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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Os animais agem só por instinto?

 Os animais agem só por instinto?



Créditos da imagem: Biólogos na rede – artista: Damian Buzugbe


Antes de qualquer coisa, vamos entender o que é o instinto! Instinto é uma palavra sinônimo de impulso, significa “agir sem pensar” e é uma ação realizada em casos de necessidade. Quando, por exemplo, estamos diante de uma situação de sobrevivência ou medo, usamos nossos instintos. É algo presente em todos os seres vivos!
O que marca a grande diferença entre “animais” e humanos é que, durante um período evolutivo, nosso cérebro se desenvolveu e nós adquirimos capacidade de pensar, o que resultou na definição de animais como seres irracionais e humanos como seres racionais.
A discussão surgiu quando animais começaram a apresentar comportamentos que, para muitos, não são consideradas instintivos, e sim um possível vestígio de raciocínio. Não é um padrão das espécies em geral e não envolvem necessariamente respostas à sobrevivência. Eis alguns exemplos de tais comportamentos:


  •     Experimentos feitos com polvos comprovaram que eles são capazes de abrir frascos, apertar parafusos e até pegar um sanduíche dentro de uma cesta;
  •    Golfinhos foram vistos arrancando pedaços de poríferas (esponjas do mar) e envolvendo seus narizes com eles, para evitar escoriações (lesões na pele)
  •    Uma leoa readaptada ao seu ambiente natural reconhece o homem que cuidou dela quando filhote, e ao invés de atacá-lo, troca carinhos;
  •     Hachiko, que ficou conhecido por inspirar o filme “sempre ao seu lado”, era um cachorro que ia todos os dias à estação de trem num determinado horário esperar seu dono voltar do trabalho. Um dia, seu dono faleceu enquanto trabalhava, então Hachiko passou o resto de sua vida naquele lugar na esperança de que seu dono retornasse um dia. Depois de 9 anos de espera, Hachiko morreu;
  •    Macacos conseguem controlar braços virtuais através de impulsos nervosos (cerebrais).

 Imagem do projeto "andar de novo"

Para quem acredita que os animais também possuem capacidade de raciocinar, essas informações são mais que o suficiente para serem usadas como provas. Porém, há quem confirme que os animais são irracionais e que o instinto é dominante em toda a sua vida. Para estes, estas atitudes ainda são consideradas instinto, porque expressar emoção não é resultado de um raciocínio. No caso de atitudes consideradas inteligentes, os animais geralmente recebem estímulos para realizá-las, quase sempre o estímulo é comida.



   Imagem do filme "Sempre ao seu lado"



Faça uma pequena investigação:

1    Você conhece algum animal que possui atitudes fora do “comum”? Monte uma tabela indicando se ele recebeu algum estímulo para isso ou se o surgimento de um comportamento novo foi involuntário; se outros animais da mesma espécie ou linhagem evolutiva agem da mesma maneira que o animal observado; e se essa atitude só é exercida diante de alguma situação específica, como por exemplo, quando alguém ordena. Compare os resultados das suas observações com a de seus colegas e anote suas conclusões.


Bibliografia:

Informações complementares:

  •  Vídeo: Gatinho tenta reanimar outro gatinho que morreu, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=PlH22OCdhKw
  •  Vídeo: Reação de macacos que são recompensados de maneira diferente, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NQIzuwAeARg


Autoria: 
Maiara Pereira Barreto – (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ / CCS / FE; 
Bolsista PIBEX – UFRJ)




segunda-feira, 21 de abril de 2014

Ler com pouca iluminação enfraquece a visão?

Ler com pouca iluminação enfraquece a visão?


‘’Menino, acende essa luz! Ler no escuro estraga a vista!” Quem nunca ouviu os pais dizendo isso”? Mas será que a quantidade de luz que usamos para ler realmente importa? Ler sem luz causa danos a longo prazo para os nossos olhos?
Uma coisa é certa, para que possamos enxergar, é preciso a presença de luz, pois ela torna possível a visão e a percepção das cores. Um local melhor iluminado permite que possamos enxergar melhor, com cores mais vivas e maior contraste, tornando o esforço visual menos penoso. Se você lê com pouca luz, seus músculos visuais podem obter sinais mistos. Quando o objeto estiver mal iluminado, o foco torna-se mais difícil, porque o contraste entre o texto e a página não é tão grande, o que diminui a capacidade do olho de distinguir detalhes visuais. Essa capacidade é chamada acuidade visual. Seus olhos têm de trabalhar mais para separar as palavras na página, o que tensiona a musculatura ocular.
Quando seus olhos estão trabalhando tão intensamente por um longo período de tempo, tornam-se cansados, assim como qualquer outro músculo. A tensão muscular pode resultar em uma série de efeitos físicos, incluindo dores ou coceira nos olhos, dores de cabeça, nas costas, dores no pescoço e visão turva.





Para entender isso, precisamos dar uma olhada em como nossos olhos funcionam. Ao tentar discernir as letras em condições deficientes de iluminação, duas partes específicas do olho são usadas: o músculo ciliar que precisa manter o cristalino instruído para ler letras e os próprios fotorreceptores. Em luz fraca ou deficiente, os bastonetes sensíveis à luz são particularmente importantes. Eles exigem um pigmento especial, rodopsina, também conhecida como púrpura visual. A estrutura molecular muda quando a luz ambiente é reduzida.
A pupila é a área em nosso olho responsável por regular a quantidade de luz que entra na estrutura ocular. Na presença de pouca luz, ela se abre mais e em ambientes com maior luminosidade ela se fecha mais. Quando você entra em uma sala onde a luz é pouca, o olho ajusta-se de várias maneiras. Em primeiro lugar, as células da haste e do cone na retina começam a produzir produtos químicos mais sensíveis à luz. Estes produtos químicos ao detectar a luz, a convertem  em um sinal elétrico e a transmitem  para o cérebro. Em segundo lugar, os músculos da íris relaxam, o que faz com que a abertura do olho, a pupila, se torne muito grande. Isso permite que seu olho passe a recolher o máximo de luz possível. Finalmente, as células nervosas da retina se adaptam de modo que possam funcionar com pouca luz. Quando você lê, o olho deve ser capaz de focar uma imagem das palavras em sua retina. Para fazer isso, a íris, bem como os músculos que controlam a forma da sua lente devem contrair para manter a imagem focada sobre a retina .


Enquanto a visão é um processo complicado, o olho apenas recebe a luz.

ü  A pergunta que não quer calar:
LER COM POUCA LUMINOSIDADE, ENFRAQUECE A VISÃO?


Bibliografia:
·         FONSECA, Ingrid Chagas Leite da. A Qualidade da Luz e sua Influência sobre a Saúde, o Estado de ânimo e Comportamento do Homem. Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado, PROARQ/ FAU/ UFRJ, 2000.

·         PORTAL SÃO FRANCISCO. Disponível em:         <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-olho- humano/corpo-humano-olho-humano-2.php#ixzz1veFqcruN>.

·         TORMANN, Jamile. A luz em nossos olhos, Caderno de iluminação: Arte e Cênica, p. 47, Editora Música & Tecnologia, Rio de Janeiro, 2006.
·         CASTRO, Iara Sousa ; RHEINGANTZ, Paulo Afonso ;




Autoria :
Ariel Pereira - Licencianda de ciências biológicas UFRJ






segunda-feira, 14 de abril de 2014

Grafite: arte ou vandalismo?


Grafite: arte ou vandalismo?

Grafite ou grafito (do italiano graffiti, plural de graffito) significa em latim e italiano “escritas feitas com carvão”,  já grafiti vem da palavra “graphein” em grego, e significa “escrever”.  Já é possível perceber que o grafite vem de muito longe, lá do Império Romano. Algumas fontes indicam que o nascimento do grafite deu-se com as pinturas rupestres, feitas ainda no período paleolítico pelos homens das cavernas.
No início dos anos 70, nos guetos americanos os jovens começaram um novo momento dessa prática, agora com tinta spray e não mais com carvão como em Roma. Nascia assim o grafite moderno com o intuito de transmitir mensagens entre o maior número possível de pessoas, como nos trens urbanos; de demarcar territórios, no caso das gangues; como forma de arte popular e de protesto. Existe ainda o grafite como movimento social, que visa por meio da aprendizagem de suas técnicas, transformar jovens de comunidades carentes em desenhistas.





Por falta de uma regulamentação clara sobre o assunto no Brasil, ainda existem desenhos que são apagados por ordem governamental, pois são considerados como vandalismo. Por exemplo, o artigo 65 da Lei 9.605 de 1998 (Lei dos Crimes Ambientais), estipula pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa, “para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio conspurcar edificação ou monumento urbano”. Além disso, pode ser enquadrado na regulamentação antiga que o caracteriza o infrator no crime de vandalismo e depredação do patrimônio público.
Existe certa confusão com relação ao emprego das leis, em que ora uma é validada, ora outra. Contrapõe-se à  Lei de Crimes Ambientais a Constituição Federal no seu artigo quinto: Art. 5º. “IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.”
Em 2011, a Lei 9.605 teve um novo parágrafo incluído em seu texto, conforme abaixo:
 Art. 65°. “§ 2o  Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei nº 12.408, de 2011)


Apesar de ter sido revista, a Lei 9.605 ainda deixa claro que para não ser considerado crime é necessária uma autorização para a prática do grafite, o que mantém a contraposição à Constituição.


Questões para debate.
O grafite pode ser considerado um movimento de arte urbana?
Baseando no artigo quinto da Constituição Federal, é possível considerar o grafite uma forma de vandalismo?


 Bibliografia Consultada.

 http://historiadasartesvisuais.blogspot.com.br/2011/06/historia-do-grafite.html http://artimpacto.wordpress.com/a-historia-do-grafite/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm https://www.facebook.com/pages/The-Luggage-Store-Gallery/115504815172692

Fonte das imagens

 https://www.facebook.com/pages/Os-Gemeos/207835592677428 https://www.facebook.com/bruno.zagri/photos

google imagens
Autoria

 Maria Júlia Lima – (Licencianda em Ciências Biológicas – UFRJ / CCS / FE; Bolsistas PIBEX – UFRJ.




segunda-feira, 7 de abril de 2014

Mudanças climáticas: quem é o verdadeiro causador?


Mudanças climáticas: quem é o verdadeiro causador?





A ocorrência de furacões em áreas não usuais, verões excessivamente quentes no hemisfério norte, secas severas em regiões habitualmente úmidas e outros distúrbios de sazonalidade (eventos que sempre ocorrem em determinadas épocas do ano) têm sido interpretados, sobretudo pela mídia, como consequência de desestabilização climática (Conti, 2005). Essas mudanças climáticas percebidas nos últimos anos têm motivado uma série de debates científicos e políticos sobre a existência ou não de mudança climática, e se sua causa seria natural ou provocada pela interferência humana, especialmente pela industrialização através da emissão excessiva de gases poluentes.
Desde 1990, quatro Relatórios de Avaliação foram elaborados por membros da comunidade científica e apresentados no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que foi criado para fornecer aos políticos e outros interessados em clima, uma fonte de informações objetivas sobre mudanças climáticas (Oliveira & Vecchia, 2009). Em linhas gerais, os relatórios fazem previsões:  aumento na temperatura média global, da elevação no nível dos oceanos nos próximos anos e alegam que as emissões antropogênicas (ações humanas sobre o meio) estão aumentando excessivamente a concentração dos gases causadores do efeito estufa. O quarto relatório chega a atribuir uma probabilidade de 95% do aquecimento, ser causado por processos de interferência humana, deixando apenas 5% para processos climáticos naturais (Oliveira & Vecchia, 2009).

                                                

  Contudo, em 2007 foi criado um painel internacional por cientistas e estudiosos não governamentais,  o NIPCC,  que se dispõe a oferecer uma “segunda opinião” das evidências revisadas e utilizadas pelo IPCC (Oliveira & Vecchia, 2009). Como resultado das avaliações feitas nos relatórios e, também, através de estudos realizados em conjunto com outros pesquisadores, não participantes do IPCC. Por exemplo, a pesquisa intitulada “Mudanças Climáticas Reconsideradas”, do físico atmosférico norte-americano Singer (Singer e Idso, 2009), aponta críticas aos relatórios do IPCC:
·       Ignoraram os dados de satélite que não apresentaram nenhum aquecimento global;
·       Representantes governamentais alteraram os textos do relatório que já tinham sido aprovados por cientistas;
·       Fizeram uso de gráficos desconsiderados e ignoraram completamente os dados das contribuições da atividade solar nas mudanças climáticas.
Assim como Singer, o geógrafo brasileiro Conti (2005) também considera que as causas naturais são as principais responsáveis pelas alterações climáticas no planeta. Segundo esse autor, existe um aumento de atividade solar que acontece de forma cíclica, e quando isso ocorre, há também um aumento da temperatura média da Terra. Dessa forma, os oceanos ficam mais quentes e não acontece uma reciclagem efetiva do dióxido de carbono, que além de ser liberado por ação humana, é produzido principalmente pelo metabolismo dos organismos vivos e pela decomposição de matéria orgânica no ambiente, o que levaria a elevação da quantidade desse gás na atmosfera.
Em nota o NIPCC diz: “Nós não estamos dizendo que os GEE emitidos pelos Seres Humanos, não podem produzir algum aquecimento. Nossa conclusão é que a evidência mostra que eles não estão desempenhando um papel significante no aumento da temperatura.” (SINGER, 2008, p. iv, grifo do autor). Portanto, até o presente, o único “consenso científico” é com relação a seriedade do problema. As incertezas relacionadas às mudanças climáticas são muitas, juntamente com os possíveis interesses político-econômicos.

Questões para debate:

1.   “A ciência climática já não representa mais uma verdade imparcial, mas sim um subterfúgio para o entrelaçamento entre política e o oportunismo” (McLean, 2009). Em que aspectos você concorda e/ou discorda da afirmativa?
2.   As ações humanas e os fenômenos naturais podem estar atuando de forma conjunta nas mudanças climáticas?




Referências bibliográficas:

  •         Conti, J.B. (2005). Considerações sobre as mudanças climáticas globais. Revista do Departamento de Geografia. V. 1, p. 81-88.
  •         Oliveira, M.J. & Vecchia, F. (2009). A controvérsia das mudanças climáticas e do aquecimento global antropogênico: consenso científico ou interesse político?. Fórum Ambiental da Alta Paulista. V. 5, p. 946-962.
  •       Aleixo, A., Albernaz, A.L., Grelle, C.E.V, Vale, M.M., & Rangel, T.F. (2009). Mudanças Climáticas e a Biodiversidade dos Biomas Brasileiros: Passado, Presente e Futuro.8(2):194-196.
  •           Singer, S.F.; IDSO, C. (2009). Climate Change Reconsidered. Chicago: The Heartland Institute. Disponível em <http://www.nipccreport.org>. Acesso em: 18 de outubro de 2013.      
  •   Mudança Climática Existe, só Não É Causada Pelo Homem <http://www.globalresearch.ca/mudan-a-clim-tica-existe-s-n-o-causada-pelo-homem>. Acesso em: 21 de outubro de 2013.


Autoras: Iza Veríssimo, Mariana Passos e Jéssica Taíse
(Licenciandas do curso de Ciências Biológicas da UFRJ).