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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Mudanças climáticas: quem é o verdadeiro causador?


Mudanças climáticas: quem é o verdadeiro causador?





A ocorrência de furacões em áreas não usuais, verões excessivamente quentes no hemisfério norte, secas severas em regiões habitualmente úmidas e outros distúrbios de sazonalidade (eventos que sempre ocorrem em determinadas épocas do ano) têm sido interpretados, sobretudo pela mídia, como consequência de desestabilização climática (Conti, 2005). Essas mudanças climáticas percebidas nos últimos anos têm motivado uma série de debates científicos e políticos sobre a existência ou não de mudança climática, e se sua causa seria natural ou provocada pela interferência humana, especialmente pela industrialização através da emissão excessiva de gases poluentes.
Desde 1990, quatro Relatórios de Avaliação foram elaborados por membros da comunidade científica e apresentados no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que foi criado para fornecer aos políticos e outros interessados em clima, uma fonte de informações objetivas sobre mudanças climáticas (Oliveira & Vecchia, 2009). Em linhas gerais, os relatórios fazem previsões:  aumento na temperatura média global, da elevação no nível dos oceanos nos próximos anos e alegam que as emissões antropogênicas (ações humanas sobre o meio) estão aumentando excessivamente a concentração dos gases causadores do efeito estufa. O quarto relatório chega a atribuir uma probabilidade de 95% do aquecimento, ser causado por processos de interferência humana, deixando apenas 5% para processos climáticos naturais (Oliveira & Vecchia, 2009).

                                                

  Contudo, em 2007 foi criado um painel internacional por cientistas e estudiosos não governamentais,  o NIPCC,  que se dispõe a oferecer uma “segunda opinião” das evidências revisadas e utilizadas pelo IPCC (Oliveira & Vecchia, 2009). Como resultado das avaliações feitas nos relatórios e, também, através de estudos realizados em conjunto com outros pesquisadores, não participantes do IPCC. Por exemplo, a pesquisa intitulada “Mudanças Climáticas Reconsideradas”, do físico atmosférico norte-americano Singer (Singer e Idso, 2009), aponta críticas aos relatórios do IPCC:
·       Ignoraram os dados de satélite que não apresentaram nenhum aquecimento global;
·       Representantes governamentais alteraram os textos do relatório que já tinham sido aprovados por cientistas;
·       Fizeram uso de gráficos desconsiderados e ignoraram completamente os dados das contribuições da atividade solar nas mudanças climáticas.
Assim como Singer, o geógrafo brasileiro Conti (2005) também considera que as causas naturais são as principais responsáveis pelas alterações climáticas no planeta. Segundo esse autor, existe um aumento de atividade solar que acontece de forma cíclica, e quando isso ocorre, há também um aumento da temperatura média da Terra. Dessa forma, os oceanos ficam mais quentes e não acontece uma reciclagem efetiva do dióxido de carbono, que além de ser liberado por ação humana, é produzido principalmente pelo metabolismo dos organismos vivos e pela decomposição de matéria orgânica no ambiente, o que levaria a elevação da quantidade desse gás na atmosfera.
Em nota o NIPCC diz: “Nós não estamos dizendo que os GEE emitidos pelos Seres Humanos, não podem produzir algum aquecimento. Nossa conclusão é que a evidência mostra que eles não estão desempenhando um papel significante no aumento da temperatura.” (SINGER, 2008, p. iv, grifo do autor). Portanto, até o presente, o único “consenso científico” é com relação a seriedade do problema. As incertezas relacionadas às mudanças climáticas são muitas, juntamente com os possíveis interesses político-econômicos.

Questões para debate:

1.   “A ciência climática já não representa mais uma verdade imparcial, mas sim um subterfúgio para o entrelaçamento entre política e o oportunismo” (McLean, 2009). Em que aspectos você concorda e/ou discorda da afirmativa?
2.   As ações humanas e os fenômenos naturais podem estar atuando de forma conjunta nas mudanças climáticas?




Referências bibliográficas:

  •         Conti, J.B. (2005). Considerações sobre as mudanças climáticas globais. Revista do Departamento de Geografia. V. 1, p. 81-88.
  •         Oliveira, M.J. & Vecchia, F. (2009). A controvérsia das mudanças climáticas e do aquecimento global antropogênico: consenso científico ou interesse político?. Fórum Ambiental da Alta Paulista. V. 5, p. 946-962.
  •       Aleixo, A., Albernaz, A.L., Grelle, C.E.V, Vale, M.M., & Rangel, T.F. (2009). Mudanças Climáticas e a Biodiversidade dos Biomas Brasileiros: Passado, Presente e Futuro.8(2):194-196.
  •           Singer, S.F.; IDSO, C. (2009). Climate Change Reconsidered. Chicago: The Heartland Institute. Disponível em <http://www.nipccreport.org>. Acesso em: 18 de outubro de 2013.      
  •   Mudança Climática Existe, só Não É Causada Pelo Homem <http://www.globalresearch.ca/mudan-a-clim-tica-existe-s-n-o-causada-pelo-homem>. Acesso em: 21 de outubro de 2013.


Autoras: Iza Veríssimo, Mariana Passos e Jéssica Taíse
(Licenciandas do curso de Ciências Biológicas da UFRJ).






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