O chocolate é um alimento
muito ingerido pela população mundial, chega a tomar o lugar de algumas das
refeições diárias. São raros os que não o amam. Mas de onde ele veio? Quais
seus benefícios? Será que comer chocolate pode nos causar malefícios?
O cacaueiro é uma arvore natural
das regiões tropicais da América Central, seus frutos são denominados de cacau
e são a principal matéria-prima na produção do chocolate. Não se sabe ao certo
quem inventou o chocolate, mas sabe-se que, originalmente, a semente do cacau
era amassada e transformada em uma bebida, o tchocolatl. Por exemplo, os Astecas acreditavam que o chocolate era divino, um
presente dos deuses. Ao receber seu nome científico, a árvore que dá origem ao
chocolate foi nomeada de Theobroma cacao, que
significa ‘alimento divino’.
Muitas
polêmicas envolvem o consumo do alimento divino. Em outubro de 2014, a pesquisa
publicada pelo Dr. Scott Small, do Centro Médico da Universidade de Columbia, mostra
que uma substância química que estimula a memória está presente no cacau, é o flavanol (C₁₅H₁₄O₂). Para realizarem a pesquisa, o grupo de cientistas contou com alguns
idosos, onde uns ingeriram pequenas doses (10mg) da substância e os outros
ingeriram 900mg diárias da mesma. Vale ressaltar que eles foram submetidos a
testes de memória antes e depois do experimento. Os resultados mostraram que os
testes de memória foram bem melhores após a ingestão do flavanol. Esse componente é
capaz de reverter o déficit cognitivo, preservar a massa cerebral e, assim, melhorar
a capacidade de memorização.
O problema é que uma barra comum
de chocolate não possui a dose necessária da substância para que o resultado
seja tão expressivo como foi nesta pesquisa, sendo assim, o indivíduo deve
consumir um nível maior de chocolate para obter os mesmos resultados. Entretanto,
com o aumento da ingestão outros fatores são afetados, deixe-me explicar o
processo: o chocolate é obtido a partir da mistura de diversos derivados do
cacau com outros ingredientes e no final essa mistura resulta em, no mínimo,
25% (g/100g) total de cacau, enquanto o chocolate branco contém 20% (g/100g).
Ao chocolate que normalmente consumimos (ao leite) são adicionados açúcares e
gorduras saturadas (ácidos graxos e glicerol). Esses ácidos graxos são extremamente
danosos ao corpo e estão relacionados ao aumento do nível de colesterol e
diretamente às doenças cardiovasculares e ao aumento da pressão arterial. Em
mulheres grávidas, por exemplo, essas mesmas gorduras podem resultar no atraso
do crescimento do bebê e, sequencialmente, afetar a saúde da criança.
No chocolate encontramos os seguintes
ingredientes: manteiga de cacau, gordura do leite e gordura vegetal.
A gordura do chocolate,
derivada do cacau, é constituída por dois ácidos graxos saturados, o ácido
palmítico e o esteárico, e o ácido oléico monoinsaturado, em adição de uma
pequena quantia (menos do que 5%) de outros ácidos graxos (RICHTER E LANNES,
2007, p. 358)
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Vamos debater:
- Em sua opinião, o chocolate faz bem ou faz mal a saúde?
- A pergunta que não quer calar: se é que ela existe, qual a quantidade certa de chocolate?
Bibliografia:
- RAMOS, Mariana. Simplesmente divino. Disponível em http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/ cgilua.exe/sys /start.htm ?infoid=863&sid=7. Acesso em 13 de novembro de 2014.
- CASTRO, Carol. Chocolate melhora a memória e combate a demência. Disponível em http://super.abril.com.br/ blogs/cienciamaluca/tag/chocolate/. Acesso em 27 de outubro de 2014.
- RICHTER, M.; LANNES, S. C. da S. Ingredientes usados na indústria de chocolates. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 43, n. 3, jul./set., 2007. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v43n3/a05v43n3.pdf. Acesso em 14 de novembro de 2014.
- Dietary Flavanols Reverse Age-Related Memory Decline. Disponível em http://newsroom.cumc.columbia.edu /blog/2014/10/26/flavanols-memory-decline/. Acesso em 14 de novembro de 2014. (Link para a entrevista com o Dr. Small – 2 min - https://www.youtube.com/watch?v=uHP2726diBo#t=33).
Autoria:
Jacykaysla Pacheco da Silva (Licencianda em Ciências
Biológicas – UFRJ)
&
Maiara Pereira Barreto (Licencianda em Ciências
Biológicas – UFRJ/ Bolsista PIBEX – UFRJ – CCS – FE)