Get me outta here!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TRABALHO INFANTIL. Sobrevivência ou exploração?

O trabalho infantil é classificado como atividade econômica e/ou de sobrevivência, com ou sem lucro, com ou sem remuneração, feita por crianças ou adolescentes menores de 16 anos. Apenas aqueles que trabalham como aprendiz a partir dos 14 anos não são classificados como trabalho infantil (Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, 2012).
No Brasil, essa forma de trabalho é considerada ilegal para menores de 14 anos. A partir dos 15 anos é permitido apenas que o jovem exerça a função de aprendiz. Entre os 16 e os 17 anos o trabalho é liberado, desde o momento que não atrapalhe as tarefas escolares e não sendo trabalho de grande dificuldade ou, ainda, que se realize no turno da noite.
No país 3,6 milhões de meninos e meninas são atingidos pelo problema (UNICEF, 2012). Crianças e adolescentes são levadas para o mercado de trabalho pelos seus próprios pais, e ainda muitos novos. Pobreza, miséria familiar e o desemprego levam essas famílias a terem grande dificuldade de se sustentar. A “solução” é explorar o trabalho infantil. As crianças trabalham ganhando muito pouco, podemos dizer que são escravos expostos a condições insalubres e degradantes. Segundo os dados da UNICEF, 29% da população brasileira vivem em estado de pobreza, mas o número de crianças é bem maior, chega a 45,6%. Crianças negras chegam a ter vulnerabilidade 70 % maior que as brancas, por serem mais pobres. O mesmo número se repete para crianças das áreas rurais. Por serem pobres, crianças e jovens vivem sob o risco da exploração de seu trabalho.
Consideramos o trabalho infantil como escravidão, visto que os explorados não tem tempo para estudar, não possuem uma alimentação saudável e nem a garantia de saúde e outros direitos básicos, como moradia. Nas carvoarias são expostas ao calor e respiram fumaça tóxica, o que pode lhes causar graves problemas de saúde. Vejamos o que diz a médica pneumologista Cinéia Martins:

 "Você não percebe, mas ao ser queimada, a madeira vai soltando partículas que vão se instalando dentro da estrutura pulmonar e também nos brônquios, que podem gerar futuramente algumas doenças como a fibrose pulmonar. Depois de instalada, é como se o pulmão fosse se tornando um pulmão de pedra" (Folha Vitória, 2011).

Dados da UNICEF, em 2010, apontam que 250 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente nas regiões mais pobres do interior do Brasil. Há ainda crianças no plantio e no tráfico de drogas!
Para erradicar o trabalho infantil no Brasil foram criadas na Constituição Federal de 1988 formas de dar atenção e prioridade à proteção integral da criança e do adolescente. Mudanças no Estatuto da Criança e Adolescente – ECA , em 1990, e a adesão do Brasil à convenção da ONU sobre os direitos da criança, em 1989, foram formas de tentar erradicar este grave problema social.

Já dispomos de leis que protegem as crianças e os adolescentes, mas somente isso não tem sido suficiente para acabar com o trabalho explorado de milhares de crianças e jovens. É preciso criar melhores condições de vida para as famílias, principalmente garantindo emprego e salário justo para todos. Educação básica de qualidade, assistência social eficiente que acompanhe casos, por exemplo, de desagregação familiar e apoio psicológico para famílias em risco, além de garantia de boa alimentação e assistência médica, seriam medidas essenciais e papel a ser executado pelo Estado.



DEBATE EM SALA DE AULA:

  • O trabalho infantil ocorre por falta de condições de sobrevivência. O que deve ser feito para erradicar esse problema em todo o mundo?
  • “Tem criança que nunca pode ser criança”. Discuta esta frase.



Fontes:
Fontes imagens:


Autora: 
Tatiane Santana
(Licencianda em Pedagogia, Universidade Federal do Rio de Janeiro)

0 comentários:

Postar um comentário