Ao longo da
história da humanidade, através de conhecimentos empíricos ou de simples
observações, percebeu-se que a absorção de água pelos vegetais ocorre de forma mais
constante e efetiva pelas raízes. No ano de 1986 alguns cientistas, dentre
eles, Shwevrols, lança um livro em que revisa os principais processos dentro do
tema “ Aspectos de transporte de água e soluto nas plantas” onde evidencia a
forte tendência a se pensar numa maneira unidirecional e exclusiva de absorção.
Segundo a visão mantida e defendida nos livros didáticos, a constante
transpiração nas folhas exerce uma força de sucção no interior dos vasos
condutores, como alguém que bebe líquido por um canudo, fazendo a água subir
até as folhas, enquanto mais água é retirada do solo.
Mas, seria essa uma
ideia definitiva?
Folhas de Drimys brasiliensis (casca-de-anta)
Pesquisas realizadas por Rafael Oliveira, publicadas
na Revista New Phisiologist, levam a
contrapor essa ideia sobre o transporte unidirecional de água nas plantas.
Segundo esse ecólogo, algumas plantas como Drimys
brasiliensis, popularmente chamada de casca-de-anta, comuns nas matas da Serra
da Mantiqueira, têm capacidade de absorver a água pela superfície da folha.
Isto seria possível devido a um rearranjo da cutícula, isto é, da película que
recobre as folhas que, assim, permitiria a entrada de água. Esse aumento da
permeabilidade ocorre mais comumente quando as folhas estão expostas a
ambientes mais úmidos.
Então, estariam
certos os criadores de plantas, preocupados em tratá-las da melhor forma
possível, quando regam-nas por completo para que absorvam mais água?
Em um contexto ambiental de mudanças climáticas, de
necessidade de preservação das florestas e de crédito de carbono é importante
se pensar nas respostas fisiológicas das plantas às alterações nos seus
ambientes naturais, principalmente as causadas pelo homem.
DEBATE PARA A SALA DE AULA:
1. Qual das
duas formas de absorção de água parece mais aceitável e por quê?
2.
No cenário de mudanças climáticas poderemos ter maior quantidade de
chuvas fortes e com maior frequência. Qual a importância dessa descoberta
cientifica neste contexto?
Fonte:
ZOLNERKEVIC, IGOR.
Revista Pesquisa FAPESP. Caminho
inverso. Edição 208, Junho de 2013. Disponível no site<http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/05/caminho-inverso/>.
AUTORA:
Adrielle Carvalho da C. de Assis
(Licencianda do curso de Ciências
Biológicas/UFRJ)
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