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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Eu vou invadir a casa dos anfíbios ou protegê-los?

EU VOU INVADIR A CASA DOS ANFÍBIOS OU PROTEGÊ-LOS?

A Classe Amphibia é formada por 3 ordens: Caudata (salamandras), Gymnophiona (cecílias ou cobras-cegas) e Anura (sapos, rãs e pererecas). É a classe de vertebrados com o maior número de espécies se extinguindo no mundo. Devido suas características fisiológicas ou orgânicas, como respiração, nutrição, etc e às características ecológicas, como pele permeável (que permite a passagem de algum fluido), o que os torna vulneráveis a dessecação (perda excessiva de água) e ao aumento de temperatura do corpo, eles são afetados por qualquer distúrbio ambiental, como a poluição. Atualmente, as duas principais causas da diminuição das populações de anfíbios são a doença causada pelo fungo quitrídeo (Batrachochytrium dendrobatidis) e a destruição de seus hábitats.



Ordem Caudata - salamandra (Bolitoglossa sp) e Ordem Gymnophiona - cobra-cega (Caecilia marcusi). Fotos por Paulo S. Bernarde. Fonte: http://www.herpetofauna.com.br/Anfibios.htm

A perda de hábitats vem aumentando com o avanço da sociedade humana. Desde o momento em que deixamos de ser nômades, ocorreram desmatamentos. Florestas nativas foram derrubadas para a criação de espaços para o uso na agricultura e na pecuária de subsistência e, com o passar do tempo, para a construção de cidades, indústrias, grandes plantações e criação de animais. Do ponto de vista econômico essas mudanças podem ser importantes no desenvolvimento do nosso tipo de sociedade, principalmente pela necessidade de emprego, moradia, alimentos para a população, além do desejo de lucro. Se houver uma floresta em uma determinada área, provavelmente essa área não poderá ser usada para o plantio, sendo assim, não haverá o cultivo de soja, por exemplo, usada para alimentação de animais e humanos, e para a produção de biodiesel.

Plantação de soja (www.ufgrs.br)

Entretanto, muitos ecossistemas são destruídos e espécies de animais (alguns ainda nem descobertos) estão sendo extintos. Os anuras possuem um importante papel ecológico na cadeia alimentar. Sabe quando aparecem vários mosquitinhos chatos que ficam picando a gente? Pois bem, os sapos são os principais predadores desses insetos. Então, tente imaginar um mundo onde não existam sapos. Além disso, não podemos esquecer que os sapos também são alimentos para vários animais, como cobras e corujas. 

Se os sapos forem extintos, você notará.
(http://kqedscience.tumblr.com/post/14172256780/if-frogs-go-extinct-youll-notice)

Do ponto de vista econômico e farmacológico os sapos também são importantes. Eles possuem substâncias tóxicas usadas para sua defesa contra predadores, mas com o avanço nas pesquisas estas substâncias estão sendo usadas para o desenvolvimento de medicamentos que combatem doenças. O veneno do sapu-cururu (Rhinella jimi) – é o mesmo sapo cururu da música – é usado para o tratamento da leishmaniose e doença de Chagas. Um outro sapo Epipedobates tricolor possui uma substância que é 200 vezes mais potente que a morfina. Imagine o uso em pacientes com fortes dores! O caso mais antigo de uso do "veneno" é do kambô, o Phyllomedusa bicolor (na verdade o kambô é uma perereca!), do qual os indígenas da Amazônia fazem a vacina do sapo. Eles retiram a secreção do animal, fazem um pequeno ferimento no braço da pessoa que irá tomar a vacina e injetam a secreção. Ela causa inúmeras reações como náusea, diarreia, vômitos, mas os índios acreditam (e os cientistas também estão começando a acreditar) que essa substância pode curar diversas doenças. 


A perereca Phyllomedusa bicolor. Fonte: http://www.herpetofauna.com.br/Kambo.htm.


GLOSSÁRIO   
Termos
Significados
Biodiesel

Combustível de automóvel feito a partir de óleos vindo de plantas ou de gordura animal.

Ecossistema
Relação entre todos os seres vivos com o ambiente em que estão presentes.

Metamorfose
É uma transformação na forma e estrutura do corpo que alguns animais passam durante o ciclo de vida. Ex. o girino que se transforma em sapo e a lagarta que pode virar uma borboleta ou mariposa.

Nutrientes
Substâncias adquiridas na alimentação e necessária para o funcionamento adequado de todos os seres vivos.

 DEBATES

  • Os anfíbios são animais que possuem grande importância para a sociedade, tanto farmacológica, alimentícia (acredite, tem gente que gosta de comer rã) como ecológica. Entretanto, esses animais vêm perdendo seus espaços no ambiente devido, principalmente, ao desmatamento. O desmatamento também possui importância econômica para o país. A partir do texto acima, de pesquisas e opiniões, dividam-se em grupos de 4 ou 5 e debatam o que vocês consideram mais importante: preservar os anfíbios ou desflorestamento. Ao final, comparem a opinião dos grupos e vejam a conclusão de cada um.


  • Observe a imagem abaixo. Ela mostra um engenheiro no meio da floresta com o balão da conversa em branco. O que você acha que ele irá falar? Podemos preservar ou construir. Compare sua resposta com a de seus colegas.



JÁ VIU SAPO CANTAR?

Então acompanhe a vocalização do Dendropsophus minutus

fonte: http://ardobrasil.blogspot.com.br/search/label/Anuros

 




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • APROSOJA. Os usos da soja. Disponível em: http://www.aprosoja.com.br/sobre-a-soja/Os-usos-da-Soja 26 Junho. 2014.


  • ARRAES, Ronaldo de Albuquerque e; MARIANO, Francisca Zilania; SIMONASSI, Andrei Gomes. Causas do desmatamento no Brasil e seu ordenamento no contexto mundial. Rev. Econ. Sociol. Rural,  Brasília ,  v. 50, n. 1, Mar.  2012 .   Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010320032012000100007&lng=en&nrm=iso. 26 Junho 2014. 


  • MULLER, Fernanda. Agricultura é apontada como grande vilã do desmatamento. Disponível em: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/agricultura1/noticia=731944. 26 Junho 2014.


  • RODRIGUES, Adriele. A importância dos anfíbios. Disponível em: http://www.revistafapematciencia.org/noticias/noticia.asp?id=466. 26 Junho 2014.

Autoria:

David Geber
Licenciado em Ciências Biológicas – UNIGRANRIO
Bacharelando em Ciências Biológicas – Zoologia – UFRJ
Laboratório de Vertebrados – Departamento de Ecologia – UFRJ

terça-feira, 22 de julho de 2014

Criança ou adulto em miniatura? De volta ao século XV...

 Criança ou adulto em miniatura? De volta ao século XV...


No século XV, um pouco mais de 500 anos atrás, o termo “criança” ou “infância” não existia. Naquela época, as crianças eram vistas como “ADULTOS EM MINIATURA”, ou seja, eram tratadas e vestidas como adultas. Também não possuíam direitos ou deveres como criança. Para a sociedade, elas só precisavam crescer! Havia uma grande valorização do adulto, isso porque das crianças que nasciam poucas conseguiam se desenvolver, muitas morriam antes mesmo de chegar à fase que hoje conhecemos como adolescência, já que naquele tempo havia muitos problemas com doenças. Sendo assim, as crianças como seres mais sensíveis às patologias, somadas ao escasso atendimento médico, na maioria das vezes, acabavam morrendo. Devido à mortalidade excessiva, as mães eram aconselhadas a não se apagarem aos seus filhos. Em muitos casos também não havia o cuidado na família, sendo as crianças entregues às ‘casas de cuidado’. Ao chegarem à idade em que podiam trabalhar, estavam “livres” para seguir com suas vidas. As crianças que conseguiam chegar à fase da adolescência já eram consideradas adultas.  
“Desde os começos da nova indústria, as crianças foram empregadas nas fábricas. (...) A alta taxa de mortalidade que se verifica entre os filhos dos operários, especialmente dos operários fabris, é uma prova suficiente da insalubridade do ambiente em que transcorrem os primeiros anos de vida.” (ENGELS, 2008, [1845], p. 187)
INSALUBRIDADE: condições prejudiciais à saúde, além do limite tolerado pelo indivíduo.
 


“As roupas severas e rebuscadas das meninas do século XIX revelam a pouca preocupação da época por trajes que deixassem a criança à vontade. Os cabelos frisados ou presos em penteados elaborados, as jóias e adereços que confundem-se com os de adultos, a expressão séria, acompanhada do livro, servem para complementar a impressão de que estamos observando, na verdade, adultos em miniatura.” (FONTE: Exposições Virtuais)

Um filósofo e educador chamado Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), se atentou para acontecimentos da época e percebeu que alguma coisa estava errada. Ele observou que uma criança tinha necessidades diferentes dos adultos, e que eram seres que precisavam de mais atenção e cuidados especiais, além de melhores condições de vida para um melhor desenvolvimento. Diante desses fatos, concluiu que elas não podiam mais ser chamadas e nem tratadas como adultos em miniatura. Ele passou a defender uma maneira revolucionária e inovadora de educação para sua época, a educação de acordo com a natureza do indivíduo, onde cada fase de vida deveria ser valorizada. Com seus estudos passamos a ter outra compreensão da infância, da adolescência e da fase adulta. Rousseau tornou-se um grande filósofo em sua época. A partir de suas ideias, cada vez mais as crianças foram adquirindo direitos e deveres. Com o passar dos anos, surgiram os ‘Jardins de Infância’ (termo dado por Rousseau), que foram as primeiras escolas voltadas ao desenvolvimento da criança. Leis de defesa das crianças e adolescentes foram criadas, para que não mais fossem explorados e tratados como adultos.

Aula de natação no clube Sírio Libanês
Rio de Janeiro, 1971 (FONTE: Exposições Virtuais)

Na sociedade atual, vemos pais cada vez mais preocupados com o futuro de seus filhos e, por este motivo, muitas crianças saem da escola e vão direto para o curso de língua estrangeira, aulas esportivas, as meninas levadas para o ballet, ou, ainda, para jornada dupla na escola. Após um dia cheio de atividades, as crianças chegam em casa e ainda precisam fazer as tarefas escolares. Diversificar atividades é muito importante para o desenvolvimento infantil, mas a realidade é que elas vêm trazendo cada vez mais responsabilidades para as crianças e substituído a “hora de brincar” por uma pesada rotina de obrigações.
Mas pra quê brincar? A rotina de atividades e o avanço da tecnologia fez com que as crianças perdessem o interesse pelos brinquedos tradicionais e, muitas já possuem muito cedo aparelhos celulares. Essa suposta perda de interesse obrigou os fabricantes a “informatizarem” seus brinquedos para que eles atraiam o interesse infantil.


(FONTE: Imagens do Google)



Além disso, as roupas e os acessórios para a criança passaram a acompanhar a estética adulta. As meninas desde cedo já aprendem a se maquiar e pintar as unhas, assim como escolhem brincos e colares para usarem com suas roupas modernas. Até concursos de “miss mirim” já existem. Os meninos com suas roupas, tênis e cordões, geralmente utilizados por adultos não ficam atrás. As crianças estão cada vez mais biologicamente e psicologicamente parecidas com os adultos, mas nem sempre elas agem ou devem ser tratadas dessa forma.

Roupas “tal mãe, tal filha”
(FONTE: Imagens do Google)

Vamos debater?

  • ·     “A criança precisa de liberdade para viver e aproveitar cada fase da sua vida, em seu devido tempo e não ser considerada um adulto em miniatura.” Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Discuta esta frase de Rousseau e responda: você acredita que estamos vivendo em uma sociedade que “obriga” nossas crianças a viver como adultos em miniatura? 
  •              Após assistir ao documentário “Criança, a alma do negócio”, discuta a parcela de responsabilidade da família, da mídia ou da sociedade pela proteção à infância.



Bibliografia:


Autoria:


Maiara Pereira Barreto (Licencianda de Ciências Biológicas – UFRJ)
Bolsista PIBEX – IB/CCS/FE




segunda-feira, 14 de julho de 2014

TRANSGÊNICOS: PROBLEMA OU SOLUÇÃO?

Transgênicos: problema ou solução?


Os genes são partes do DNA (ácido desoxirribonucleico) responsáveis pelas características dos seres vivos. Essas características podem ser físicas e fisiológicas. Um organismo geneticamente modificado (OGM) é aquele que possui qualquer alteração em seu genoma original. De acordo com essa definição, podemos, agora, caracterizar os transgênicos como OGMs os quais receberam parte do genoma (um gene específico) de outro organismo.

Se colocarmos em um organismo um determinado gene, como por exemplo, ligado à resistência a pesticidas em uma plantação, as ervas daninhas serão prejudicadas, e assim, a produção interessada não será eliminada pelo veneno.


Podemos citar outras vantagens apontadas pelos partidários dos OGMs, abaixo:

  •         Capacidade praticamente ilimitada de transferência de genes – É possível transferir para o organismo quantos genes forem necessários para sua resistência, crescimento ou mesmo aparência;
  •       Perspectiva lucrativa às grandes potências biotecnológicas e aos produtores rurais adeptos desta tecnologia - É possível manipular, reduzir ou erradicar as causas de perda da produção de alimentos;
  •          Capacidade de resistência às doenças e pragas;
  •          Diminuição do uso de pesticidas;
  •          Desenvolvimento mais acelerado da produção;
  •          Aumento da qualidade nutritiva.


Porém, nem tudo é somente sucesso e lucro. Devemos pensar também nos malefícios vinculados a essa prática; afinal, estamos modificando o material genético de um ser vivo! É nesse ponto que observamos um grande problema: poucos estudos acerca do tema estão sendo divulgados, dificultando a avaliação de riscos pela população consumidora destes produtos.


 Podemos citar alguns outros problemas, abaixo:

  •       Possíveis alergias, alterações no sistema nervoso e motor e danos severos ao fígado;
  •       Contaminação gênica;
  •       Ameaça à biodiversidade;
  •       Possível não-transferência do gene incorporado às gerações seguintes;
  •       O elo final, agricultores e consumidores ainda não possuem confiança nesses produtos (principalmente por serem “novos’ e por não terem dados conclusivos);
  •    Poucas pesquisas são realizadas e divulgadas justamente pela grande pressão econômica feita através dos grandes produtores da tecnologia. Assim, possuímos dados insuficientes relacionados ao consumo de longo prazo, nas áreas da saúde e ambiental;





Debatendo...

1 – Há pouco incentivo à pesquisa a respeito do impacto ambiental/saúde causado pelos transgênicos. Por que isso acontece?
2 – Como identificar produtos transgênicos industrializados? E os comercializados individualmente (“sacolões” e hortifruttis)?
3 – Quais outras questões podem ser abertas nas áreas de saúde, meio ambiente, ética e cultura relacionadas ao consumo de transgênicos?


Assista aos vídeos:

O mundo segundo a Monsanto (traduzido) - 1h50min


e

Milho transgênico pode provocar tumor - 2min





Fontes:

  • Camara, M.C.C. et al. Transgênicos: Avaliação da possível (in)segurança alimentar através da produção científica. História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Rio de Janeiro. Vol. 16, n.3, jul – set. 2009, p.669-681.
  •  Valles, S. ‘Transgênicos sem manequeísmo’. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. VII(2), 493-98, jul. – out. 2000.
  • Cavalli, Suzi Barletto. Segurança alimentar: a abordagem dos alimentos transgênicos.Rev.Nutri.Vol.14.suppl. 0.Campinas.2001.

  
Autores:

Whitaker Jean Jaques e Silva – whijeanjs@gmail.com
Nataly Lima – lima.p.nataly@gmail.com

Paula Regina de Almeida da Silva. – paulareginaaps@ig.com.br



quinta-feira, 10 de julho de 2014

Reintroduzir espécies exóticas ou não?

Reintroduzir espécies exóticas ou não?


 Alguns pesquisadores propõem fazer com que processos ecológicos perdidos há milhares de anos, no período em que ocorreu a divisão das Américas com o continente africano, ao final do Pleistoceno (época geológica caracterizada pelo surgimento e evolução do Homo sapiens), retornem através do transporte de populações de grandes vertebrados africanos e asiáticos para o continente americano. A ideia surgiu porque existe uma forte evidência de que a megafauna nas Américas da época foi levada à extinção pela caça executada por humanos (Martin & Klein, 1984), causando a perda de muitas interações ecológicas, como por exemplo, a dispersão de sementes e frutos comidos por esses animais extintos (Janzen & Martin, 1982). Segundo os pesquisadores que defendem esta opção, esta seria uma solução para os grandes mamíferos da África que hoje morrem encalhados em um continente com poucos recursos para a sua sobrevivência.


Estes ecólogos apoiam a reintrodução das espécies e esperam que os animais substituam os que desapareceram há 13.000 anos, e que tragam de volta os processos ecológicos que, indiretamente, foram interrompidos por seres humanos, o que permitiria a recriação dos ecossistemas naturais nas Américas antes das extinções. Eles defendem que a megafauna desses continentes compartilham suas histórias evolutivas. Além disso, há indícios na América do Norte que relatam a existência de frutos que eram comidos pela megafauna já extinta, e que poderiam ressurgir pelas interações ecológicas desaparecidas com a extinção.


Oliveira-Santos & Fernandez (2009), dizem que estes pontos são importantes, mas não são suficientes para se acreditar que a reintrodução seja uma boa alternativa para a conservação das espécies da megafauna africana. O maior problema seria restaurar interações perdidas sem o risco de contrair novas interações indesejadas, incluindo a disseminação de doenças. Muitas espécies poderiam adquirir novas funções ecológicas imprevisíveis quando introduzidas em um novo ambiente, muitas vezes levando as populações e comunidades nativas para destinos trágicos, como verificado em pesquisas sobre o controle biológico, onde metade das espécies introduzidas tornaram-se pragas (Hokkanen & Lynch, 1995).
Para Oliveira-Santos & Fernandez (2009), se a reintrodução ignorar essas lições, o risco de extinção e de redução irreversível das populações nativas de muitas espécies será elevado. Muitos estudiosos dizem ter pouca razão para acreditar que seria sensato introduzir muitos animais de grande porte, que potencialmente poderiam ter grandes efeitos sobre os ecossistemas de hoje e, em seguida, esperar que processos ecológicos semelhantes àqueles que existiam no final do Pleistoceno, sejam recriados nos dias de hoje. 


  VAMOS DEBATER...   

  • É possível prever se os efeitos da reintrodução de espécies em um ecossistema?
  • Será que a reintrodução de novas espécies seria umaalternativa para recriar ecossistemas e interações vividas há 13.000 anos?

Bibliografia:

  •  Oliveira-Santos, L.G.R. & Fernandez, F.A.S. Pleistocene rewilding, frankenstein ecosystems, and an alternative conservation agenda. Conservation Biology, Volume 24, nº 1, 4-6, 2010.
  •   Donlan, Josh et al. Re-wilding North America. Nature. Volume 436, 18 de agosto de 2005.

AUTORAS: 
Joice Silva Leite & Marina Maldonado Marins de Souza
(Licenciandas do curso de Ciências Biológicas/UFRJ)


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quinta-feira, 3 de julho de 2014

É possível produzir energia "limpa"?

É possível produzir energia "limpa"?


Energia sustentável ou energia limpa são termos utilizados para fontes que produzem formas de energia sem que haja impactos ambientais, ou seja, sem que para isto, o meio ambiente seja agredido. Novas alternativas de produção de energia começaram a ser pensadas não só para diminuir a quantidade de gases poluentes lançados na atmosfera, mas também porque as fontes utilizadas para essa produção (os famosos combustíveis fósseis, como mais popular, o petróleo) são esgotáveis, ou seja, um dia irão acabar. Então, novas formas de se obter energia elétrica precisavam ser pensadas.
Assim surgiram várias opções, dentre elas a energia solar (obtida pelos raios solares), a energia hidráulica (fornecida através da movimentação da água) e a eólica (produzida através da captação de correntes de vento). A hidráulica é a que possui maior capacidade de produção de energia e, em custos, é mais barata (vide quadro informativo), sendo a mais utilizada no país. Fontes que nunca se esgotam, possuem baixo custo de manutenção e, ainda por cima, não poluem. Uma ideia genial! Será? Vamos conhecer algumas dessas formas?


Solar: De toda a luz solar que chega à Terra, apenas uma pequena parte é absorvida pelos seres vivos, podendo assim, ser aproveitada para as necessidades humanas. Para que seja usada na produção de energia, a luz solar é captada por meio de painéis com células fotovoltaicas, que a transformam em energia elétrica. Depois de pronta para uso, ela não gera poluição alguma e sua manutenção em custos finais torna-se barata, já que exige pouca manutenção. Porém, para a produção dos painéis é necessário processar certa quantidade de silício (componente químico), que emite gases poluentes na atmosfera, causando poluição.
Eólica: É produzida quando turbinas de 2 ou 3 hélices giram, graças a força do vento, e este movimento transforma energia mecânica em energia elétrica. Seu custo de instalação é baixo (em relação a fontes não renováveis de energia), e não polui. Porém, a instalação de usinas eólicas pode resultar em impactos, por exemplo: ameaça ao voo de pássaros, caso sejam instaladas em sua rota de migração; poluição sonora e também interferência em transmissões de rádio e TV.
Hidráulica: É obtida quando a água passa com muita força e velocidade nas tubulações de usina hidrelétrica, isso provoca o movimento das turbinas e gera energia. O seu rendimento é o maior entre todas as fontes alternativas de energia e seu custo de manutenção é basicamente zero. Na mesma medida em que gera muita energia, também gera muitos problemas.  De todas as fontes renováveis de energia, a energia hidráulica é a que a mais causa impactos ambientais. Ela pode causar: morte de peixes, podendo ainda prejudicar também sua reprodução; perturbação de habitats, quando a colocação das barragens destrói parte do ecossistema e, assim, muitas espécies - animais, vegetais e microorganismos do solo - são destruídas; alagamentos de cidades com o deslocamento de pessoas, por causa da inundação de extensas áreas.


Apesar de todos os problemas gerados com a produção de energia limpa, diante do custo financeiro e socioambiental, sua produção precisa ser considerada em virtude de uma sociedade que cada vez mais consome quantidades absurdas de energia.


QUADRO INFORMATIVO (FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS)
Tipo de energia
Custo de instalação
Custo de produção
(Gastos para que haja a produção de energia)
Produção (MWh)
(atual)
Solar
Não informado
-
1,49
Hidrelétrica
(Grande porte)
84,58
-
78.685,53
Eólica
99,58
-
1.543,04
Fonte: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)


QUADRO INFORMATIVO (FONTES DE ENERGIA NÃO-RENOVÁVEIS)
Tipo de energia
Custo de instalação
Custo de produção
  Preço final
Óleo combustível
166,57
505,76
672,33
Óleo diesel
166,57
630,29
796,86
Fonte: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)


Questões para debate
  •   Compare as vantagens e desvantagens da produção de energia "limpa". Podemos dizer que existe um tipo mais viável para ser investida? Justifique!
  •    Se você pudesse criar uma forma de se obter energia, como seria?


Bibliografia:



Autoria:
Maiara Pereira Barreto
Licencianda em Ciências Biológicas - UFRJ
Bolsista PIBEX CCS/FE