Get me outta here!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

EXTRA! EXTRA! PLANTA FOI “PEGA” VICIANDO ABELHAS!



Tomar um café com leite de manhã para acordar, um pedaço de chocolate de sobremesa, um mate gelado no verão... quem não gosta?! Estes alimentos têm uma coisa em comum: a cafeína. Ela é um composto químico que atua sobre o Sistema Nervoso Central favorecendo o estado de alerta, como o aumento da atenção mental e da concentração. Este composto pode ser encontrado também no guaraná, refrigerante de cola e até em alguns analgésicos e inibidores de apetite. Mas não pense você que os únicos a se sentirem recompensados com um cafezinho são os humanos! Cientistas descobriram que “mais de cem espécies de plantas produzem néctar com cafeína”. Os cientistas da Universidade de Newcastle descobriram o motivo: as abelhas gostam de cafeína. As plantas que oferecem a cafeína ajudam a memória da abelha na hora de localizar a flor pelo seu cheiro. Daí, as abelhas preferem polinizar estas plantas que possuem cafeína. Com isso, as abelhas espalham mais pólen, ajudando na reprodução das plantas. Plantinhas espertas essas, hein?!
Apesar de ser utilizada também para solucionar problemas cardíacos, ajudar pessoas com depressão nervosa decorrente do uso de álcool e ópio, a cafeína é uma substância que pode causar dependência física e psicológica, uma vez que para estimular o cérebro a utilizar os mesmos mecanismos das anfetaminas, da cocaína e da heroína. Os efeitos da cafeína são mais leves, porém manipula os mesmos canais do cérebro, uma das razões que pode levar as pessoas ao vício. Em excesso, a cafeína pode ocasionar alguns sintomas como irritabilidade, agitação, ansiedade, dor de cabeça e insônia.






DEBATE EM SALA DE AULA:

v  1- A cafeína é considerada droga? Explique.
v  2- Vamos ver se entendeu direitinho? Usando suas palavras, faça um breveresumo explicando a relação entre a cafeína e as abelhas.
 



Autoras:
Professoras Daniela Bahia, Melissa Amparo e Sheila Teixeira.
Fontes:
Fontes imagens:



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Absorção de água pelas plantas é unidirecional e exclusivamente pela raiz. SERÁ VERDADE?

Ao longo da história da humanidade, através de conhecimentos empíricos ou de simples observações, percebeu-se que a absorção de água pelos vegetais ocorre de forma mais constante e efetiva pelas raízes. No ano de 1986 alguns cientistas, dentre eles, Shwevrols, lança um livro em que revisa os principais processos dentro do tema “ Aspectos de transporte de água e soluto nas plantas” onde evidencia a forte tendência a se pensar numa maneira unidirecional e exclusiva de absorção. Segundo a visão mantida e defendida nos livros didáticos, a constante transpiração nas folhas exerce uma força de sucção no interior dos vasos condutores, como alguém que bebe líquido por um canudo, fazendo a água subir até as folhas, enquanto mais água é retirada do solo.
Mas, seria essa uma ideia definitiva?
Folhas de Drimys brasiliensis (casca-de-anta)

Pesquisas realizadas por Rafael Oliveira, publicadas na Revista New Phisiologist, levam a contrapor essa ideia sobre o transporte unidirecional de água nas plantas. Segundo esse ecólogo, algumas plantas como Drimys brasiliensis, popularmente chamada de casca-de-anta, comuns nas matas da Serra da Mantiqueira, têm capacidade de absorver a água pela superfície da folha. Isto seria possível devido a um rearranjo da cutícula, isto é, da película que recobre as folhas que, assim, permitiria a entrada de água. Esse aumento da permeabilidade ocorre mais comumente quando as folhas estão expostas a ambientes mais úmidos.
Então, estariam certos os criadores de plantas, preocupados em tratá-las da melhor forma possível, quando regam-nas por completo para que absorvam mais água?
            Em um contexto ambiental de mudanças climáticas, de necessidade de preservação das florestas e de crédito de carbono é importante se pensar nas respostas fisiológicas das plantas às alterações nos seus ambientes naturais, principalmente as causadas pelo homem.

DEBATE PARA A SALA DE AULA:

1. Qual das duas formas de absorção de água parece mais aceitável e por quê?
2.  No cenário de mudanças climáticas poderemos ter maior quantidade de chuvas fortes e com maior frequência. Qual a importância dessa descoberta cientifica neste contexto?

Fonte: ZOLNERKEVIC, IGOR. Revista Pesquisa FAPESP. Caminho inverso. Edição 208, Junho de 2013. Disponível no site<http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/05/caminho-inverso/>.

AUTORA: 
Adrielle Carvalho da C. de Assis
  (Licencianda do curso de Ciências Biológicas/UFRJ)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Rio São Francisco irá secar ou continuará caudaloso?

         O rio São Francisco conhecido popularmente como “Velho Chico” possui uma extensão de 2.800 km, com sua nascente em Minas Gerais este rio abastece os estado: Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Sendo importante para a manutenção das atividades agrícolas, transporte hidroviário, sustentabilidade das regiões ribeirinhas e manutenção da biodiversidade.
 Dado ao seu aporte hídrico discute-se a possibilidade de levar seus benefícios para suprir as regiões semi-áridas do sertão nordestino. Este projeto gera muitas divergências sobre até onde vai à capacidade de transposição do rio sem prejudicar seu regime hídrico.
Segundo algumas correntes como o Fórum de Defesa do Rio São Francisco. A transposição do rio não seria viável, pois é um projeto do século XIX de custos muito elevados que ultrapassarão um bilhão de reais e que a obra causaria o assoreamento do rio, assim prejudicando as atividades econômicas, sociais e ambientais. Essas pessoas são a favor de um projeto revitalização do rio que esta ficando doente com tanta poluição, desmatamento, assoreamento e erosão, graças às grandes barragens e projetos de irrigação; o Rio esta dando sinal de fraqueza com o desaparecimento das espécies migratórias de peixe e a enorme biodiversidade.
Outros pontos de vista, dentre estes está o Governo Federal, afirma que a vazão do rio é suficiente para suprir todos os estados, que foram vários anos de pesquisa para fazer esta obra e seus custos são justificados já que a intenção é levar água para as regiões áridas e semi-áridas (Princípio da Equidade no direito de acesso à água). Estudos feitos pelo Ministério da Integração Nacional dizem que os impactos ambientais sobre o rio seriam irrelevantes, já que a água transposta seria lançada ao mar, caso não fosse bombeada para atender a população sedenta.

Figura 1: O Rio de São Francisco, quem dá vida não pode morrer. Diga não para: desmatamento, transposições, irrigação, poluição, concentração de terras, exploração dos pobres. Retirada do FÓRUM, 

Figura 2: TRANSPOSIÇÃO, QUEM TEM SEDE APÓIA retirado do blog: http://riodaintegracaonacional.blogspot.com.br/

QUESTÕES PARA O DEBATE:
Você acredita que a transposição de águas do rio São Francisco ameaçaria a vida deste recurso natural tão importante? Será que o rio morreria? Ou seria a fonte de vida de diversas populações do sertão nordestino? Qual seria o dano aos biomas aquáticos? Justificaria a transposição de águas?
Diante dos custos elevados, será que os grandes gastos públicos deste projeto são realmente necessários, ou o Governo deveria utilizar estes recursos públicos em outros projetos, como saúde, educação etc?

Fontes:

ANDRADE, Renata Marson Teixeira de. Um povo esquecido: projetos apagam a biodiversidade o território tradicional no Rio São Francisco.
QUEIROZ, Caúla, Bleine e  BATISTA de Moura, Graziella. Aspectos Ambientais e Jurídicos da Transposição do Rio São Francisco.


AUTORES:
Gabriel Cardiano e Robert Castilho
(Licenciandos do curso de Ciências Biológicas da UFRJ).

terça-feira, 29 de outubro de 2013

EVOLUÇÃO DO CÉREBRO EM MAMÍFEROS: EM MOSAICO OU COORDENADA?

A importância de se ter um cérebro grande sempre é associada a ter mais inteligência.
Mas como o cérebro aumenta de tamanho?
Visto que o cérebro é dividido em regiões, há duas teorias que explicam o aumento do tamanho do cérebro: a primeira afirma que se pode aumentar regiões relacionadas com a inteligência, sem aumentar áreas de controle motor, por exemplo, forma-se um mosaico, isto é, uma área aumenta sem que haja aumento de outras áreas do cérebro. Na segunda teoria, só é possível aumentar as regiões cerebrais de forma coordenada, isto é, haveria um crescimento uniforme!
Barbara L. Finlay e Richard Darling da Universidade de Cornell nos EUA sugerem que o cérebro aumenta como um todo, dado que existe uma correlação entre o tamanho de cada estrutura e o tamanho total do cérebro.
Por outro lado, Robert Barton e Paul Harvey da Universidade de Oxford, encontraram aumento entre áreas funcionalmente ligadas e não em todo cérebro.
Há muitos estudos nessa área ainda, porém, estudos recentes mostram que o cerebelo - área relacionada ao equilíbrio - do elefante, ao contrario do cerebelo de todos os outros mamíferos, cresce independentemente do córtex, sugerindo que nos elefantes as estruturas não crescem ao mesmo tempo.

 
FIG.1: O alien da esquerda mostra que suas 
estruturas do córtex são maiores que as do cerebelo!


Para ‘aumentar’ o debate:
Será que ter um cérebro maior significa ter mais inteligência?
Qual das teorias você julgaria correta? Justifique-se a partir das teorias apresentadas.


                   http://psychology.uwo.ca/undergraduate/psych347g/f&d.pdf

Autora: Kamilla A. de Souza (Licencianda do curso de Ciências Biológicas da UFRJ).

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

GLIFOSATO, É BOM OU NÃO É?

Glifosato é um biocida utilizado para controlar plantas daninhas em vários ambientes e para matar pragas, por isso é considerado um agrotóxico. Biocida, como o nome diz, mata tudo o que tem vida!
As pragas ou plantas daninhas são elementos próprios e fundamentais à vida de determinados biomas. Tornam-se resistentes com a utilização de biocidas, sendo então necessário cada vez mais aumentar a dose para matar as pragas e plantas daninhas. O glifosato tem um apelido, “mata-mato”!

Argumentos favoráveis:
O glifosato, chamado de N-(fosfonometil) glicina, é um herbicida sistêmico e não seletivo. O glifosato foi extensivamente avaliado em estudos sobre toxicidade para: mamíferos, ecotoxicidade e destino ambiental. A avaliação serve para dar suporte aos registros que liberam o uso do herbicida em vários países. O princípio ativo do produto foi também investigado cientificamente por pesquisadores independentes para considerações no âmbito da sua regulamentação. A conclusão unânime das principais agências regulatórias de vários países e de especialistas da área é que o uso comercial de glifosato não representa risco para o meio ambiente ou para humanos e animais quando utilizado de acordo com o registro de uso e as recomendações contidas na bula e no rótulo do produto.
Outro aspecto importante do glifosato é que este herbicida é um dos principais responsáveis pela viabilização e pelo crescimento da área com Plantio Direto no mundo e, em especial, no Brasil, o que tem um apelo ambiental muito grande não apenas pelo perfil de segurança do glifosato, mencionado acima, mas também por todos os benefícios advindos do uso dessa prática conservacionista de manejo de solo.
 O Plantio Direto é um sistema de produção agrícola essencial para o uso sustentável do solo, pois reduz ou elimina os problemas de erosão e empobrecimento de sua fertilidade. Esse sistema de plantio reúne um conjunto de técnicas que visam diminuir a excessiva movimentação que ocorre nos sistemas de plantio convencionais e que tem impacto direto sobre a qualidade do solo. Através desta prática, a semeadura é feita diretamente no solo não preparado, num sulco de largura e profundidade suficientes apenas para cobrir a semente. Entretanto, o Plantio Direto é técnica e economicamente inviável se as plantas daninhas e os restos culturais da rotação de culturas não forem adequadamente controlados através de herbicidas. Logo, o glifosato proporciona uma situação favorável à maior adoção desse sistema de plantio e é o produto mais utilizado na dessecação dos restos culturais deixados no campo como cobertura vegetal.
Figura 1 – Embalagem do Glifosato com informações de uso.


Argumentos contrários:
            O glifosato é uma molécula que foi sintetizada e que tem a capacidade de “sufocar” a planta quando interrompe a produção de três aminoácidos, isto é, as proteínas que são formadas ficam defeituosas, e as plantas acabam morrendo, pois não conseguem sintetizar as proteínas adequadas (NODARI, 2012). 
                O anatomista e professor da Universidade Federal de Pelotas, Althen T. Filho alerta que existem pesquisas realizadas em ratos que mostraram que o Glifosato Roundup foi responsável pela desregulação hormonal e diminuição significativa da produção de testosterona (hormônio sexual masculino), corroborando efeitos tóxicos sobre o sistema reprodutivo endócrino. E, se ocorre em testículos, pode-se inferir que os ovários sofram iguais efeitos, já que ambos têm a mesma origem embriológica. Realço que as consequências para as mulheres são muito mais terríveis, pois elas não renovam seus gametas que, uma vez agredidos ou alterados, as gestações terão altíssima possibilidade de gerar problemas (morte fetal, mal formações em fetos, etc.). Outros estudos já relacionaram o mesmo produto ao câncer de próstata.
                O pesquisador relembra que o DDT “veio para salvar a humanidade das pragas” e afirma que acabou sendo responsável pela morte de muitos e ainda está presente em todo o planeta. Para o pesquisador o DDT é um veneno que, de fato, só serviu para enriquecer seus produtores. A mesmíssima coisa ocorre com o glifosato, que não é biodegradável como mentiam as primeiras embalagens e propagandas, e a empresa que comercializa o produto, a Monsanto, foi punida por isto. (FILHO, 2011).
                É deixa um alerta: “É fundamental a consciência de que estas substâncias são “químicos sintéticos”, ou seja, não existiam na natureza e agora são jogados às toneladas sobre o planeta. Só a China produz 800.000 ton/ano do veneno glifosato”.

Criança contaminada com glifosato.



DEBATE EM SALA DE AULA:

Depois destas informações a pergunta que não quer calar: 

GLIFOSATO, é bom ou não é?

Bibliografia:
1. Vicente, Dorival Informações técnicas sobre o herbicida glifosato. Acesse em: http://www.sementesfiscalizadas.com.br/artigos/8/informacoes-tecnicas-sobre-o-herbicida-glifosato/;
        2. Nodari, Rubens Glifosato: todo veneno deveria ser proibido. Acesse em:  http://www. nossofuturoroubado.com.br/arquivos/maio_10/glifosato.html
       3. Filho, Althen T. Os agrotóxicos e as sementes transgênicas, 19 de junho de 2011. Acesse em: http://www.viomundo.com.br/denuncias/presidente-da-cntbio-vai-beber-glifosato.html;
      4. Filho, Althen T. Química de crimes de guerra em tempos de paz. Acesse em: https://groups.google.com/forum/#!topic/rede-de-sementes-crioulas/o3i07CF_1vs.


Fonte Imagens:


Para mais consultas:
2.       Romano, Renata Marino; Romano, Marco Aurélio, Oliveira; Cláudio Alvarenga. Arch Toxicol, nº 84, pág. 09–317, 2010.
3.       Romano, R. M. et al. Chem. Res. Toxicol, nº 23, 1586–1595, 2010.
Vídeos:
"O mundo segundo a Monsanto" (no YouTube)

Autora: Mariana Passos Guimarães (Licencianda em Ciências Biológicas, UFRJ)




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TRABALHO INFANTIL. Sobrevivência ou exploração?

O trabalho infantil é classificado como atividade econômica e/ou de sobrevivência, com ou sem lucro, com ou sem remuneração, feita por crianças ou adolescentes menores de 16 anos. Apenas aqueles que trabalham como aprendiz a partir dos 14 anos não são classificados como trabalho infantil (Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, 2012).
No Brasil, essa forma de trabalho é considerada ilegal para menores de 14 anos. A partir dos 15 anos é permitido apenas que o jovem exerça a função de aprendiz. Entre os 16 e os 17 anos o trabalho é liberado, desde o momento que não atrapalhe as tarefas escolares e não sendo trabalho de grande dificuldade ou, ainda, que se realize no turno da noite.
No país 3,6 milhões de meninos e meninas são atingidos pelo problema (UNICEF, 2012). Crianças e adolescentes são levadas para o mercado de trabalho pelos seus próprios pais, e ainda muitos novos. Pobreza, miséria familiar e o desemprego levam essas famílias a terem grande dificuldade de se sustentar. A “solução” é explorar o trabalho infantil. As crianças trabalham ganhando muito pouco, podemos dizer que são escravos expostos a condições insalubres e degradantes. Segundo os dados da UNICEF, 29% da população brasileira vivem em estado de pobreza, mas o número de crianças é bem maior, chega a 45,6%. Crianças negras chegam a ter vulnerabilidade 70 % maior que as brancas, por serem mais pobres. O mesmo número se repete para crianças das áreas rurais. Por serem pobres, crianças e jovens vivem sob o risco da exploração de seu trabalho.
Consideramos o trabalho infantil como escravidão, visto que os explorados não tem tempo para estudar, não possuem uma alimentação saudável e nem a garantia de saúde e outros direitos básicos, como moradia. Nas carvoarias são expostas ao calor e respiram fumaça tóxica, o que pode lhes causar graves problemas de saúde. Vejamos o que diz a médica pneumologista Cinéia Martins:

 "Você não percebe, mas ao ser queimada, a madeira vai soltando partículas que vão se instalando dentro da estrutura pulmonar e também nos brônquios, que podem gerar futuramente algumas doenças como a fibrose pulmonar. Depois de instalada, é como se o pulmão fosse se tornando um pulmão de pedra" (Folha Vitória, 2011).

Dados da UNICEF, em 2010, apontam que 250 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente nas regiões mais pobres do interior do Brasil. Há ainda crianças no plantio e no tráfico de drogas!
Para erradicar o trabalho infantil no Brasil foram criadas na Constituição Federal de 1988 formas de dar atenção e prioridade à proteção integral da criança e do adolescente. Mudanças no Estatuto da Criança e Adolescente – ECA , em 1990, e a adesão do Brasil à convenção da ONU sobre os direitos da criança, em 1989, foram formas de tentar erradicar este grave problema social.

Já dispomos de leis que protegem as crianças e os adolescentes, mas somente isso não tem sido suficiente para acabar com o trabalho explorado de milhares de crianças e jovens. É preciso criar melhores condições de vida para as famílias, principalmente garantindo emprego e salário justo para todos. Educação básica de qualidade, assistência social eficiente que acompanhe casos, por exemplo, de desagregação familiar e apoio psicológico para famílias em risco, além de garantia de boa alimentação e assistência médica, seriam medidas essenciais e papel a ser executado pelo Estado.



DEBATE EM SALA DE AULA:

  • O trabalho infantil ocorre por falta de condições de sobrevivência. O que deve ser feito para erradicar esse problema em todo o mundo?
  • “Tem criança que nunca pode ser criança”. Discuta esta frase.



Fontes:
Fontes imagens:


Autora: 
Tatiane Santana
(Licencianda em Pedagogia, Universidade Federal do Rio de Janeiro)

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Mico leão dourado: de semeador de florestas a uma espécie ameaçada.



O nome mico leão dourado (nome científico Leontopithecus rosalia) originou-se a partir da pelagem dourada em torno da cabeça deste pequeno primata, semelhante à juba do leão. Símbolo da preservação de espécies em extinção encontra-se praticamente exterminado. Atualmente, os micos estão, em sua maioria, distribuídos em paisagens subdividas na Mata Atlântica.
Estudos mostram que o mico-leão-dourado come mais de 60 espécies de frutos e, ao digerí-los, ajuda a dispersar as sementes no meio ambiente, atuando como agente regenerador das matas. Ao se alimentar e defecar torna-se um “semeador”. A ação de  engolir as sementes dos frutos faz com que estas saiam nas fezes praticamente intactas e em perfeitas condições para a germinação. Pesquisas mostram que o primata tem o costume de defecar longe do local em que se alimenta. Deste modo, a distribuição das sementes, longe da árvore da qual foi retirada, evita a competição por espaço e a ação de outros predadores, daí a importância deste animal para o meio ambiente, atuando como um reflorestador do seu próprio hábitat.
Grande parte da população de mico leão dourado encontra-se na bacia hidrográfica do Rio São João, que ainda é a principal origem de abastecimento de água da Região dos Lagos. No norte fluminense do Rio de Janeiro, um projeto atua na preservação da espécie com o objetivo de conservar outras que vivem na Área de Proteção Ambiental desta Bacia. De acordo com o coordenador do estudo e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Carlos Ramon Ruiz-Miranda, o mico leão dourado é considerado uma “espécie bandeira” para a conservação da Mata Atlântica. “Ao protegermos o mico leão dourado, estaremos favorecendo todas as outras espécies da região. Isso porque ele reúne características ecológicas de espécies de vários grupos, entre elas alimentação diversificada, com insetos, frutas e pequenos vertebrados, e necessidade de diversos habitats para viver, como encostas e baixadas”, explica.

As populações de micos estão distribuídas em duas reservas biológicas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a da União e a de Poço das Antas, e em 28 reservas particulares ou fazendas, todas localizadas na Bacia do Rio São João, são cerca de 1.600 micos para 13 mil hectares de florestas. De acordo com o biólogo Carlos Ramon Ruiz-Miranda “Os animais não vivem todos juntos em uma comunidade. É como se habitassem em diferentes ‘bairros’, separados entre si e de diferentes tamanhos. No estudo demográfico, temos uma estimativa da população de cada ‘bairro’. O conjunto das populações desses ‘bairros’ é chamado de metapopulação”.
Para os cientistas é de grande importância o manejo dessas “metapopulações”, com o objetivo de evitar a extinção. Na década de 1990 animais que viviam isolados em uma área foram removidos para outra, visando à preservação da espécie. Na mesma época, foram realizados cruzamentos de micos criados em cativeiro com outros micos selvagens. Aos poucos os pesquisadores deram início à reintrodução desses primatas na natureza.
O desmatamento para retirada de madeira, agricultura e pecuária, e a caça para o comércio ilegal de animais silvestres, contribuíram para uma redução drástica das populações de mico leão dourado. O desmatamento se torna um grande aliado à extinção destes animais. Com os pastos que substituem as matas, os animais não circulam, fazendo com que haja a separação das famílias em locais isolados e não deixando acontecer a reprodução. Para solucionar este problema foi criado então o corredor ecológico. O grupo de pesquisadores da Associação Mico Leão Dourado (AMLD) fez  um reflorestamento ligando duas florestas cujos entornos foram desmatados, fazendo com que os micos circulem e possam manter contato. Os corredores ecológicos são áreas planejadas com o objetivo de reduzir a fragmentação das florestas e possibilitar a conservação dos recursos naturais e da biodiversividade. No caso do mico leão dourado esta foi a solução encontrada para garantir a variabilidade genética da espécie.



Questões para debate:

1    -      Qual a importância do mico leão dourado para a diversidade ecológica da Mata Atlântica?

 2    -      Podemos considerar os corredores ecológicos como uma “solução” para a extinção do mico leão dourado?





 Por: Daniele Espadete
( Licencianda em Pedagogia – UFRJ)


Fontes:

http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/mosaicos-e-corredores-ecologicos.html

Fonte das imagens:

www.micoleao.org.br/                       

 www.tvbicho.com.br    













                    

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Amazônia, conservar ou explorar?

A Amazônia, um ecossistema de 6,9 milhões de quilômetros quadrados, envolve nove países da América do sul - Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A maior parte do bioma amazônico fica no Brasil cobrindo 4,2 milhões de quilômetros quadrados, 49% do território nacional, se distribuindo em nove estados: Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, parte do Tocantins e parte do Maranhão.
Há muito a Amazônia vem sofrendo desmatamentos devido à extração de madeiras, expansão de assentamentos, crescimento das áreas agrícolas, ampliação das áreas de criação de gado e, especialmente, aumento das plantações de soja.
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento o desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a maio de 2013 totalizou 1.654 quilômetros quadrados de floresta. Esse índice representa um aumento de 89% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a maio de 2012), quando o desmatamento somou 873 quilômetros quadrados.
Com o crescimento do desmatamento a população poderá sofrer consequências. Por exemplo, as árvores que deveriam estocar entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono, com o desmatamento não cumprem seu papel e o gás acaba indo parar na atmosfera. Outros resultados da eliminação da cobertura vegetal são, principalmente, a redução da umidade do ar, a erosão do solo e a degradação das áreas de bacias hidrográficas. Na Amazônia temos uma grande biodiversidade de vegetais, mamíferos, pássaros e insetos, que podem ser extintos com o desmatamento.

Para as populações que vivem neste ecossistema as consequências também são graves: desequilíbrio social, econômico e a diminuição da qualidade ambiental. As matérias primas extraídas por comunidades da Amazônia, e das quais dependem para a sua sobrevivência nesse território, como essências, óleos, sementes, frutos, peixes etc e, mesmo os materiais coletados para estudos científicos de novas espécies estão ameaçados. A ideia de que a economia e o desenvolvimento da Amazônia estão garantidos pelo extrativismo, portanto, se torna um sonho irrealizável.



A Amazônia mesmo enfrentando as consequências do avanço do desmatamento tem sua importância para o equilíbrio ecológico de nosso planeta. Há uma proposta para o Brasil zerar o desmatamento até 2015 e, dessa forma, ajudar a diminuir o aquecimento global. Devem se legitimar leis para a proteção de áreas de conservação e monitorar as terras para que não haja mais desmatamento. Somente uma relação entre homem e natureza que não seja baseada no consumo e na exploração irracional do que a natureza produz poderá transformar este quadro de destruição.

Debate em sala de aula:

Ø Você consegue estabelecer uma relação entre desmatamento e pobreza?
Ø Quais as consequências da destruição do ecossistema amazônico para o equilíbrio socioambiental dos moradores da região e quais as consequências para o planeta?



Fontes:
Fontes das imagens:

Por Tatiane Santana 
(Licencianda em Pedagogia, Universidade Federal do Rio de Janeiro)