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terça-feira, 10 de março de 2015

ESPELHO, ESPELHO MEU, EXISTE UM CORPO MAIS BELO QUE O MEU?



No séc. XXI a visão sobre o corpo mudou passando da cultura de corpo “perfeito”, magro, para uma cultura “fitness”, em que corpo belo é corpo malhado! Muitas indústrias, com foco em produtos como suplementos e vitaminas, moda, cirurgias plásticas e academias aparecem no mercado chamando a atenção sobre o padrão estético, o estilo de vida e criando a moda de que ser belo é ter pernas e braços bem definidos e barriga ‘tanquinho’!  

Mas beleza é um conceito variável no tempo, influenciado por comportamentos, pela região onde vivemos e até mesmo por interesses econômicos que acabam ditando determinados padrões e eliminando outros.

“Beleza, substantivo feminino que expressa qualidade, do que é belo e/ ou agradável. Pode também ser um termo para caracterizar uma mulher/homem formosa/o ou uma coisa bela”.


Um dos padrões tidos como “belo” na atual sociedade ocidental, são os corpos magros e altos, com cabelos e olhos claros, com traços finos em suas faces, além do corpo malhado, extremamente esculpido por academias e dietas da moda. Mas nem sempre foi assim, o ideal de corpo sofreu grandes evoluções e mudanças ao longo de toda a existência do ser humano, acompanhando as mudanças sociais e as diferenças culturais que refletem a forma como enxergamos a diversidade de corpos e a beleza.

O corpo se tornou um assunto polêmico e extremamente delicado. Quem mais sofre com a imposição da tal dita “beleza” ainda são as mulheres e os adolescentes, que fazem praticamente de tudo para alcançar um corpo perfeito. Fazendo o uso de dietas mirabolantes, amplamente restritivas e exercício físico, na busca da aceitação social obtida com o “corpo perfeito”. Nessa lógica, a beleza se transforma em obrigação.  A mídia mostra mulheres magras e homens “sarados”, com um corpo ideal e isso bombardeia as pessoas com ideias que se tornam aceitas por todos, sem questionamentos. Muitas pessoas passam a lutar para ter o mesmo corpo que é mostrado na TV e se esquecem de aceitar seu corpo como ele é. Muitas passam por graves problemas psicológicos na busca incansável do corpo perfeito. Doenças como anorexia e bulimia crescem entre jovens.

Mas lembramos que o padrão é muito variável. Ícones de beleza de décadas passadas, como Marilyn Monroe, Audrey Hepburn ou Luiza Brunet, hoje em dia, seriam vistas como gordas! Por critérios estéticos racistas, a Miss Universo de 2011, a angolana Leila Lopes, nem entraria na disputa por ser negra.

Do ponto de vista cultural, os “padrões de beleza” variam e podem nos parecer estranhos, mas têm suas explicações em fundos históricos e na própria evolução da espécie humana.
Na Mauritânia, por exemplo, bonitas são as mulheres obesas. Elas são consideradas sinal de prestígio e de riqueza, devido à fome e a subnutrição serem os principais problemas do país. Seu tamanho avantajado é sinal de status social. Além disso, não precisam trabalhar por possuírem um marido rico; sentimentalmente falando, elas ocupariam mais espaço no coração de seu esposo que uma mulher magra. 

Mulher de corpo ideal na Mauritânia 

Na Nova Zelândia, os descendentes dos Maoris, se produzem com tatuagens tribais de nome Moko. As mulheres carregam detalhes azuis nos lábios e no queixo, já os homens exibem seus desenhos por todo o rosto, sendo suas tatuagens únicas, contando a história de vida de cada um.

Homem da Tribo Maori com Moko por todo o rosto

Para a tribo etíope Mursi, belas são as mulheres que possuem enormes discos de madeira ou porcelana no lábio inferior. As mulheres Mursi são em sua maioria mulheres altas e esbeltas, exibindo uma perfeita simetria corporal. Uma das explicações para a perfuração de seus lábios é que antigamente essas mulheres eram as preferidas dos mercadores de escravos e os homens Mursi para preservarem suas mulheres encontraram no ato de perfurar o lábio uma solução; afinal, com a deformação elas perdem valor como escravas. Com o tempo os homens passaram a admirar o visual e isso se tornou um padrão de fascínio. Bem diferente do padrão estético brasileiro, não?

Mulheres da Tribo Mursi com discos nos Lábios

Na Tailandia em uma comunidade chamada Padaung as mulheres carregam anéis de cobre no pescoço. Quanto mais alto o pescoço, mais bela é considerada a mulher. Eles apreciam o longo pescoço, que é sinal de sensualidade feminina.

 Jovem Padaung com anel de cobre no pescoço



      QUESTÕES PARA DEBATE:
Para você, o que significa ser belo?
Você se sente influenciado ou mesmo obrigado a seguir padrões estéticos? Quem o influencia?



Fontes:
SOLOROS.  Eugenia Brasileira. Disponível em < https://www.stormfront.org/forum/t842376/>. Acesso em 09 de março de 2015.

SILVA, André. Imperativos da Beleza. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/ v32n87/07.pdf>. Acesso em 09 de março de 2015.

OLIVEIRA, Nara.Cultura do corpo pós modernidade. Disponível em<http://www.efdeportes.com/efd119/cultura-do-corpo-na-pos-modernidade.htm>. Acesso em 09 de março de 2015.

MENDES, Maria; NÓBREGA, Terezinha. Cultura de Movimento. Disponível em<www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/6135/4981>. Acesso em 09 de março de 2015.

JATOBÁ, Vitor; FRANCO, Leticia. Análise Reflexiva do corpo cultural. Disponível em <http://www.efdeportes.com/efd109/analise-reflexiva-do-corpo-cultural.htm>. Acesso em 09 de março de 2015.


AUTORIA
Jacykaysla Pacheco da Silva - Licencianda em Ciências Biológicas –UFRJ/CCS
Maria Júlia Lima Rocha– Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ / CCS

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