A comida é um elemento muito importante e que define a identidade regional,
a partir dela podemos ter ideia da cultura de determinado local e compreender
seus costumes. Por exemplo, as receitas podem percorrer muitas gerações e,
muitas vezes, se mantém intactas, carregando assim muitas histórias.
A culinária foi ganhando espaço e
pratos locais passaram a ser conhecidos por outras regiões e, assim, utilizados
como referência àquele local de onde foi originado. Esse processo levou-nos à
culinária e suas tradições como “comida típica”, e passou a ser item
fundamental no turismo, já que quando se pensa em visitar um local associamos
quase que instantaneamente a sua cozinha e seus pratos típicos. Graças a sua
importância, muitos países já possuem reconhecimento e proteção da culinária
pela UNESCO, sendo considerada como Patrimônio Cultural Imaterial.
Segundo a UNESCO (2003) “O Patrimônio
Cultural Imaterial ou Intangível compreende as expressões de vida e
tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo
recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes”.
A comida mexicana já está
inserida na lista de Patrimônio Imaterial da UNESCO, com sua culinária à base de
milho e com sabor picante, com pratos muito conhecidos, como os burritos,
nachos, guaca mole e os tacos.
Alguns outros países também têm
esse título, como a Itália, reconhecida por suas massas; a França, pela elegante
combinação de seus pratos; o Japão, com culinária a base de arroz e peixe,
dentre outros.
No Brasil, apesar de termos um
grande leque de comidas típicas, ainda não possuímos reconhecimento como
patrimônio imaterial.
Vale ressaltar que na maioria das
vezes a comida nos relembra laços familiares, como a comida materna, ou das
avós e tias. Basta lembrarmos de frases clássicas como “Nada como comida de
mãe” ou “O Bolo da vovó”, por exemplo. Temos essa referência pelo fato de que a
mulher ainda é quem mais tem contato com a alimentação, principalmente dos
filhos.
Nas gerações passadas o momento das refeições ficou bem marcado, quando as pessoas comiam comida caseira, feitas em casa, que possuíam um tempero familiar, receitas passadas por gerações de sua família, com características próprias.
Nas gerações passadas o momento das refeições ficou bem marcado, quando as pessoas comiam comida caseira, feitas em casa, que possuíam um tempero familiar, receitas passadas por gerações de sua família, com características próprias.
Atualmente esse tipo de
alimentação tem sido ameaçado. As pessoas andam mais ocupadas e, como cozinhar
demanda tempo, acabam optando por alimentos práticos e instantâneos, como lasanhas
industrializadas, macarrão instantâneo, e uma variedade de outros produtos. Diante
desse cenário, as indústrias alimentícias adotam formas de relacionar a imagem
de alimentação caseira aos seus produtos, para persuadir as pessoas na hora da
compra. As propagandas fazem o produto parecer caseiro e artesanal, nos
passando a imagem familiar de carinho e cuidado com a fabricação do produto e
incentivando ainda mais seu consumo. Comerciais trazem a ideia de sabor e emoção
ligada ao alimento, mostram imagens de familiares ao redor da mesa e grupos de
pessoas felizes ingerindo o produto oferecido.
Essa prática tem tomado cada vez
mais espaço, e aos poucos os “velhos costumes” culinários podem ser deixados de
lado. Uma família onde os pais não têm a oportunidade de se preocupar com a alimentação,
e a comida é, em grande parte, comprada para ser consumida rapidamente, não
terá o “legado culinário” para passar para seus filhos e netos. Provavelmente,
na alimentação destes também estarão presentes os alimentos práticos e, assim,
isso vai se perpetuando pelas gerações, enfraquecendo uma cultura tão rica e
importante: a da “comida caseira”, essencial para a identidade de um povo.
QUESTÃO
PARA DEBATE:
Você acha que a comida pode ser vista como um patrimônio cultural?
Você acha que a comida pode ser vista como um patrimônio cultural?
Refletindo
sobre seu tipo de alimentação, acha que poderia contribuir para o processo de
disseminação cultural da sua culinária familiar ou regional?
REFERENCIAS:
BARROCO, Lize. A importância da gastronomia como patrimônio cultural,
no turismo baiano. Disponível em: <http://www.obsturpr.ufpr.br/artigos/alimbeb1.pdf>
Acesso em: 22 de Abril de 2016.
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em: <http://www.envolverde.com.br/1-1-canais/bem-estar/comida-patrimonio-ameacado/>
Acesso em 22 de Abril de 2016.
TEIA ORGANICA. Comida, patrimônio ou negocio? Disponível em:
<http://teiaorganica.com.br/blog/comida-patrimonio-ou-negocio/>
Acesso em 23 de Abril de 2016.
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ou negocio?. Disponível em: <http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=606>
Acesso em 23 de Abril de 2016.
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lança exposição: Comida é patrimônio. Disponível em: <http://www.cfn.org.br/index.php/forum-lanca-exposicao-comida-e-patrimonio/>
Acesso em 23 de Abril de 2016.
DIAS, Juliana. OUTRAS PALAVRAS, Junho de 2015. Comida, patrimônio
ou negocio?. Disponível em: <http://outraspalavras.net/brasil/comida-patrimonio-ou-negocio/>
Acesso em 23 de Abril de 2016.
SIGA COM SAUDE, Fevereiro 2016. Alimentos
industrializados duram mais – Seus prejuízos também. Disponível em: <http://sigacomsaude.com.br/2016/02/alimentos-industrializados-duram-mais-seus-prejuizos-tambem/>
Acesso em: 13 de Abril de 2016.
NASHI, fonte UNESCO. Comida Japonesa, Patrimonio Cultural da
Humanidade. Disponivel em <http://www.restaurantenashi.com.br/comida-japonesa-patrimonio-cultural-da-humanidade/>
Acesso em 13 de Abril de 2016.
TERRA, Culinária mexicana é patrimônio cultural da
humanidade. Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo/turismo-de-negocios/cidade-do-mexico/culinaria-mexicana-e-patrimonio-cultural-da-humanidade,85f50bc99435b310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html>
Acesso em 13 de Abril de 2016.
DIAS, Juliana. MALAGUETA, Comida é Patrimônio. Disponível
em: <http://www.malaguetanews.com.br/destaques/comida-e-patrimonio>
Acesso em 13 de Abril de 2016
UNESCO, Patrimônio Cultural Imaterial. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-heritage/>
Acesso em: 25 de Abril de 2016.
AUTORIA:
Jacykaysla Pacheco da Silva - Bacharelado em Ciencias Biologicas/UFRJ - PIBEX