Nos tempos atuais, a grande maioria das famílias busca se planejar, visando um futuro mais promissor. Nesse planejamento está incluída a escolha do momento certo para a chegada dos filhos, considerando que muitas famílias nem mesmo desejam tê-los. “O controle da reprodução é exigência da ânsia de sobrevivência do gênero humano e das novas tendências de liberdade” (DIAS et al, 1998). Para resolver tal problema, foram criados os métodos contraceptivos, que nada mais são do que formas de praticar o ato sexual com uma grande chance de que a mulher não engravide. Existem vários tipos de métodos, alguns muito usados, outros em testes ou, ainda, pouco conhecidos. Vale ressaltar também, que alguns métodos específicos são indicados por organizações e ministérios de saúde, já que, além de prevenir a gravidez indesejada, também são capazes de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).
Segundo o Ministério da Saúde, a camisinha
não só evita uma gravidez indesejada, como também é o método mais eficaz contra
DST’s, como por exemplo, a AIDS. Ela é constituída de látex relativamente
impermeável e, assim, evita a passagem de sêmen, alguns vírus e bactérias. A
camisinha masculina possui 98% de eficácia, enquanto a feminina é 96% eficaz.
Porém, um grande problema relatado pelos usuários é a interferência na
sensibilidade do ato sexual. Para resolver o problema, cientistas de várias
universidades estudam a possibilidade de troca de material, tornando-a mais
fina.
Um método bem conhecido também é
a pílula
anticoncepcional, esta é usada atualmente somente por mulheres. O
anticoncepcional via oral, como qualquer outro método contraceptivo, não é 100%
seguro. Ela é constituída de hormônios como a progesterona e o estrogênio e
deve ser tomada diariamente, agindo de forma a impedir a ovulação e,
consequentemente, a gravidez não planejada. Ainda não há certezas sobre a
utilização do uso contínuo desse medicamento, porém, estudos realizados nos
últimos anos indicam que a pílula anticoncepcional pode aumentar o risco de
câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), “podem estar mais
predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de
dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período
e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez”.
Mesmo sendo exclusivamente feminina, existem estudos buscando a pílula
anticoncepcional masculina, esta pretende agir diretamente contra o espermatozoide,
mas seus testes ainda provocam muitos efeitos colaterais.
Um método não muito conhecido, mas que é muito
utilizado principalmente por mulheres religiosas, já que é um método totalmente
natural e se baseia no autoconhecimento, é o método Billings. Nele, as mulheres
devem fazer um registro diário das sensações e aparência da vulva e do muco
vaginal. Com base nesses resultados, identifica seu período fértil, podendo
assim, evitar a gravidez. Isso é possível porque durante o período fértil, o
corpo da mulher sofre mudanças, uma delas é a liberação do muco vaginal que
serve para auxiliar e proteger o espermatozoide em sua chegada até o óvulo. Fora
do período fértil, há uma diminuição do muco e, ainda que haja possibilidades
de engravidar, o sêmen terá mais dificuldade de chegar ao óvulo. Porém, este
não é um método imediato, para que ele possua uma porcentagem relativamente
alta de segurança é preciso que a mulher conheça muito bem o funcionamento do
método e a si mesma.
Há ainda os métodos irreversíveis
ou reversíveis com ajuda médica, esses são os métodos cirúrgicos. Os mais
conhecidos são vasectomia e laqueadura tubária, procurados principalmente por
casais que não desejam mais ter filhos.
A vasectomia é o procedimento cirúrgico para homens, onde o ducto deferente é cortado, interrompendo
a passagem do espermatozoide para o lado externo no momento da ejaculação. Uma
das causas de sua procura é que não interfere na sensibilidade e nem nos
hormônios. Porém, se o homem passar por esse procedimento e um dia desejar ter
filhos, isso só será possível através de nova intervenção cirúrgica, além
disso, um estudo da Escola de Medicina de Harvard constatou que os homens que
se submetem a esse procedimento, possuem 66% mais chances de desenvolver câncer
de próstata do que os homens que não o fazem.
Já a laqueadura tubária é a interferência cirúrgica feminina, onde
ocorre um corte da tuba uterina que
impede que o espermatozoide se encontre com o óvulo e o fertilize. Um estudo
realizado sobre o perfil das mulheres submetidas à laqueadura entre os anos de
2003 e 2009 informa que 75% dessas mulheres optaram pela cirurgia porque
engravidaram mesmo usando outros métodos contraceptivos, e 80% não se arrependem
da cirurgia. Se algum dia houver o desejo de engravidar novamente, a mulher
precisará passar por um novo procedimento cirúrgico ou fazer uso da reprodução in vitro. Porém, existe o risco da
“síndrome pós-laqueadura”, que pode acarretar dor pélvica, mudança no ciclo e
fluxo menstrual, além de problemas psíquicos e arrependimento.
PARA AUMENTAR O DEBATE...
- Muitas vertentes implicam na escolha do método: sociedade, religião, o(a) parceiro(a). A quem cabe a escolha do método contraceptivo?
- Mesmo diante de tantos métodos para controle de natalidade, ainda ocorrem muitos casos de gravidez indesejada, principalmente durante a adolescência. Construa uma pesquisa, por exemplo, sobre o conhecimento desses métodos entre pessoas próximas e discuta a relação entre gravidez indesejada e falta de informação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Departamento de IST, Aids e Hepatites virais. Por que usar camisinha? Disponível em: http://www.aids.gov.br/pagina/por-que-usar. Acesso em: 13 de março de 2015;
- OLIVEIRA, Lúcia Helena. Fecundação: como evitar este encontro. Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/fecundacao-como-evitar-este-encontro-436674.shtml. Acesso em: 13 de março de 2015;
- PORTAL BRASIL. Informe-se como funcionam oito métodos anticoncepcionais. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/inform-se-sobre-como-funcionam-oito-metodos-anticoncepcionais. Acesso em: 13 de março de 2015;
- BILLINGS MENTOR. Ensinando o método billings. Disponível em: http://www.billingsmethod.org/bom/lit/teach/index_pt.html. Acesso em 13 de março de 2015;
- A fertilidade após vasectomia e laqueadura tubária. Disponível em: http://www.ipgo.com.br/a-fertilidade-apos-vasectomia-e-laqueadura-tubaria-ser-ou-nao-ser-fertil/. Acesso em 13 de março de 2015;
- SANTOS, Fabiana e PEZZIN, Kamilla. Perfil das mulheres submetidas à laqueadura em um Hospital Universitário, Vitória, Espírito Santo. (2011). Disponível em: http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/viewFile/1763/1330. Acesso em 13 de março de 2015;
- DIAS, Rogério; NAHÁS, Eliana; ROGENSKI, Olívia Maria; LUCA, Laurival; VISCOMI, Francesco; LOPES, Reginaldo. Síndrome Pós-Laqueadura - Repercussões Clínicas e Psíquicas da Pós-Laqueadura. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72031998000400005. Acesso em: 13 de março de 2015;
- INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR DA SILVA. Prevenção. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/prevencao. Acesso em 13 de março de 2015.
AUTORIA:
Maiara Pereira
Barreto (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ)
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