Glifosato é um
biocida utilizado para
controlar plantas daninhas em vários ambientes e para matar pragas, por
isso é considerado um agrotóxico. Biocida,
como o nome diz, mata tudo o que tem vida!
As pragas ou
plantas daninhas são elementos próprios e fundamentais à vida de determinados
biomas. Tornam-se resistentes com a utilização de biocidas, sendo então
necessário cada vez mais aumentar a dose para matar as pragas e plantas
daninhas. O glifosato tem um apelido, “mata-mato”!
Argumentos favoráveis:
O glifosato, chamado de N-(fosfonometil)
glicina, é um herbicida sistêmico e não seletivo. O glifosato foi extensivamente
avaliado em estudos sobre toxicidade para: mamíferos, ecotoxicidade e destino
ambiental. A avaliação serve para dar suporte aos registros que liberam o uso
do herbicida em vários países. O princípio ativo do produto foi também
investigado cientificamente por pesquisadores independentes para considerações
no âmbito da sua regulamentação. A conclusão unânime das principais agências
regulatórias de vários países e de especialistas da área é que o uso comercial
de glifosato não representa risco para o meio ambiente ou para humanos e
animais quando utilizado de acordo com o registro de uso e as recomendações
contidas na bula e no rótulo do produto.
Outro aspecto importante do glifosato é que este herbicida é
um dos principais responsáveis pela viabilização e pelo crescimento da área com
Plantio Direto no mundo e, em especial, no Brasil, o que tem um apelo ambiental
muito grande não apenas pelo perfil de segurança do glifosato, mencionado
acima, mas também por todos os benefícios advindos do uso dessa prática
conservacionista de manejo de solo.
O Plantio
Direto é um sistema de produção agrícola essencial para o uso sustentável do
solo, pois reduz ou elimina os problemas de erosão e empobrecimento de sua
fertilidade. Esse sistema de plantio reúne um conjunto de técnicas que visam
diminuir a excessiva movimentação que ocorre nos sistemas de plantio
convencionais e que tem impacto direto sobre a qualidade do solo. Através desta
prática, a semeadura é feita diretamente no solo não preparado, num sulco de
largura e profundidade suficientes apenas para cobrir a semente. Entretanto, o
Plantio Direto é técnica e economicamente inviável se as plantas daninhas e os
restos culturais da rotação de culturas não forem adequadamente controlados
através de herbicidas. Logo, o glifosato proporciona uma situação favorável à
maior adoção desse sistema de plantio e é o produto mais utilizado na
dessecação dos restos culturais deixados no campo como cobertura vegetal.
Figura 1 – Embalagem do Glifosato com informações de uso.
Argumentos contrários:
O glifosato é
uma molécula que foi sintetizada e que tem a capacidade de “sufocar” a planta
quando interrompe a produção de três aminoácidos, isto é, as proteínas que são
formadas ficam defeituosas, e as plantas acabam morrendo, pois não conseguem
sintetizar as proteínas adequadas (NODARI, 2012).
O anatomista e professor da Universidade Federal de
Pelotas, Althen T. Filho alerta que existem pesquisas realizadas em ratos que
mostraram que o Glifosato Roundup foi responsável pela desregulação hormonal e
diminuição significativa da produção de testosterona (hormônio sexual masculino),
corroborando efeitos tóxicos sobre o sistema reprodutivo endócrino. E, se ocorre em testículos, pode-se
inferir que os ovários sofram iguais efeitos, já que ambos têm a mesma origem
embriológica. Realço que as consequências para as mulheres são muito mais
terríveis, pois elas não renovam seus gametas que, uma vez agredidos ou
alterados, as gestações terão altíssima possibilidade de gerar problemas (morte
fetal, mal formações em fetos, etc.). Outros estudos já relacionaram o mesmo
produto ao câncer de próstata.
O pesquisador relembra que o DDT “veio para salvar a humanidade das pragas”
e afirma que acabou sendo responsável pela morte de muitos e ainda está
presente em todo o planeta. Para o pesquisador o DDT é um veneno que, de fato,
só serviu para enriquecer seus produtores. A mesmíssima coisa ocorre com o
glifosato, que não é biodegradável como mentiam as primeiras embalagens e
propagandas, e a empresa que comercializa o produto, a Monsanto, foi punida por
isto. (FILHO, 2011).
É
deixa um alerta: “É fundamental a
consciência de que estas substâncias são “químicos sintéticos”, ou seja, não
existiam na natureza e agora são jogados às toneladas sobre o planeta. Só a
China produz 800.000 ton/ano do veneno glifosato”.
Criança contaminada com
glifosato.
DEBATE EM SALA DE AULA:
Depois
destas informações a pergunta que não quer calar:
GLIFOSATO,
é bom ou não é?
Bibliografia:
Fonte Imagens:
Para
mais consultas:
2. Romano,
Renata Marino; Romano, Marco Aurélio, Oliveira; Cláudio Alvarenga. Arch
Toxicol, nº 84, pág. 09–317, 2010.
3. Romano,
R. M. et al. Chem. Res. Toxicol, nº 23, 1586–1595, 2010.
Vídeos:
"O mundo segundo
a Monsanto" (no YouTube)
Autora: Mariana Passos
Guimarães (Licencianda em Ciências Biológicas, UFRJ)