Get me outta here!

terça-feira, 17 de março de 2015

Métodos contraceptivos: escolha de quem?


Nos tempos atuais, a grande maioria das famílias busca se planejar, visando um futuro mais promissor. Nesse planejamento está incluída a escolha do momento certo para a chegada dos filhos, considerando que muitas famílias nem mesmo desejam tê-los. “O controle da reprodução é exigência da ânsia de sobrevivência do gênero humano e das novas tendências de liberdade” (DIAS et al, 1998). Para resolver tal problema, foram criados os métodos contraceptivos, que nada mais são do que formas de praticar o ato sexual com uma grande chance de que a mulher não engravide. Existem vários tipos de métodos, alguns muito usados, outros em testes ou, ainda, pouco conhecidos. Vale ressaltar também, que alguns métodos específicos são indicados por organizações e ministérios de saúde, já que, além de prevenir a gravidez indesejada, também são capazes de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).



Segundo o Ministério da Saúde, a camisinha não só evita uma gravidez indesejada, como também é o método mais eficaz contra DST’s, como por exemplo, a AIDS. Ela é constituída de látex relativamente impermeável e, assim, evita a passagem de sêmen, alguns vírus e bactérias. A camisinha masculina possui 98% de eficácia, enquanto a feminina é 96% eficaz. Porém, um grande problema relatado pelos usuários é a interferência na sensibilidade do ato sexual. Para resolver o problema, cientistas de várias universidades estudam a possibilidade de troca de material, tornando-a mais fina.

Um método bem conhecido também é a pílula anticoncepcional, esta é usada atualmente somente por mulheres. O anticoncepcional via oral, como qualquer outro método contraceptivo, não é 100% seguro. Ela é constituída de hormônios como a progesterona e o estrogênio e deve ser tomada diariamente, agindo de forma a impedir a ovulação e, consequentemente, a gravidez não planejada. Ainda não há certezas sobre a utilização do uso contínuo desse medicamento, porém, estudos realizados nos últimos anos indicam que a pílula anticoncepcional pode aumentar o risco de câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), “podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez”. Mesmo sendo exclusivamente feminina, existem estudos buscando a pílula anticoncepcional masculina, esta pretende agir diretamente contra o espermatozoide, mas seus testes ainda provocam muitos efeitos colaterais.

Um método não muito conhecido, mas que é muito utilizado principalmente por mulheres religiosas, já que é um método totalmente natural e se baseia no autoconhecimento, é o método Billings. Nele, as mulheres devem fazer um registro diário das sensações e aparência da vulva e do muco vaginal. Com base nesses resultados, identifica seu período fértil, podendo assim, evitar a gravidez. Isso é possível porque durante o período fértil, o corpo da mulher sofre mudanças, uma delas é a liberação do muco vaginal que serve para auxiliar e proteger o espermatozoide em sua chegada até o óvulo. Fora do período fértil, há uma diminuição do muco e, ainda que haja possibilidades de engravidar, o sêmen terá mais dificuldade de chegar ao óvulo. Porém, este não é um método imediato, para que ele possua uma porcentagem relativamente alta de segurança é preciso que a mulher conheça muito bem o funcionamento do método e a si mesma.

Há ainda os métodos irreversíveis ou reversíveis com ajuda médica, esses são os métodos cirúrgicos. Os mais conhecidos são vasectomia e laqueadura tubária, procurados principalmente por casais que não desejam mais ter filhos.
A vasectomia é o procedimento cirúrgico para homens, onde o ducto deferente é cortado, interrompendo a passagem do espermatozoide para o lado externo no momento da ejaculação. Uma das causas de sua procura é que não interfere na sensibilidade e nem nos hormônios. Porém, se o homem passar por esse procedimento e um dia desejar ter filhos, isso só será possível através de nova intervenção cirúrgica, além disso, um estudo da Escola de Medicina de Harvard constatou que os homens que se submetem a esse procedimento, possuem 66% mais chances de desenvolver câncer de próstata do que os homens que não o fazem.

Já a laqueadura tubária é a interferência cirúrgica feminina, onde ocorre um corte da tuba uterina que impede que o espermatozoide se encontre com o óvulo e o fertilize. Um estudo realizado sobre o perfil das mulheres submetidas à laqueadura entre os anos de 2003 e 2009 informa que 75% dessas mulheres optaram pela cirurgia porque engravidaram mesmo usando outros métodos contraceptivos, e 80% não se arrependem da cirurgia. Se algum dia houver o desejo de engravidar novamente, a mulher precisará passar por um novo procedimento cirúrgico ou fazer uso da reprodução in vitro. Porém, existe o risco da “síndrome pós-laqueadura”, que pode acarretar dor pélvica, mudança no ciclo e fluxo menstrual, além de problemas psíquicos e arrependimento. 


PARA AUMENTAR O DEBATE...


  • Muitas vertentes implicam na escolha do método: sociedade, religião, o(a) parceiro(a). A quem cabe a escolha do método contraceptivo?
  • Mesmo diante de tantos métodos para controle de natalidade, ainda ocorrem muitos casos de gravidez indesejada, principalmente durante a adolescência. Construa uma pesquisa, por exemplo, sobre o conhecimento desses métodos entre pessoas próximas e discuta a relação entre gravidez indesejada e falta de informação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



AUTORIA: 

Maiara Pereira Barreto (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ)






0 comentários:

Postar um comentário