Em função da existência de padrões de beleza milhares
de mulheres e até mesmo homens vivem em busca do que se chama de belo. Um
desses padrões é o cabelo liso. Mas até onde vale a pena arriscar a saúde dos
fios? Afinal, nem sempre a moda foi ter cabelos lisos!
Nos
anos 40 a moda era ter cabelos ondulados, foi aí que surgiram novos produtos
químicos para fixar os cabelos e as técnicas de grampos e bobs para ondular. Nos
anos 70, que são associados ao movimento hippie, a moda era ter o cabelo
enorme, armado e mal cuidado, outra onda que pegou nesse tempo foi o “black
power”. Já nos anos 80, a moda era deixar o cabelo o mais armado e enrolado
possível, foi quando os permanentes fizeram a cabeça das mulheres até o final
dos anos 90, quando começa a surgir a moda do cabelo cada vez mais liso.
Para
alcançar o efeito liso dos cabelos, além de aparelhos como pranchas modeladoras,
secadores e escovas elétricas, que utilizam temperaturas elevadas para
modificar a estrutura da proteína do cabelo, existem produtos químicos, cuja
maioria tem como base o formol.
O FIO DE CABELOO cabelo é formado por 3 partes: i) cutícula –
parte externa, coberta por “escamas” bem pequenas e incolores, é ela quem sofre
com o ataque dos produtos químicos que usamos na lavagem ou tratamento dos
fios; ii) córtex - compõe 90% do peso do fio e dá cor ao cabelo, suas células
são preenchidas por queratina; iii) medula – fica no centro do fio e pode ser
descontínua ou estar ausente.
Veja um modelo virtual de cabelo crespo em:
http://www.hair-science.com/_int/_en/R3D/US/frise_index.htm
O
formol é um composto químico usado como base em produtos para alisamento dos
fios, ele permite a quebra de ligações químicas na estrutura da proteína dos
cabelos, são essas ligações que conferem ondulações ao fio. No entanto,
recentemente, foi descoberto que o formol é altamente prejudicial à saúde.
Dentre os inúmeros danos que ele pode causar vale a pena destacar as alergias,
queimaduras na pele, queda de cabelo e aumento do risco de desenvolvimento de
cânceres. Em vista disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) limitou
o uso do formol a ser usado apenas como conservante e em concentrações de até
0,2% (RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001). Mesmo com a restrição muitos
salões de beleza continuam aplicando produtos com concentrações de formol acima
do permitido. A ANVISA, bem como outros órgãos públicos de saúde, continua na
luta contra o uso indiscriminado do formol. Os salões de beleza que se
enquadram dentro da lei utilizam no lugar do formol produtos com substâncias
ativas específicas com propriedades alisantes como o ácido tioglicólico, o hidróxido
de sódio, o hidróxido de potássio, o hidróxido de cálcio, o hidróxido de lítio
e o hidróxido de guanidina alumínio, que são permitidos pela legislação
brasileira.
Na
luta contra a padronização da beleza imposta pela mídia e por grande parte da
sociedade, muitos coletivos de mulheres junto com salões especializados em
beleza afrodescendente têm feito campanha para o uso natural dos cabelos, sem
passar por nenhum processo químico ou físico que mude a estrutura do fio. Essas
campanhas atingem principalmente mulheres que possuem o cabelo naturalmente
crespo ou ondulado.
Portanto, antes de fazer ou não modificações no seu
cabelo esteja esclarecida sobre os efeitos dos produtos e os danos que eles
possam causar a sua saúde e a saúde dos seus fios.
Questões
para debate
Você concorda que a
mídia acaba impondo padrões de beleza na sociedade?
O que você acha do
alisamento dos fios?
O que você acha dos
coletivos de mulheres que lutam contra esse padrão de que todos deveriam ter
cabelo liso?
Referências
PERCIÍLIA, Eliene. "Origem da Chapinha". IN: Brasil Escola.
Disponível em .
Acesso em 04 de outubro de 2015.
FARIAS,
Naty. A moda dos cabelos durante o século XX e início do XXI. Disponível em:
<http://heyugogirl.com/2011/11/05/a-moda-dos-cabelos-durante-o-seculo-xx-e-inicio-do-xxi/>. Acesso
em 04 de outubro de 2015.
INCA. Formol ou formaldeído. Disponível em:
<http://www1.inca.gov.br/conteudo
_view.asp?ID=795>.
Acesso em 04 de outubro de 2015.
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