Get me outta here!

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Reprodução in vitro: ser da ciência ou ser do biodireito?

Reprodução in vitro: ser da ciência ou ser do biodireito?


Novas tecnologias de reprodução se tornaram a promessa da realização, por via científica, do projeto de casais que inicialmente não possuíam a capacidade natural de gerar filhos. Além do domínio científico sobre as técnicas de reprodução humana, também havia outro objetivo: a felicidade do casal, com a possibilidade de realizar o sonho do tão esperado bebê! Embora as novas tecnologias reprodutivas tenham satisfeito o que, a princípio, se buscava, as pesquisas continuaram e, desta forma, outros limites foram ultrapassados, alcançando o que antes, era inimaginável.

Hoje, o meio científico se ocupa de experiências para o prognóstico de patologias (doenças), com experiências em torno da eugenia, iatrogenia, clonagem, etc. Sendo seu intuito o aperfeiçoamento do homem pelo homem e sua adequação aos imprevistos durante a vida. A justificativa para esta escolha? O valor do "ser" humano.

Uma questão bastante estudada é a que diz respeito aos embriões depositados em clínicas de fertilização. Estes embriões surgem de técnicas utilizadas para que casais estéreis (impossibilitados de gerar filhos) possam ter seus próprios descendentes. Nesse caso, a mulher é submetida a um rigoroso tratamento hormonal, para assim provocar uma super ovulação. Por consequência, muitos óvulos são fecundados (cerca de 80% dos coletados). Porém, apenas um será implantado no útero, para que possa se desenvolver. Como apenas um embrião é implantado, vários outros ficarão sem destino, depositados nas clínicas de fertilização. Os embriões excedentes do processo de fertilização in vitro, são crio preservados, ou seja, são colocados em tubos de nitrogênio a uma temperatura de -196ºC, ou seja, são congelados.

Esse processo permite que as células sejam conservadas por um tempo indeterminado, assim os pais têm um tempo para decidir o que fazer com eles. Há ainda algumas situações possíveis com os excedentes, e uma delas é a destruição dos embriões. São aqueles não apresentavam sinais de desenvolvimento normal, não indicavam condições de evoluir com sucesso ou, ainda, ultrapassavam o número máximo recomendável à transferência por ciclo de gestação.
          

Pra saber mais:
 https://www.youtube.com/watch?v=zhCwSPL76yM

Debate em sala de aula:  
1) Na sua opinião, o que poderia ser feito com estes embriões que “sobram”?
2) Os embriões podem ser considerados biologicamente vivos?

Fontes:  
VASCONCELOS, Cristiane Beuren. A proteção jurídica do ser humano in vitro na era da biotecnologia. São Paulo: Atlas, 2006.
CARNEIRO,Bianca Bárbara Malandra; SANTOS, Caroline Marinho Boaventural et al. A transferência de embriões excedentários heterólogos após a dissolução da sociedade conjugal. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 619, 19 mar. 2005. Disponível em: em:<http://jus2.uol.com.br/doutrina /texto.asp?id=6464>.
HOSPITAL SÃO PAULO. Inseminação de óvulos e cultura in vitro. Disponível em: http://www.hospitalsaopaulo.org.br/ reproducaohumana/fertilizacao-in-vitro-classica/

Fontes das imagens:

Autoras: 
Marina Brück Gonçalves 
 Tamires Teixeira
(Licenciandas do curso de Ciências Biológicas da UFRJ).







quinta-feira, 12 de junho de 2014

A copa do mundo é realmente nossa?

A copa do mundo é realmente nossa?

Mesmo com todas as manifestações contra a Copa do Mundo de Futebol, é inegável que ela já começou. Um evento de grande porte como esse sempre costuma deixar um legado para o local aonde ocorre. Por exemplo, impulsionar a economia, incentivar a melhoria da infraestrutura e a mobilidade urbana e, ainda, aumentar a visibilidade do país, sua economia e sua cultura. Mas com todos os atrasos (75% das obras não concluídas) e altos custos nas obras, entrevistas polêmicas dos organizadores do evento e de grandes jogadores, além das manifestações organizadas por movimentos sociais, o que de tão importante um evento esportivo pode nos deixar?




Um grande movimento foi formado em meados de 2013, com intuito de protestar com relação aos gastos gerados pela copa, principalmente levando em conta que o orçamento extrapolou em milhões de reais os custos iniciais, e acabou por exigir o trabalho voluntário de mais de 152 mil pessoas espalhadas pelas 12 cidades sede. Por outro lado, ingressos com altos custos (um ingresso pode custar até R$1.980, no site da FIFA) restringem a população local de assistir aos jogos nos “estádios padrão FIFA”. Sem contar o reajuste crescente de tarifas no transporte público, com o pretexto de terem melhorado a qualidade com as obras de mobilidade urbana, como por exemplo, o BRT, e do desvio de verbas de setores importantes da sociedade. De fato, a construção de estádios para o mundial, elevou o número de empregos temporários pelo país, mas deve se levar em conta, que com o fim das obras, estes também vão acabar. Não podemos deixar de lembrar as 6.652 famílias removidas para a realização das obras da Copa!


                           

 Com os olhos do mundo voltados para o país sede da copa do mundo, haverá um aquecimento de setores como turismo e hotelaria, transporte aéreo e urbano e telecomunicações, gera-se uma entrada maior de dinheiro em caixas brasileiros. A estimativa é de 30 bilhões que se somarão ao produto interno bruto (PIB) do país, em 2014. Segundo dados do Portal da Copa, cerca de 710 mil vagas de empregos temporários e permanentes foram criadas com o evento. Também houve um significativo investimento na melhoria da infraestrutura de portos e aeroportos, que chegam a R$ 587 milhões e R$ 6,28 bilhões, respectivamente, embora algumas obras não tenham ficado prontas a tempo dos jogos. Esses são investimentos de longo prazo e que ficarão de fato para a população.



Questão para debate:
Discuta os pontos positivos e negativos da realização de um evento como a Copa do Mundo no Brasil.


Para saber mais:


Autoria
Maria Júlia Lima Rocha–
Licencianda em Ciências Biológicas
– UFRJ / CCS Bolsista PIBEX – UFRJ







terça-feira, 10 de junho de 2014

Fofoca em alto-mar:existe conversa entre golfinhos?



Fofoca em alto-mar:existe conversa entre golfinhos?




Golfinhos são largamente conhecidos por sua inteligência e uma alta capacidade de estruturação em grupos sociais complexos. Como o ambiente aquático apresenta limitações à visão, a comunicação entre os indivíduos é preferencialmente pelo som. A grande diversidade populacional, bem como a complexidade das atividades realizadas por estes mamíferos, estratégias de pesca, por exemplo, exigem um sistema eficiente de comunicação. Dentre os sons produzidos por estes animais, os mais comuns são os assovios que podem servir, dentre outras coisas, como um sinal de reconhecimento individual, chamado de assovio assinatura.

Em 2001, a autora Brenda McCowan da Universidade da Califórnia, publicou um polêmico artigo dizendo que o assovio assinatura é uma "falácia" (palavras da autora). Neste estudo, a autora gravou vocalizações de golfinhos em cativeiro na Califórnia. Desta forma, ela podia separar que indivíduo produzia qual som. Depois da análise das gravações a autora concluiu que todos os tipos de assovios eram compartilhados pelos indivíduos daquele cativeiro, de modo que não havia nenhum sinal de reconhecimento individual.





Já em 2009, as autoras Luciana Figueiredo e Sheila Simão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, publicaram um trabalho que se contrapunha as observações de McCowan. Neste estudo, foram gravados grandes grupos de golfinhos em ambiente natural, constatando ao fim que havia sinais de reconhecimento individual.



A grande questão é que a diferença nas populações analisadas (pequena população de cativeiro e grande população natural) pode ter gerado a diferença nos resultados. Assim, uma pequena população de cativeiro não encontra grande necessidade de reconhecimento individual uma vez que não emprega atividades sociais complexas (como pesca em grupo ou briga por posição social no grupo). Já uma numerosa população natural possui grande necessidade de comunicação para manter o grupo coeso e organizado. Por outro lado, a população com grande número de indivíduos e em ambiente livre, apresenta limitação metodológica, uma vez que é difícil estabelecer qual indivíduo produz cada vocalização, problema que não ocorre em cativeiro. Outra conclusão possível seria que os resultados diferentes refletem padrões populacionais diferentes.

QUESTÕES PARA O DEBATE:
Com base nos resultados obtidos pelas pesquisadoras, é possível inferir se de fato existe ou não algum tipo de comunicação de reconhecimento individual entre os golfinhos? Na sua opinião, em qual situação os dados produzidos são mais confiáveis, em cativeiro ou na natureza?

Será que a comunicação de reconhecimento individual em uma população é essencial para sua sobrevivência? Pense no exemplo das populações humanas.


Bibliografia:

Figueiredo, L. D.; Simão, S. M. (2009). Possible occurrence of signature whistles in a population of Sotalia guianensis (Cetacea, Delphinidae) living in Sepetiba Bay, Brazil. Acoustical Society of America. p. 1563-1569.
McCowan, B., and Reiss, D. (2001). The fallacy of ‘signature whistle’ in bottlenose dolphins: A comparative perspective of ‘signature information’ in animal vocalizations. Animal Behavior. 62, p. 1151–1162.

Autores:
Israel Maciel & Daniel Cerqueira (Licenciandos do curso de Ciências Biológicas/UFRJ).



segunda-feira, 2 de junho de 2014

FAST FOOD OU FAT FOOD, FACES DA ALIMENTAÇÃO EM TEMPOS MODERNOS

FAST FOOD OU FAT FOOD, FACES DA ALIMENTAÇÃO EM TEMPOS MODERNOS

Fast = Rápido
Fat = Gordo
Food = Comida



Fast food é uma palavra de origem inglesa e significa “comida rápida”. Caracteriza-se por um tipo de alimentação oferecida por lanchonetes e alguns restaurantes. Nesses lugares, os alimentos são rapidamente servidos, já que são pré-preparados e ficam estocados nos estabelecimentos, assim quando o cliente desejar alguma coisa, é só “aquecer” e comer. Para quem tem pouco tempo de intervalo para almoço, seria esta uma solução?
Nos últimos anos, o número de pessoas que se alimentam em redes de fast food frequentemente, aumentou muito, e como consequência muitas delas ficaram obesas. Segundo os dados do CDC – Centers For Disease Control and Prevention dos EUA (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), mais de 1/3, isto é, o correspondente a 34,9%, dos adultos norte-americanos são obesos. Além da obesidade, a dieta do fast food somada à falta de exercícios físicos (que deveriam ser de pelo menos 30 minutos diários), traz consigo outras doenças como diabetes, doenças cardíacas (cardiopatias) e ainda a possibilidade do desenvolvimento de câncer. Isso se deve ao fato desses alimentos possuírem altos níveis de açúcar, gordura e sal, mas poucos nutrientes. Morgan Spurlock, documentarista de “A dieta do palhaço”, 2004 acredita que as pessoas não conseguem parar de comer devido a substâncias usadas pelos fabricantes, e que essas substâncias seriam responsáveis por causar ‘efeitos de satisfação’ no cérebro dos consumidores. Outro efeito cerebral causado pelas substâncias presentes na comida é de que a fome não foi saciada, ou seja, as pessoas não conseguem parar de comer. O documentarista afirma: “não estão somente oferecendo alimentos de péssima qualidade como também utilizando de estratégias para seduzir as pessoas”.

Tabela ilustrando a quantidade de açúcar que ingerimos através de bebidas. Imagine como deve ser em relação à comida.

Mesmo diante de todos esses fatos, deve-se levar em conta que se alimentar em fast foods, tem suas vantagens. Para as pessoas que trabalham muito durante o dia e precisam se alimentar fora de casa as redes com pronto atendimento são de grande valia, principalmente para aquelas que não possuem tempo para cozinhar. Isso porque oferecem uma alimentação com sabor, além de um bom preço. Geralmente, comer em fast foods custa menos do que se alimentar em um restaurante de comida à quilo, por exemplo. Além disso, suas lojas ficam localizadas em locais muito acessíveis, como perto de escolas, hospitais, centros comerciais, postos de gasolina etc. E como estão em grandes quantidades, permitem aos consumidores que encontrem de pronto um local para comer. E por fim, como o nome já diz, a comida é preparada muito rapidamente, desta forma os clientes não precisam esperar muito tempo para poderem se alimentar e retornar ao trabalho.


QUESTÕES PARA DEBATE:

  •  Qual solução você sugere para que estas pessoas que trabalham muito se alimentem bem e consigam realizar pelo menos, 30min de exercícios diários?
  • É possível se alimentar em fast food e ser saudável ao mesmo tempo? Discuta este tópico após completar as tabelas e tirar suas conclusões. (Preencher a primeira tabela baseada somente em alimentos oferecidos por estes estabelecimentos, e a segunda baseada em uma alimentação comum, para isto, consultar os tipos de alimentos enquadrados em cada tipo e suas informações nutricionais).


Tabela para dieta alimentar (fast food) – Valor calórico total diário: Aprox. 2.500 cl -

Tipo de refeição
Comida e/ou bebida
Quantidade de Açúcar
Quantidade de Gordura
Quantidade de Sal
Valor Calórico
Café da manhã





Lanche 1





Almoço





Lanche 2





Jantar





Lanche 3






Tabela para dieta alimentar (alimentação comum) – Valor calórico total diário: Aprox. 2.500 cl

Tipo de refeição
Comida e/ou bebida
Quantidade de Açúcar
Quantidade de Gordura
Quantidade de Sal
Valor Calórico
Café da manhã





Lanche 1





Almoço





Lanche 2





Jantar





Lanche 3






Vídeo: "Se os animais comessem em fast food."



Sugestões para o professor:
- Na última questão, pode-se dividir a turma em dois grupos, um preenchendo a tabela do fast food e o outro preenchendo a tabela da alimentação comum, após isso, os grupos trocam os resultados e os discutem;
- Utilizar o vídeo anexado “Se os animais comessem em fast food…” como material adicional para o debate.

Referências bibliográficas:

Autoria:

Maiara Pereira Barreto - Licencianda em Ciências Biológicas  (UFRJ)
Bolsista PIBEX – CCS/FE