Muitas mulheres que tem gravidez indesejada recorrem ao
aborto, pelos mais variados motivos, como: estupro, falta de condições
socioeconômicas para arcar com o sustento, mulheres que não querem ser mães no momento
e em casos em que a saúde fetal é incerta. Contudo, será que esses fatores
influenciam na decisão de tirar a vida que se inicia? Ou será que o feto ainda
não é considerado um ser vivo?
O
momento da união do espermatozoide com o óvulo, durante o ato sexual, é considerado
por muitos como uma vida em potencial, o embrião. Porém, outros pesquisadores
questionam essa ideia, considerando que um ser vivo só pode ser assim denominado
quando possuir capacidade cerebral. Outros pesquisadores acham que a denominação
‘ser humano’ se aplica apenas ao indivíduo após seu nascimento, porque mesmo já
sendo formado dentro do ventre da mãe, o feto é totalmente dependente para a
sua alimentação, respiração e excreção e, portanto, não conseguiria sobreviver
sozinho se não fosse a mãe para nutrir, dar abrigo e proteção.
Além
das questões biológicas, há um posicionamento das religiões sobre o assunto. Diferentemente
da Igreja Católica que considera o início da vida humana o momento da
fecundação. Os anglicanos não veem o aborto como
um pecado, assim como os luteranos. Embora se digam contrários, não pensariam
em afastar uma fiel por ela ter decidido fazer um aborto.
Outra abordagem sobre o aborto
está no posicionamento favorável do Professor Vladimir Safatle, Professor da
Faculdade de Filosofia da USP. Segundo ele:
“A maneira com que certos grupos políticos e religiosos se utilizam do
conceito de “vida” para unificar os dois fenômenos (dizendo que estamos diante
da mesma “vida humana”) é apenas uma armadilha ideológica. A vida humana não é
um conceito biológico, mas um conceito político no qual encontramos a
sedimentação de valores e normas que nossa vida social compreende como
fundamentais”. Muitas pessoas pensam
como ele, achando que cabe a mulher decidir o que fazer, já que o corpo é dela.
No Brasil a prática do aborto é considerada crime, pois o aborto só é
permitido em caso de estupro ou quando há risco à vida da mãe. Em caso de deformidade,
anomalia do feto também é permitido, mas apenas com ordem judicial. Para isso uma
série de exames devem ser analisados para que seja provada a necessidade do
aborto. Esse processo é demorado e muitas vezes o feto já está
consideravelmente grande, a mãe já está passando por modificações no seu
corpo e o aborto com o feto desenvolvido
ocasiona risco a segurança da mãe. Então, muitas mulheres não entram na justiça
e acabam indo em clínicas clandestinas ou até mesmo tomando remédios abortivos
sem acompanhamento médico.
O grande risco do aborto clandestino está nas clínicas
que não são fiscalizadas e fazem isso de forma ilegal. Muitas mulheres têm
diversas complicações no momento do aborto e muitas até perdem a vida. Isso poderia
ser evitado com o uso de camisinhas, pílulas ou outros métodos contraceptivos.
Não só a mãe, mas o parceiro tem que ter consciência disso.
O aborto é mais comum do que imaginávamos, conforme os
dados da Pesquisa Nacional de Aborto no Brasil (2010), destacando que esses são
dados de áreas urbanas, isto é, não incluem os abortos em todo o país.
Com esses argumentos, cabe a
cada um de nós pensar sobre as responsabilidades envolvidas em gerar uma nova
vida, em qual momento e sob quais condições.
Questão para debate:
Você acha que a lei ou a
religião podem influenciar no momento desta escolha?
Fontes:
Ohara,N. Ethical
Consideration of Experimenttation Using Living Human Embryos: the Catholic
Church’s Position on Human Embryonic Stem Cell Researchh and Human Cloning. Clin.
Exp. Obstet. Gynecol. 2003.30(2-3): pp 77-81. Acesso em: 11/01/2016.
Vladimir, Safatle. Claramente
a favor do aborto. Revista Carta
Capital. Disponível em:< http://www.cartacapital.com.br/sociedade/claramente-a-favor-do-aborto>. Acesso
em: 11/01/2016.
Arthur, Joyce. Pessoalidade: O feto é um ser
humano? Pelo direito e escolha da mulher. Disponível em :< http://pelosdireitosreprodutivos.blog.com/2011/08/01/pessoalidade-o-feto-e-um-ser-humano/>. Aceso em : 11/01/2016
Cecatti, J.G.; Guerra, G.V.Q.L.; Sousa, M.H.;
Menezes, G.M. Aborto no Brasil: um enfoque demográfico. Disponível em :< http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v32n3/a02v32n3>.
Acesso em: 11/01/2016.
Diniz , Débora;
Medeiros, Marcelo. Aborto no Brasil:
uma pesquisa domiciliar com técnica de urna.
Disponível em : <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v15s1/002.pdf?hc_location=ufi.>
Acesso em :11/01/2016.
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Autoria:
Juliana Lima de Asevedo de Avelar Almeida
Licenciando em Ciencias Biológicas_UFRJ
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