O mundo tem
passado por graves problemas econômicos que geram guerras e disputas por
territórios, desemprego e miséria. Por esses e outros fatores muitas pessoas
têm abandonado seus países em busca de um local onde existam condições melhores
para viverem, com emprego, saúde e melhor qualidade de vida. O Brasil é um dos
países que mais recebem imigrantes no mundo. Mas o número de pessoas procurando
melhores condições de sobrevivência é muito alto e, muitas vezes, ao invés de
encontrarem uma solução, essas pessoas encontram dificuldades ainda maiores.
O Brasil é um país em desenvolvimento
e comparativamente possui condições melhores do que outros países da América Latina
e da África. Com falsas promessas empresas têm atraído muitos imigrantes que, por
entrarem ilegalmente no país, se deparam com muitas dificuldades e são submetidas
à exploração de sua força de trabalho.
Pelo alto número de migrantes que chegam em busca de emprego, para subsistência
própria e da família, e pela competição que disso resulta, acabam por aceitar condições
análogas a escravidão, com jornadas de trabalho de mais de 10h por dia, podendo
trabalhar até um dia inteiro, sem descanso. Não bastasse a superexploração do
trabalho, vivem em moradias precárias ou no próprio local de trabalho, muitas
vezes sem acesso a saneamento, amontoados, sem água potável, tendo pouca alimentação
e sofrendo violências variadas.
Muitos imigrantes não possuem
documentos por entrarem ilegalmente no país, o que é um agravante no seu
processo de estabelecimento. Para trabalharem legalmente, as empresas pedem
documentos que eles não possuem. Dessa forma, são empurrados para empresas que
contratam trabalhadores clandestinos. Podemos citar como exemplo as “senzalas bolivianas”,
na verdade oficinas de costura onde os imigrantes ganham muito pouco pela hora
de trabalho, e para sobreviverem precisam se “autoescravizar”, isto é, trabalhar
um número absurdo de horas por dia, em ambientes inadequados e em condições
desumanas.
“Homens e mulheres submetem-se ao
trabalho forçado como modo de subsistência: sem condições de atender às necessidades
básicas de sobrevivência e não usufruem das garantias sociais a que têm
direito, trabalhadores são recrutados por firmas e/ ou intermediários que os
veem como fragilizados e vulneráveis, capazes, assim, de aceitar uma situação
de exploração”, aponta a Cientista Social Marineis Merçon (2015), que estudou o
caso da Zara, fabricante de roupas.
Desde o reconhecimento do
trabalho escravo em 1995, muitos órgãos e ações foram tomadas para combater a escravidão moderna. O
Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro criou nesse mesmo ano o Grupo
Especial de Fiscalização Móvel, responsável por fiscalizar as condições de
trabalho e libertar os escravos. Em 2008, foi criado o Segundo Plano Nacional
de Erradicação do Trabalho Escravo, seguido pelo Projeto Qualificação – Ação
Integrada do Ministério, onde os imigrantes e escravos poderiam obter
capacitação profissional para se inserir no mercado de trabalho.
Há quatro anos ocorreu a libertação dos
imigrantes escravos da empresa Zara (empresa do setor têxtil, isto é,
fabricação de roupas), e a partir daí, até os dias atuais muitos projetos, leis
e órgãos tem sido criados e aperfeiçoados para que o número de imigrantes
escravos diminua e, principalmente, para que esses possam se inserir no
mercado. Este ano o Brasil completou 20
anos de combate ao trabalho escravo e atingiu a marca de 47 mil trabalhadores
resgatados! Apesar disso, o problema não só persiste como tem se ampliado
pelo mundo.
Fonte:
Trabalho
escravo contemporâneo : 20 anos de combate (1995 – 2015)
QUESTÃO PARA DEBATE:
O que você acha da escravidão em pleno século XXI?
Quais as possíveis soluções para esse problema?
O que você acha da escravidão em pleno século XXI?
Quais as possíveis soluções para esse problema?
Para ampliar sua pesquisa:
VILELA, Soraia. Brasil atrai grande número de imigrantes
bolivianos. Disponível em <http://www.boliviacultural.com.br/ver_noticias.php?id=53> Acesso em: 12/12/15.
MERÇON, Marineis. Imigrantes Bolivianos no Trabalho Escravo Contemporâneo. In: REVISTA DO CEDS. Periódico do Centro de Estudos em Desenvolvimento Sustentável da UNDB. N. 2 – Volume 1 – março/julho 2015. Disponível em <http://www.undb.edu.br/publicacoes /arquivos/revceds_n_2_imigrantes_bolivianos_e_trabalho_escravo_contemporaneo_caso_zara_marineis_mercon.pdf> Acesso em 12/12/15.
Repórter Brasil/SINAIT . Trabalho escravo contemporâneo : 20 anos de combate (1995 – 2015). Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015 /02/ folder20anos_ versaoWEB.pdf> Acesso em 12/12/15.
Repórter Brasil. Imigrantes Haitianos são Escravizados no Brasil. Disponível em http://reporterbrasil.org.br/2014/01/imigrantes-haitianos-sao-escravizados-no-brasil/>.Acesso em 14/12/15.
AUTORIA:
Jacykaysla Pacheco da Silva - Licencianda em Ciencias Biologicas/UFRJ - PIBEX
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