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terça-feira, 23 de julho de 2013

AGRONEGÓCIO OU AGROECOLOGIA, QUAL O MELHOR CAMINHO A SEGUIR?

O agronegócio pretende se consolidar como uma ideia hegemônica. Desloca o caráter concentrador e predador do latifúndio para colocar no seu lugar a concepção de uma intensa produtividade, gerada por uma “moderna agricultura”. Os defensores do agronegócio afirmam que é ele o principal responsável pela totalidade da produção agropecuária (Canuto, 2004), sendo responsável por abastecer a população com alimentos.
O agronegócio delimita os sistemas integrados de produção de alimentos, fibras e biomassa, operando desde o melhoramento genético até o produto final, onde todos os agentes que se propõem a produzir matérias-primas agropecuárias devem se inserir, sejam eles camponeses ou pequenos donos de terra, fazendeiros ou assentados (Guimarães et al., 2010).
Para contrapor ao modelo de agricultura química, proposto pelo agronegócio, temos o resgate daquilo que os camponeses já desenvolvem desde tempos imemoriais como forma de produzir: a agroecologia (Guimarães, et al., 2010).
A agroecologia, que trabalha em prol da agricultura orgânica, “tem no trabalho familiar, nos conhecimentos locais e no respeito ao ambiente sua sustentação, sendo contrária ao agronegócio que tem na produção, circulação e consumo seus valores e que culminam na apropriação desigual da riqueza socialmente produzida, vem provando que os paradigmas das sociedades ditas “modernas” estão aflorando nas contradições e são elas os motores que giram as possibilidades das mudanças calcadas nas organizações camponesas, hoje representadas pelos movimentos sociais” (Guimarães, et al., 2010).

 A agricultura familiar e camponesa está presente em todas as grandes produções destinadas ao mercado interno ou à exportação: contribui com dois terços da produção de tubérculos e de leite, um terço da produção de soja, 20% de carne bovina e frutas. O fumo, a laranja, o cacau, a pimenta-do-reino são também produções camponesas no Brasil. A produção dos estabelecimentos onde o trabalho assalariado domina, isto é, o agronegócio, apenas ganha para a cana-de-açúcar, a soja, o arroz e a pecuária bovina (Schneider, 2003).







DEBATE PARA A SALA DE AULA:
  •  A charge é uma ilustração humorística com o objetivo de satirizar algum tema. A partir das charges de Latuff, o que se pode concluir?

·         A prática de agricultura familiar poderá suprir as necessidades alimentares do Brasil?

REFERÊNCIAS

1- CANUTO, A. Agronegócio: a modernização conservadora que gera exclusão pela produtividade. Revista Nera, ano 7, n. 5, agosto/dezembro, 2004.

2-      GUIMARÃES, R. R. & Mesquita, H. A. de. Agroecologia x agronegócio: crises e convivências. Espaço em Revista 2010, vol. 12 nº2 jul/dez. 2010.    

3- SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. RBCS, vol. 18 n. 51, fevereiro/2003.

FONTES PARA MAIS INFORMAÇÕES

  1. http://vozesdoverbo.blogspot.com.br/2013/05/agropecuaria-no-brasil-e-no-mundo_10.html;
  2. http://mpabrasiles.wordpress.com/2010/02/18/censo-agropecuario-confirma-agricultura-camponesa-e-a-principal-produtora-de-alimentos-do-pais/;

Autoria: Mariana Passos (Licencianda em Ciências Biológicas, UFRJ)

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