O
agronegócio pretende se consolidar como uma ideia hegemônica. Desloca o caráter
concentrador e predador do latifúndio para colocar no seu lugar a concepção de
uma intensa produtividade, gerada por uma “moderna agricultura”. Os defensores
do agronegócio afirmam que é ele o principal responsável pela totalidade da
produção agropecuária (Canuto, 2004), sendo responsável por abastecer a
população com alimentos.
O
agronegócio delimita os sistemas integrados de produção de alimentos, fibras e
biomassa, operando desde o melhoramento genético até o produto final, onde
todos os agentes que se propõem a produzir matérias-primas agropecuárias devem
se inserir, sejam eles camponeses ou pequenos donos de terra, fazendeiros ou
assentados (Guimarães et al., 2010).
Para contrapor ao modelo de
agricultura química, proposto pelo agronegócio, temos o resgate daquilo que os
camponeses já desenvolvem desde tempos imemoriais como forma de produzir: a
agroecologia (Guimarães, et al., 2010).
A
agroecologia, que trabalha em prol da agricultura orgânica, “tem no trabalho
familiar, nos conhecimentos locais e no respeito ao ambiente sua sustentação,
sendo contrária ao agronegócio que tem na produção, circulação e consumo seus
valores e que culminam na apropriação desigual da riqueza socialmente
produzida, vem provando que os paradigmas das sociedades ditas “modernas” estão
aflorando nas contradições e são elas os motores que giram as possibilidades
das mudanças calcadas nas organizações camponesas, hoje representadas pelos
movimentos sociais” (Guimarães, et al., 2010).
A
agricultura familiar e camponesa está presente em todas as grandes produções
destinadas ao mercado interno ou à exportação: contribui com dois terços da
produção de tubérculos e de leite, um terço da produção de soja, 20% de carne
bovina e frutas. O fumo, a laranja, o cacau, a pimenta-do-reino são também
produções camponesas no Brasil. A produção dos estabelecimentos onde o trabalho
assalariado domina, isto é, o agronegócio, apenas ganha para a cana-de-açúcar,
a soja, o arroz e a pecuária bovina (Schneider, 2003).
DEBATE PARA A SALA DE AULA:
- A charge é uma ilustração humorística com o objetivo de satirizar algum tema. A partir das charges de Latuff, o que se pode concluir?
·
A prática de agricultura familiar poderá suprir
as necessidades alimentares do Brasil?
REFERÊNCIAS
1- CANUTO,
A. Agronegócio: a modernização conservadora que gera exclusão pela
produtividade. Revista Nera, ano 7, n.
5, agosto/dezembro, 2004.
2-
GUIMARÃES, R. R. & Mesquita,
H. A. de. Agroecologia
x agronegócio: crises e convivências. Espaço
em Revista 2010, vol. 12 nº2 jul/dez. 2010.
3- SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e
pluriatividade. RBCS, vol. 18 n. 51, fevereiro/2003.
FONTES PARA MAIS INFORMAÇÕES
- http://vozesdoverbo.blogspot.com.br/2013/05/agropecuaria-no-brasil-e-no-mundo_10.html;
- http://mpabrasiles.wordpress.com/2010/02/18/censo-agropecuario-confirma-agricultura-camponesa-e-a-principal-produtora-de-alimentos-do-pais/;
Autoria: Mariana
Passos (Licencianda em
Ciências Biológicas , UFRJ)
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