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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Beleza ou ditadura da magreza?

A adolescência é uma fase marcada por mudanças físicas, emocionais e comportamentais, com características bem definidas, como por exemplo, o fato do adolescente sentir constantemente que nada o atinge e que nada de mal pode acontecer com ele. Este comportamento faz com que muitas vezes o indivíduo e as pessoas ao seu redor acreditem que ele está saudável e que poucas doenças ocorrem nesta idade.
Mas esta crença não é verdadeira. Ser adolescente é o suficiente para estar sujeito a muitas doenças, e para algumas delas o adolescente é o alvo principal. Dentre as principais doenças que têm os adolescentes como vítimas estão os transtornos alimentares, especificamente a Anorexia e a Bulimia. E, ao contrário do que muitos pensam, estas doenças atingem adolescentes de ambos os sexos.

Anorexia e bulimia possuem características em comum, como a distorção da autoimagem e a obsessão em relação ao corpo que se reflete, em primeiro lugar, em mudanças na alimentação. Apesar da semelhança bem clara entre estas duas doenças, seus percursos e sintomas são extremamente diferentes. Enquanto a Anorexia Nervosa é marcada pela restrição alimentar e pela rápida e aparentemente inexplicável perda de peso, a Bulimia Nervosa é marcada por episódios de compulsão alimentar, seguidos de mecanismos de compensação, e por pequenas – e muitas vezes imperceptíveis – alterações de peso.
Fonte: plus.google.com
 
Ambos os transtornos são doenças graves que matam grande parte das pessoas atingidas. Muitos aspectos dificultam seu diagnóstico e o tratamento, o que faz com que quando o transtorno seja descoberto os danos físicos – que não são poucos – já sejam irreversíveis, ou que a recuperação da saúde do organismo como um todo seja impossível. Isso leva, na maioria das vezes, a morte por falência múltipla dos órgãos. Outro agravante é o fato do paciente não reconhecer que está doente, o que o leva a não buscar ajuda. Apesar da seriedade do assunto, este é um tema pouco falado e debatido com os adolescentes.
Ainda que seja elevada a participação de características genéticas e da personalidade do paciente no desenvolvimento dessas doenças a mídia é tida como um dos principais gatilhos dos transtornos alimentares. A imposição constante dos padrões de beleza, a ditadura da magreza e as dietas da moda são amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Como essa imposição constante pode alterar a visão do adolescente em relação ao seu próprio corpo? Como se comporta um adolescente que está “dentro dos padrões” perante um adolescente que não está? Qual a necessidade real de estar dentro desses “padrões”? Estar dentro dos padrões é sinônimo de felicidade?
Fonte: vocebem.com.br
Vale ressaltar ainda que, embora a preocupação com o corpo seja crescente ao longo do tempo entre os adolescentes, o mesmo não ocorre em relação a alimentação e a prática de atividade física. Embora se busque cada vez mais o “corpo perfeito”, a prática de exercícios físicos e a qualidade da alimentação vem decrescendo. Os jovens de hoje consomem menos frutas, verduras e legumes e mais açúcares, fast food e enlatados. Poucos jovens se exercitam com regularidade. O caminho que percorrem não conduz ao que parecem desejar.
Será que os adolescentes sabem o que estão comendo? Será que eles sabem o que compõe nossos músculos e órgãos, e em quais alimentos encontrar estes nutrientes? Sabem de todos os danos decorrentes de uma alimentação rica em açúcares? E sobre os benefícios da atividade física, tanto para o emocional quanto para o desenvolvimento físico?

QUESTÕES PARA O DEBATE
Beleza, magreza e saúde podem ser complementares?
É preciso ser magro/magra para ser bonito/bonita?

Autoria: Maria Carolina Pires de Andrade - Licencianda em Ciências Biológicas - Bolsista PIBEX


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