Get me outta here!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

AQUECIMENTO GLOBAL, AS COISAS ESTÃO ESQUENTANDO POR AQUI?

     Somente uma parte da radiação (energia) que chega do Sol é absorvida pelo planeta Terra - oceano e solo, além da atmosfera, incluindo o ar perto da superfície da terra.  Desta radiação solar que chega 30% é refletida e lançada de volta ao espaço, já os outros 70% são absorvidos pela Terra (51% pela superfície e 19% pela atmosfera).
     Na atmosfera terrestre as nuvens absorvem energia, mas outras moléculas também auxiliam. As principais moléculas que absorvem essa energia são o vapor d´água (H2O), o oxigênio (O2), o ozônio (O3), gás carbônico (CO2) e óxido nitroso (N2O).
     Da radiação que chega - 51% - atinge a superfície do planeta. Essa energia é absorvida pela superfície (solo e oceanos), sendo responsável pelo seu aquecimento. Este calor vai ajudar, por exemplo, a mudanças no estado físico da água – sólido, líquido, gasoso – e no seu ciclo.  Tudo o que explicamos até agora tem papel importante no balanço de energia Sol-Terra e contribui de forma natural para o efeito estufa.
    Os gases que atuam diretamente no efeito estufa são o vapor de água e o CO2. Quanto mais próximo da superfície, maior é a contribuição do vapor de água para o efeito estufa – 65%. Se incluirmos o CO2 e os demais gases do efeito estufa, como os da família dos CFCs (clorofluorcarbonetos), esta taxa chega a 70%. A sobra de energia não absorvida vai ser enviada para o espaço.
    A capacidade do planeta de refletir a energia do Sol é variável, muda de acordo com causas naturais, por exemplo, a variação da quantidade de raios cósmicos e o aumento de nuvens espessas, a quantidade de superfície coberta por gelo, partículas vindas de erupções vulcânicas; ou pela interferência humana, através de mudanças na superfície da Terra. Gelo e neve podem refletir 90% da energia solar, florestas refletem 12%, oceanos e lagos refletem 10%. Desmatamento, que provoca a eliminação de imensas áreas cobertas por florestas, por exemplo, resultam em interferência humana sobre o clima do planeta.
    Alguns cientistas acreditam que o aumento de temperatura ocorre devido a ações humanas, principalmente a partir da Revolução Industrial, graças ao uso de carvão e petróleo, energias que liberam CO2 na atmosfera, causando poluição e variações na intensidade do efeito estufa (IPCC, 2007). Com a industrialização, crescimento populacional e o desenvolvimento de novas fontes poluidoras novos problemas trouxeram consequências para a vida no planeta.
    Entretanto, ao atribuir o aumento do efeito estufa unicamente ao aumento de CO2, deixa-se de considerar as mudanças nas concentrações dos outros gases-estufa devidas às atividades humanas. Também desconsideramos que o CO2  é consumido pela biosfera e pelos oceanos, através da fotossíntese - biomassa. Ou ainda, que 4 bilhões de toneladas do gás fiquem armazenadas, por ano, na atmosfera (PINA et al, 2010).



     Portanto, diferente do que mostra a mídia, apontamos que este tema ainda está em discussão. Cientistas divergem sobre as origens, as causas e consequências do efeito estufa, especialmente em relação às mudanças climáticas.

   Sabemos que os países que mais emitem os gases poluentes são Estados Unidos, União Europeia, China, Rússia, Japão e Índia. A China está entre os maiores poluidores, com um aumento no ano de 2012 de 10,4% de emissão de CO2, junto com outros gases que absorvem e apreendem a radiação do sol. Pensando em resolver esta situação, em 1997, foi assinado por 84 países o protocolo de Kyoto, cujo objetivo era estabelecer a redução gradativa de gases poluentes na atmosfera.  Hoje, 146 países, inclusive o Brasil, assinam o protocolo.
   A despeito das controvérsias científicas podemos diminuir os gases poluentes da atmosfera deixando de lados as energias “sujas” e exigindo energias renováveis como o sol, o vento, a água e a biomassa. Parar com o desmatamento para que as árvores possam participar do equilíbrio climático também pode ser muito importante.

DEBATE PARA A SALA DE AULA:

Ø  O que individualmente podemos fazer para diminuir a emissão dos gases poluentes? E coletivamente?
Ø  Por que países como os Estados Unidos se recusam a assinar o Tratado de Kyoto?

Autora: Tatiane Santana Licencianda em Pedagogia pela UFRJ.



Fontes:

PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA. Mudança do Clima 2007: A Base das Ciências Físicas. Contribuição do Grupo de Trabalho I ao Quarto Relatório de Avaliação do IPCC. Disponível em:<http://www.ipcc.ch/pdf/reports-nonUN-translations/portuguese/ar4-wg1-spm.pdf>
PINA, Agenor et al. Mudanças climáticas: reflexões para subsidiar essa discussão em aulas de física. IN: Cad. Bras. Ens. Fís., v. 27, n. 3: p. 447-470, dez. 2010.

terça-feira, 23 de julho de 2013

AGRONEGÓCIO OU AGROECOLOGIA, QUAL O MELHOR CAMINHO A SEGUIR?

O agronegócio pretende se consolidar como uma ideia hegemônica. Desloca o caráter concentrador e predador do latifúndio para colocar no seu lugar a concepção de uma intensa produtividade, gerada por uma “moderna agricultura”. Os defensores do agronegócio afirmam que é ele o principal responsável pela totalidade da produção agropecuária (Canuto, 2004), sendo responsável por abastecer a população com alimentos.
O agronegócio delimita os sistemas integrados de produção de alimentos, fibras e biomassa, operando desde o melhoramento genético até o produto final, onde todos os agentes que se propõem a produzir matérias-primas agropecuárias devem se inserir, sejam eles camponeses ou pequenos donos de terra, fazendeiros ou assentados (Guimarães et al., 2010).
Para contrapor ao modelo de agricultura química, proposto pelo agronegócio, temos o resgate daquilo que os camponeses já desenvolvem desde tempos imemoriais como forma de produzir: a agroecologia (Guimarães, et al., 2010).
A agroecologia, que trabalha em prol da agricultura orgânica, “tem no trabalho familiar, nos conhecimentos locais e no respeito ao ambiente sua sustentação, sendo contrária ao agronegócio que tem na produção, circulação e consumo seus valores e que culminam na apropriação desigual da riqueza socialmente produzida, vem provando que os paradigmas das sociedades ditas “modernas” estão aflorando nas contradições e são elas os motores que giram as possibilidades das mudanças calcadas nas organizações camponesas, hoje representadas pelos movimentos sociais” (Guimarães, et al., 2010).

 A agricultura familiar e camponesa está presente em todas as grandes produções destinadas ao mercado interno ou à exportação: contribui com dois terços da produção de tubérculos e de leite, um terço da produção de soja, 20% de carne bovina e frutas. O fumo, a laranja, o cacau, a pimenta-do-reino são também produções camponesas no Brasil. A produção dos estabelecimentos onde o trabalho assalariado domina, isto é, o agronegócio, apenas ganha para a cana-de-açúcar, a soja, o arroz e a pecuária bovina (Schneider, 2003).







DEBATE PARA A SALA DE AULA:
  •  A charge é uma ilustração humorística com o objetivo de satirizar algum tema. A partir das charges de Latuff, o que se pode concluir?

·         A prática de agricultura familiar poderá suprir as necessidades alimentares do Brasil?

REFERÊNCIAS

1- CANUTO, A. Agronegócio: a modernização conservadora que gera exclusão pela produtividade. Revista Nera, ano 7, n. 5, agosto/dezembro, 2004.

2-      GUIMARÃES, R. R. & Mesquita, H. A. de. Agroecologia x agronegócio: crises e convivências. Espaço em Revista 2010, vol. 12 nº2 jul/dez. 2010.    

3- SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. RBCS, vol. 18 n. 51, fevereiro/2003.

FONTES PARA MAIS INFORMAÇÕES

  1. http://vozesdoverbo.blogspot.com.br/2013/05/agropecuaria-no-brasil-e-no-mundo_10.html;
  2. http://mpabrasiles.wordpress.com/2010/02/18/censo-agropecuario-confirma-agricultura-camponesa-e-a-principal-produtora-de-alimentos-do-pais/;

Autoria: Mariana Passos (Licencianda em Ciências Biológicas, UFRJ)

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Vegetariano: ser ou não ser? Eis a questão!

Vegetarianismo é o consumo de uma dieta composta predominantemente por alimentos de origem vegetal. Grande parte dos estudos clínicos sobre vegetarianos classifica-os em “vegans” ou “vegetarianos puros”, “lacto vegetarianos” ou “ovolactovegetarianos”. Mas o que estes nomes estranhos significam? Os vegans não ingerem alimentos de origem animal, alguns consomem mel. Os lacto vegetarianos ingerem, além de produtos vegetais, derivados de leite, como queijos, manteiga etc e os ovolactovegetarianos acrescentam tanto ovo, quanto leite e seus derivados na alimentação, eliminando qualquer outro produto de origem animal.
Por séculos o vegetarianismo tem sido relacionado a questões éticas e religiosas, e associado a uma noção de padrão saudável de nutrição. Alguns estudos demonstram que a adoção da dieta vegetariana comporta alguns riscos à saúde, particularmente relevantes nos vegetarianos puros como, por exemplo, a carência de determinados tipos de nutrientes predominantemente encontrados em produtos de origem animal, como a vitamina B12 e a vitamina D. Contudo, há trabalhos que demonstram o possível benefício da dieta vegetariana em relação a determinadas doenças como a hipertensão, o diabetes tipo dois e a obesidade, todos estes, fatores de risco de doenças cardiovasculares.

Segundo Nelson Pedro, da Universidade de Coimbra, “a dieta vegetariana poderá significar mais uma ideologia de quem a segue, do que propriamente o estabelecimento de uma dieta com efeito terapêutico, ou simplesmente ‘saudável’ baseado em fatos científicos”.
Debate em Sala de aula:
·      Você conhece pessoas que têm restrições na ingestão de alimentos? Seriam razões de que natureza econômica, cultural, religiosa?
·     Converse com estas pessoas e tente compreender as razões que possuem para não comerem determinados alimentos.
·  Analise a imagem “A água que você não vê” e discuta a relação entre o uso da água e a produção de alimentos.

https://semeadordeletras.files.wordpress.com/2012/03/a-agua-que-vc-nao-ve.png



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ5TrAXUDLUxH3JQn6n37ePJJvlM37RL2diLbcpO4wATo0aPf2o2euo_7czACT8xWKltqr-tjZp-tMF2_PixqxBtA_if7TZ5WdpqEw0_9sFm5yGvPOnKUK5CZA8xdzU3RIA1MLSOwqEKk/s400/221906_196973770337981_153068531395172_434969_4296251_n.jpg

Fontes:
Sociedade Vegetariana Brasileira: http://www.svb.org.br/vegetarianismo/
Vegetarian Society:  https://www.vegsoc.org/



Por Camila Venturini, Gil Cardoso, Vinícius Zanini

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Pensando sobre a importância dos manguezais.

 Que ecossistema é esse?

O manguezal, também chamado de mangal, é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, uma área que é periodicamente inundada pela subida e pela descida das marés. Os manguezais são próprios de regiões tropicais e subtropicais do planeta.
Contribuem para a riqueza das águas litorâneas através da exportação de matéria orgânica. Os manguezais recebem substâncias carregadas pelos rios e os recicla, transformando-os em matéria orgânica que servirá de alimento para muitos habitantes do ecossistema marinho.

O manguezal destaca-se como um ecossistema de grande importância ecológica, exercendo diversas funções, dentre elas:

·         Protegendo as linhas de costas, através da vegetação que age como uma espécie de barreira contra a ação erosiva das ondas e marés;
·         Funciona também como um “filtro biológico”, pois absorve matéria orgânica (proveniente do lançamento de esgotos, além de outros sedimentos) e substâncias químicas (óleos e metais pesados, por exemplo), contribuindo para o equilíbrio ecológico e para nossa saúde.

É um ecossistema que, devido a sua riqueza, serve como área de alimentação e abrigo para as mais diversas espécies, tornando-se um grande ‘berçário’ natural, tanto para as espécies características desse ambiente, quanto para aquelas viajantes que vêm de longe, as migratórias.
As aves e os caranguejos são de extrema importância para o manguezal, o ato de escavar as tocas a procura de alimentos faz com que o sedimento revirado pelos animais, permita mais oxigenação do substrato liberando, assim, nutrientes enriquecedores para o manguezal.
 Os manguezais, em sua biodiversidade, são fonte de sustento para várias famílias que vivem e trabalham em seu entorno. Muitas atividades podem ser desenvolvidas de forma a não causar danos aos manguezais, entre elas, destacam-se:
o   Cultivo de bromélias e orquídeas;
o   Cultivo de ostras;
o   Criação de abelhas para produção de mel;
 o   Pesca esportiva e de subsistência, evitando sobrepesca e a pesca de larvas juvenis e fêmeas com ovos.   
http://www.vivaterra.org.br/manguezal_22.jpg

No estado do Rio de Janeiro, mais precisamente no Município de Guapimirim, está localizada a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim que engloba os manguezais da parte oriental da Baía de Guanabara, incluindo os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo, com 14.000 hectares de área. A APA foi criada em 25 de setembro de 1984, pelo Decreto Federal nº 90.225, atendendo na época, ao desejo de universidades, movimentos ambientalistas e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC. Esta se tornou a primeira unidade de conservação específica de manguezais, no Brasil.

A região onde a APA de Guapimirim está localizada é ocupada por zonas urbanas e atividades agrícolas, habitadas por agricultores, pescadores e, ainda, por uma população de baixa renda responsável por alguns problemas que afetam a conservação dos manguezais, dentre os principais agravantes estão: invasões, desmatamentos, queimadas, esgotos e a produção de grande quantidade de lixo

Em janeiro de 2000, após um grande vazamento do oleoduto da Petrobrás, deu-se início a um projeto para contribuir na preservação do manguezal de Guapimirim, mais uma tentativa de proteção a este ecossistema que, do estado do Rio de Janeiro, é um dos maiores.

http://www.portaldoagronegocio.com.br/arquivos/n_manguezal_caranguejos_450756498.jpg

http://www.icmbio.gov.br/apaguapimirim/images/stories/com_icmbio_slideshow/1.jpg

Questão para debate

Os manguezais são, em sua maioria, fonte de sustento para diversas famílias que vivem em seu entorno. O que fazer para conciliar uso e preservação dos manguezais?

Fontes de consulta:

www.ecologia.ib.usp.br/
www.jbrj.gov.br/pesquisa/projetos_especiais/Guapimirim.htm




Autora: Daniele Espadete
Licencianda em Pedagogia (Universidade Federal do Rio de Janeiro)