Para o professor-pesquisador da Escola Politécnica
de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz, André Búrigo, o código
florestal aprovado pela Presidência da República, implica em perda da
oportunidade de discutirmos um outro modelo de desenvolvimento para o campo
brasileiro. Para o professor André: “O Brasil é o país que concentra a maior
disponibilidade de terras férteis e aráveis e também a maior quantidade de água
doce. Esse debate do código florestal não cabe, portanto, a um grupo pequeno,
mas a toda a sociedade”, defende. Vejamos mais algumas opiniões:
“O código florestal pode ser mudado, mas sem
comprometer o equilíbrio e a sinergia existentes entre agricultura e meio
ambiente.” Deputado Federal Paulo Teixeira (PT-SP) e líder do partido
na Câmara.
“Tudo que a floresta proporciona vai desaparecer
para que ruralistas continuem enriquecendo à base da destruição.”
Ambientalista Márcio Astrini (Greenpeace).
A proposta de código florestal diminui de 30 para
15 metros a faixa de proteção dos rios e lagoas, pois amplia a possibilidade de
desmatamento, principalmente de áreas de mata ciliar. Anistia agricultores que
desmataram áreas de preservação ambiental. Em decorrência teremos a diminuição
dos habitats de espécies animais. O aumento da erosão do solo e o assoreamento
dos rios também passam a ser uma ameaça concreta. Em uma perspectiva
planetária, o novo código irá contribuir para o aquecimento global, pois o
desmatamento florestal diminuirá o seqüestro de gás carbônico da atmosfera,
realizado pelas árvores.
Outras opiniões indicam que o novo código soluciona
apenas o problema dos proprietários rurais:
“A imprensa está divulgando que o projeto “anistia
desmatadores”, mas isso é uma inverdade. O que há no projeto é um incentivo à
regularização ambiental de imóveis rurais. Aqueles proprietários tiverem
multas, mas os que decidirem regularizar seu imóvel recuperando as APPs e a
Reserva Legal terão a multa suspensa”.
“É provável que o Brasil receba mais de US$ 70
bilhões em 2010 em razão dos produtos agrícolas. (...) O agronegócio gera renda
para ser distribuída no Brasil. É um setor que merece respeito e admiração.” Prof.
Marcos F. Neves da FEA/USP.
Há quem apoie que a flexibilização do
código que trará benefícios econômicos e sociais, tais como maiores lucros e
produção de mais comida, para a mesa do brasileiro.
O DEBATE...
Analise
as vantagens e as desvantagens do novo código.
Qual o
nosso papel frente ao novo código florestal?
Fonte dos dados: Brasil de Fato, ano 9,nº442, agosto de 2011 e
Pesquisa e edição:
Jefferson Silva de Paulo (Licenciando em Biologia/UFRJ, Técnico em Meio Ambiente/IFRJ).
0 comentários:
Postar um comentário