Somente uma parte da radiação
(energia) que chega do Sol é absorvida pelo planeta Terra - oceano e solo, além
da atmosfera, incluindo o ar perto da superfície da terra. Desta radiação solar que chega 30% é refletida e lançada de volta ao espaço,
já os outros 70% são absorvidos pela Terra (51% pela superfície e 19% pela
atmosfera).
Na atmosfera terrestre as nuvens absorvem energia,
mas outras moléculas também auxiliam. As principais moléculas que absorvem essa
energia são o vapor d´água (H2O), o oxigênio (O2), o
ozônio (O3), gás carbônico (CO2) e óxido nitroso (N2O).
Da radiação que chega - 51% - atinge a superfície do
planeta. Essa energia é absorvida pela superfície (solo e oceanos), sendo
responsável pelo seu aquecimento. Este calor vai ajudar, por exemplo, a
mudanças no estado físico da água – sólido, líquido, gasoso – e no seu ciclo. Tudo o que explicamos até agora tem papel
importante no balanço de energia
Sol-Terra e contribui de forma natural para o efeito estufa.
Os gases que atuam diretamente no efeito estufa são o
vapor de água e o CO2. Quanto mais próximo da superfície, maior é a
contribuição do vapor de água para o efeito estufa – 65%. Se incluirmos o CO2
e os demais gases do efeito estufa, como os da família dos CFCs
(clorofluorcarbonetos), esta taxa chega a 70%. A sobra de energia não absorvida vai ser enviada para
o espaço.
A capacidade do planeta de refletir a energia do Sol
é variável, muda de acordo com causas
naturais, por exemplo, a variação da quantidade de raios cósmicos e o
aumento de nuvens espessas, a quantidade de superfície coberta por gelo, partículas
vindas de erupções vulcânicas; ou pela interferência
humana, através de mudanças na superfície da Terra. Gelo e neve podem
refletir 90% da energia solar, florestas refletem 12%, oceanos e lagos refletem
10%. Desmatamento, que provoca a eliminação de imensas áreas cobertas por florestas, por
exemplo, resultam em interferência humana sobre o clima do planeta.
Alguns cientistas acreditam que o aumento de
temperatura ocorre devido a ações humanas, principalmente a partir da Revolução
Industrial, graças ao uso de carvão e petróleo, energias que liberam CO2
na atmosfera, causando poluição e variações na intensidade do efeito estufa
(IPCC, 2007). Com a industrialização, crescimento populacional e o
desenvolvimento de novas fontes poluidoras novos problemas trouxeram consequências
para a vida no planeta.
Entretanto, ao atribuir o aumento do efeito estufa unicamente ao aumento de CO2, deixa-se de considerar as mudanças
nas concentrações dos outros gases-estufa devidas às atividades humanas. Também
desconsideramos que o CO2 é
consumido pela biosfera e pelos oceanos, através da fotossíntese - biomassa. Ou
ainda, que 4 bilhões de toneladas do gás fiquem armazenadas, por ano, na
atmosfera (PINA et al, 2010).
Portanto, diferente do
que mostra a mídia, apontamos que este tema ainda está em discussão. Cientistas
divergem sobre as origens, as causas e consequências do efeito estufa,
especialmente em relação às mudanças climáticas.
Sabemos que os países que mais emitem os gases poluentes são Estados
Unidos, União Europeia, China, Rússia, Japão e Índia. A China está entre os
maiores poluidores, com um aumento no ano de 2012 de 10,4% de emissão de CO2,
junto com outros gases que absorvem e apreendem a radiação do sol. Pensando em
resolver esta situação, em 1997, foi assinado por 84 países o protocolo de
Kyoto, cujo objetivo era estabelecer a redução gradativa de gases poluentes na
atmosfera. Hoje, 146 países, inclusive o
Brasil, assinam o protocolo.
A despeito das controvérsias científicas podemos
diminuir os gases poluentes da atmosfera deixando de lados as energias “sujas”
e exigindo energias renováveis como o sol, o vento, a água e a biomassa. Parar com
o desmatamento para que as árvores possam participar do equilíbrio climático
também pode ser muito importante.
DEBATE PARA A SALA DE AULA:
Ø O que individualmente podemos
fazer para diminuir a emissão dos gases poluentes? E coletivamente?
Ø Por que países como os
Estados Unidos se recusam a assinar o Tratado de Kyoto?
Autora: Tatiane Santana Licencianda em Pedagogia pela UFRJ.
Fontes:
PAINEL INTERGOVERNAMENTAL
SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA. Mudança do Clima 2007: A Base das Ciências Físicas.
Contribuição do Grupo de Trabalho I ao Quarto Relatório de Avaliação do IPCC. Disponível
em:<http://www.ipcc.ch/pdf/reports-nonUN-translations/portuguese/ar4-wg1-spm.pdf>
PINA, Agenor et al.
Mudanças climáticas: reflexões para subsidiar essa discussão em aulas de
física. IN: Cad.
Bras. Ens. Fís., v. 27, n. 3: p. 447-470, dez. 2010.
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