PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO
AO CRACK, A DROGA LETAL.
O crack é uma
droga obtida a partir da mistura da cocaína com bicarbonato de sódio e
água. Geralmente, é fumado com cachimbos
improvisados, feitos de latas de alumínio e tubos de PVC, permitindo a inalação
de grande quantidade de fumaça. Depois de inalada, a fumaça é absorvida nos
alvéolos pulmonares, demorando aproximadamente 15 segundos para a droga ser absorvida,
causando sensação de euforia, agitação, sensação de prazer, irritabilidade,
alterações da percepção e do pensamento, assim como alterações cardiovasculares,
como taquicardia e tremores. Por ser facilmente absorvida, pode causar
dependência química mais rapidamente. Além desses efeitos físicos causados pelo
crack, há ainda a manifestação de doenças pulmonares, sintomas digestivos e
alterações na produção e captação de neurotransmissores, levando a prejuízo das
habilidades cognitivas (inteligência) envolvidas especialmente com a função
executiva e com a atenção, prejuízos à memória, e à concentração. O indivíduo
pode apresentar ainda transtorno bipolar e depressão, geralmente associadas ao
período de abstinência.
Mas não é
somente o corpo que é destruído pelo crack, os efeitos do uso contínuo da droga
para a vida social e familiar do usuário são devastadores. Tudo isso acaba por
fazer com que o individuo não sinta mais prazer no convívio familiar, não se
sinta mais capacitado para estudar ou trabalhar. Há ainda associação do uso do crack, com
outras drogas, resultando em episódios violentos – tanto executados quanto
sofridos pelos usuários desta droga.
Para combater o
uso e o vício em crack, o Governo Federal lançou o ‘Programa de Enfrentamento ao Crack – é possível vencer’, com
investimento previsto de R$ 4 bilhões de reais até 2014 e a promoção de ações
políticas públicas integradas em diversos setores como saúde, educação,
assistência social e segurança pública; com responsabilidade compartilhada entre
união, estados e municípios. O programa tem como pilares: a assistência social
fornecida pelo Sistema Único da Assistência Social, órgão vinculado ao
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e órgãos a ele vinculados,
tendo como foco preservar agravamentos nos casos de dependência, desenvolver a
autonomia individual do usuário, buscar alternativas para novos projetos de
vida e auxiliar as famílias envolvidas. A prevenção do problema por meio da
capacitação de professores e policiais militares educadores para explicar o
efeito das drogas nas escolas e a promoção de ações integradas entre as
policiais federais e estaduais no combate ao narcotráfico.
Para o
professor do Departamento de Saúde da Família da Faculdade de Medicina da UFBA,
Tarcisio Andrade, é um equívoco abordar o uso do crack como uma questão
específica, sob o risco de desvincular o problema do contexto em que está
inserido. Segundo ele, o problema tem que ser analisado sob uma perspectiva
socioeconômica, considerando que a maior parte dos usuários de crack é jovens
de 15 a 25 anos, fora do mercado de trabalho e sem nível educacional que lhes
garanta uma boa colocação nesse mercado, geralmente homens sem nenhuma
perspectiva concreta de futuro. “O erro
da política atual é não enxergar esse aspecto”, avalia. “Embora a mídia e a própria estrutura
capitalista o tempo inteiro digam que tudo é possível, isso não é verdade... há
essa falsa ideia de igualdade e essa população está excluída”, conclui o
professor.
DEBATE PARA A SALA DE AULA
Existe relação entre o consumo de drogas e o
desemprego entre jovens?
Quais são as consequências sociais do consumo de
crack?
Quais são as possíveis soluções para o
enfrentamento do vício ao tráfico?
Fontes:
Revista Poli - Saúde, Educação e
Trabalho,n°22, ano IV mar/abril,2012 – www.revista.epsjv.fiocruz.br.
AUTORIA: Arina S. Paixão
Licencianda
em Ciências Biológicas
Ótimas informações!!!
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