A adolescência é uma fase
marcada por mudanças físicas, emocionais e comportamentais, com características
bem definidas, como por exemplo, o fato do adolescente sentir constantemente
que nada o atinge e que nada de mal pode acontecer com ele. Este comportamento
faz com que muitas vezes o indivíduo e as pessoas ao seu redor acreditem que ele
está saudável e que poucas doenças ocorrem nesta idade.
Mas esta crença não é
verdadeira. Ser adolescente é o suficiente para estar sujeito a muitas doenças,
e para algumas delas o adolescente é o alvo principal. Dentre as principais
doenças que têm os adolescentes como vítimas estão os transtornos alimentares,
especificamente a Anorexia e a Bulimia. E, ao contrário do que muitos
pensam, estas doenças atingem adolescentes de ambos os sexos.
Anorexia e bulimia
possuem características em comum, como a distorção da autoimagem e a obsessão
em relação ao corpo que se reflete, em primeiro lugar, em mudanças na
alimentação. Apesar da semelhança bem clara entre estas duas doenças, seus
percursos e sintomas são extremamente diferentes. Enquanto a Anorexia Nervosa é
marcada pela restrição alimentar e pela rápida e aparentemente inexplicável
perda de peso, a Bulimia Nervosa é marcada por episódios de compulsão alimentar,
seguidos de mecanismos de compensação, e por pequenas – e muitas vezes
imperceptíveis – alterações de peso.
Fonte: plus.google.com
Ambos os transtornos são
doenças graves que matam grande parte das pessoas atingidas. Muitos aspectos
dificultam seu diagnóstico e o tratamento, o que faz com que quando o
transtorno seja descoberto os danos físicos – que não são poucos – já sejam
irreversíveis, ou que a recuperação da saúde do organismo como um todo seja
impossível. Isso leva, na maioria das vezes, a morte por falência múltipla dos
órgãos. Outro agravante é o fato do paciente não reconhecer que está doente, o
que o leva a não buscar ajuda. Apesar da seriedade do assunto, este é um tema
pouco falado e debatido com os adolescentes.
Ainda que seja elevada a
participação de características genéticas e da personalidade do paciente no
desenvolvimento dessas doenças a mídia é tida como um dos principais gatilhos
dos transtornos alimentares. A imposição constante dos padrões de beleza, a
ditadura da magreza e as dietas da moda são amplamente divulgadas pelos meios
de comunicação. Como essa imposição constante pode alterar a visão do
adolescente em relação ao seu próprio corpo? Como se comporta um adolescente
que está “dentro dos padrões” perante um adolescente que não está? Qual a
necessidade real de estar dentro desses “padrões”? Estar dentro dos padrões é
sinônimo de felicidade?
Fonte: vocebem.com.br
Vale ressaltar ainda que,
embora a preocupação com o corpo seja crescente ao longo do tempo entre os
adolescentes, o mesmo não ocorre em relação a alimentação e a prática de
atividade física. Embora se busque cada vez mais o “corpo perfeito”, a prática
de exercícios físicos e a qualidade da alimentação vem decrescendo. Os jovens
de hoje consomem menos frutas, verduras e legumes e mais açúcares, fast food e
enlatados. Poucos jovens se exercitam com regularidade. O caminho que percorrem
não conduz ao que parecem desejar.
Será que os adolescentes
sabem o que estão comendo? Será que eles sabem o que compõe nossos músculos e
órgãos, e em quais alimentos encontrar estes nutrientes? Sabem de todos os
danos decorrentes de uma alimentação rica em açúcares? E sobre os benefícios da
atividade física, tanto para o emocional quanto para o desenvolvimento físico?
QUESTÕES PARA O DEBATE
Beleza, magreza e saúde podem ser complementares?
É preciso ser magro/magra para ser bonito/bonita?
Autoria: Maria Carolina Pires de Andrade - Licencianda em Ciências Biológicas - Bolsista PIBEX
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