produção de
Alimentos – O desafio do século. Revista Informações Agronômicas, n 139,
setembro, 2012. Disponível em <https://www.ipni.net/ppiweb/BRAZIL.NSF/87cb8a98bf72572b8525693e0053ea70/5dabcfb5dec4ed0e832577720050ce6c/$FILE/IAPage24-139.pdf
Acesso em 16 Ag. 2014.
EMBRAPA. Carne Bovina:
alimento nobre indispensável. Disponível em < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/325245/carne-bovina-alimento-nobre-indispensavel>
Acesso em 17, Ag, 2014
Dieta Vegetariana x Dieta
Carnívora. Disponível em < http://personal-saude.blogspot.com.br/2011/04/dieta-vegetariana-x-dieta-carnivora.html>
Acesso em 17, Ag. 2014
FAO. Dia Mundial da Água:
para cada quilo de carne, são necessários 15 mil litros de água, diz FAO.
Disponível em < https://www.fao.org.br/DMApcqcn15mladFAO.asp>
Acesso em 17 Ago, 2014.
FAO : Comida desperdiçada
gera o maior uso de água para irrigação. Disponível em <http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2014/05/fao-comida-desperdicada-gera-o-maior-uso-de-agua-para-irrigacao/#.U_EGzGOulFs>
Acesso em 17, Ag, 2014.
KOVALYOVA, S. Pecuária
cresce no mundo e precisa de investimentos, diz FAO. Disponível em < http://oglobo.globo.com/economia/pecuaria-cresce-no-mundo-precisa-de-investimentos-diz-fao-3051978>
Acesso em 16, Ag, 2014.
SCHLESINGER, S. Os
impactos sociais e ambientais da pecuária. Disponível em < http://fase.org.br/pt/informe-se/noticias/os-impactos-sociais-e-ambientais-da-pecuaria-no-brasil/>
Acesso em 16, Ag, 2014.
AUTORIA:
Danielle Machado e
Viviane Soares (mestrandas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ)
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