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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Extra! Extra! Pais do futebol ganha medalha em Matemática!

Extra! Extra! Pais do futebol ganha medalha em Matemática!



É inegável que o Brasil tem grande notoriedade quanto o assunto envolve campo e bola de futebol. Mas será que só temos isso mesmo? Mesmo com pouca popularidade nas ultimas semanas tivemos ótimas noticias vindas da área científica. Um brasileiro acaba de ganhar a medalha Fields e também ganhamos quatro medalhas  nas Olimpíadas de Matemática do Cone Sul.
Após toda aquela loucura que foi a Copa do Mundo, onde mostramos ao mundo a nossa vocação como anfitriões, voltamos a rotina normal. A visibilidade do esporte mais praticado no país ficou um tanto abalada após o 7x1 contra a seleção alemã, o que fez gerar grandes especulações sobre o futuro da “nação de chuteiras”. Técnicos de toda parte, jogadores, comentaristas e torcedores, clamando por mais investimentos no futebol de base, na descoberta de craques mirins e no acompanhamento destes, para que no futuro possam ser os grandes nomes de uma seleção mais forte.

Entretanto, outra base que anda precisando de investimento é a educação. O Brasil ocupa o 58º lugar entre os 65 participantes do exame PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Mas mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, cinco feras na resolução de problemas acabam de trazer ao país medalhas olímpicas! São quatro medalhas nas Olimpíadas de Matemática do Cone Sul, sendo duas medalhas de ouro, uma prata e uma de bronze. Os medalhistas são Pedro Henrique Sacramento de Oliveira, de 15 anos, de Vinhedo (SP), Gabriel Toneatti Vercelli, de 16 anos, de Osasco (SP), João César Campos Vargas, de 16 anos, de Passa Tempo (MG), e Andrey Jhen Shan Chen, de 14 anos, de Campinas (SP), respectivamente.  E não acaba por aí. Uma medalha Fields foi disputada e ganha por Artur Ávila, que já possui 13 condecorações relacionadas à sua área de atuação. A Medalha Fields é considerada o Prêmio Nobel da matemática. Professores, alunos e diretores de escolas por toda nação também pedem por mais investimentos nessa área!


A medalha Fields foi concedida à Ávila por suas “notáveis contribuições no campo dos sistemas dinâmicos, análise e outras áreas, em muitos casos provando resultados decisivos que resolveram problemas há muito tempo em aberto", como descreve o comunicado oficial da União Internacional de Matemática (IMU), que concedeu o prêmio. O documento classifica o brasileiro como um mestre em resolver problemas e como possuidor de um ótimo senso para questões profundas e significativas, com formidável poder técnico, engenhosidade e tenacidade. 
(Marcelo Garcia, Revista Ciência Hoje On-line/ RJ, agosto de 2014)

Pra jogar bola, são necessárias habilidades que podem, e devem ser desenvolvidas dentro da escola, assim como matemática, física, química, biologia e português.



Questões pra debate:

  • Quanto vale um professor de matemática? E um jogador de futebol?
  • Quanto é investido em educação e em futebol no Brasil ? Pesquise a respeito.

Para saber mais:

Maria Júlia Lima Rocha– 
Licencianda em Ciências Biológicas
– UFRJ / CCS
Bolsista PIBEX – UFRJ







segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O uso de animais em pesquisas científicas é um procedimento realmente necessário?

O uso de animais em pesquisas científicas é um procedimento realmente necessário?


Grande parte dos produtos comercializados, antes de serem consumidos pelos seres humanos, são submetidos a procedimentos-testes, como por exemplo, remédios, cosméticos e higiene pessoal. Tais procedimentos, hoje em dia, são realizados em animais criados em laboratório, sendo a grande maioria camundongos (72%). Outros animais também podem ser utilizados para que os produtos possam receber aprovação para consumo humano: peixes, cerca de 13%; pássaros, cerca de 4%; cachorros, gatos e macacos, que totalizam menos de 0,5%. O uso destes animais para teste tem gerado muita polêmica entre cientistas e ativistas que defendem o direito dos animais. Discute-se incessantemente a real necessidade de utilização de animais para testes em produtos, principalmente, em produtos de beleza.


Claude Bernard (1813-1878) era um fisiologista francês, ou seja, estudava o funcionamento dos organismos. Para isto, ele mantinha um biotério e um laboratório nos porões de sua casa porque julgava muito necessária a utilização de animais vivos para as pesquisas científicas. Sua esposa e sua filha, cansadas de ouvir os gritos dos animais que eram torturados, saíram de casa e criaram a primeira sociedade francesa em defesa dos animais. Desde então, outras fundações surgiram e a polêmica só cresceu.


Muitos cientistas declaram que no momento não é viável realizar experimentações científicas sem o uso de animais já que as interações entre células são muito complexas e ainda não foi possível imitá-las, por isso elegem os animais criados em laboratórios para modelos experimentais. Ao mesmo tempo, defendem a Lei Nº 11.794/2008, também conhecida como Lei Arouca, que estabelece, através da Constituição Federal, os procedimentos para o uso científico de animais e a seguem rigorosamente.  As empresas médicas também concordam que sem a experimentação nos animais o entendimento das doenças humanas e o desenvolvimento de novos tratamentos serão prejudicados.


Por outro lado estão os ativistas, que usam de todos os métodos necessários para a erradicação de procedimentos-testes em animais. Afirmam que 65% dos experimentos são realizados sem anestesia, podendo ou não envolver o ato da vivissecção, que consiste na dissecação (separação de partes do corpo de um organismo) de animais vivos com a finalidade de estudos. Além disso, também alegam que já existem inúmeros métodos eficientes e eficazes que podem e já estão sendo usados nessa área e que a utilização de animais em pesquisas. É um retrocesso e um desrespeito à vida.
Segundo a ECEAE (European Coalition to End Animal Experiments), 12 milhões de animais são usados anualmente nos laboratórios europeus. A cada 10 minutos, 137 animais sofrem em experimentos cruéis e dolorosos. Um exemplo da crueldade está em testes do botox, usado para suavizar rugas:

“Cada lote de botox que é posto à venda foi testado em centenas de ratinhos usando o controverso teste de envenenamento por Dose Letal. O teste é chamado LD50 (Letal Dose ou Dose Letal) porque na experiência se procura a dose que matará 50% dos ratinhos – o que causa um sofrimento horrível. Os ratinhos são infectados na barriga com  botox e depois observados para que se vejam quantos morrem. Os ratinhos começam a ficar paralisados, tentando respirar e, se deixados abandonados, sufocarão até morrer”.

Questões para debate:
  • Você defende a utilização de animais para pesquisas científicas? Quais dos envolvidos no debate (ativistas e cientistas) você acredita que possuem uma justificativa mais aceitável?
  • Você acredita que há como usar animais para testes de maneira controlada e de forma que não cause sofrimento aos bichos ou que a ciência deve se preocupar em desenvolver ferramentas que sejam eficientes para a experimentação?
  • Algumas frases inspiradoras para ajudar no debate. Elas são de Donna Haraway, filósofa, escritora e professora:
- “Não é matar que nos leva ao exterminismo, mas sim tornar os animais matáveis.”

- “Considerar os animais como sistemas de produção e como tecnologias não é nenhuma novidade. Levar os animais a sério como trabalhadores sem os confortos das estruturas humanistas para pessoas e animais talvez seja algo novo e possa ajudar a conter as máquinas de matar.”

Bibliografia: 


Fontes das imagens:

  • Vista-se.com.br  - portal sobre veganismo e Direitos Animais do Brasil. (http://vista-se.com.br/veja-o-que-pensa-a-comunidade-cientifica-brasileira-sobre-testes-em-animais-para-produtos-cosmeticos/)
  • Projeto Cienciando - divulgação de inovações, avanços e conteúdos da área de Ciências em geral. (http://projetocienciando.blogspot.com.br/2012/05/experimentacao-animal-crueldade-ou.html)
  • Brasil escola (http://www.brasilescola.com/animais/animais-laboratorio.htm)

Autoria: 

Maiara Pereira Barreto (Licencianda de Ciências Biológicas – UFRJ / Bolsista PIBEX – IB – FE – UFRJ)

David Geber (Graduando de Ciências Biológicas – UFRJ / Laboratório de Vertebrados – UFRJ)

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cadê as águas de março, abril, maio junho...?

Cadê as águas de março, abril, maio junho...? 




São Paulo, a poderosa e única megalópole do país é famosa por ser a terra da garoa. Seus moradores, nos últimos meses, têm feito uma pergunta frequente: “o que vem acontecendo com a nossa água?” É visível o desabastecimento de água, um dos artigos básicos à vida. Governo, ONGs  e população tentam defender seus pontos de vista e necessidades, mas o mistério permanece: como resolver o problema da falta d’água?
Com a irregularidade de chuvas durante o verão de 2013/2014 o sistema de abastecimento de Alto do Cantareira sofre com uma estiagem jamais vista. Os níveis de seus reservatórios já atingiram menos de 15%. Para manter um abastecimento regular a SABESP (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) lançou mão de um recurso um pouco duvidoso, a utilização do chamado ‘volume morto’ do Sistema Cantareira.

 O chamado ‘volume morto’ é composto por águas mais profundas do sistema, isto é, aquelas que não foram usadas e se acumularam no fundo dos reservatórios. Por esse fato, podem conter poluentes que são prejudiciais à saúde da população. Outro risco de se utilizar o ‘volume morto’ é o fato de ser uma reserva de emergência, e se o ciclo da chuva não se regularizar nos próximos meses, o rombo no Sistema Cantareira pode passar de 30% negativos em 2015.

No meio a crise de abastecimento o governo de São Paulo afirma que não há necessidade de racionamento de água. Entretanto, a população já sofre com a falta de água nas torneiras. O IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) liberou dados de uma pesquisa realizada entre os dias 26 de julho e primeiro de agosto, onde 73% dos relatos dos consumidores informam a falta de água durante a noite, 9% durante a manhã e 13% durante o dia e a noite.   5% dos moradores informam que as torneiras secam  no período da tarde.
A frequência da falta de água ficou distribuída assim: todos os dias, uma vez por dia - 73%; mais de uma vez por semana - 17%; mais de uma vez por dia - 5% ; 1 vez por semana -  3%;  uma vez por mês - 1%; mais de uma vez por mês - 1%. 

De acordo com os relatos, as regiões mais afetadas com a falta de abastecimento de água são, respectivamente são: a zona Oeste (24%), Norte (23%), Sul (20%), Leste (25%) e Grande São Paulo (8%). Outro dado alarmante é que 59% dos participantes percebem comprometimento na qualidade de água fornecida. (Fonte: IDEC, 2014)



        Questões para debate:

O que pode ter causado a estiagem  que vem afetando o abastecimento do Sistema Cantareira: interferência humana  que causa o aquecimento global ou a ausência de planejamento  do governo paulista? As duas possibilidades podem ser complementares?
Quais medidas deveriam ser tomadas, em sua opinião, para melhorar a distribuição de água e prevenir um racionamento na cidade de SP?

Para aprofundar o debate.

Não é a primeira vez que você vê um tema assim aqui, uma boa leitura complementar é o clipping sobre mudanças climáticas.

Veja também.


 



Fontes:

Autoria
Maria Júlia Lima Rocha 
Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ / CCS
Bolsista PIBEX – UFRJ