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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Menino ou Menina, o que vou ser quando crescer?


A escola é um espaço de socialização e de diversidade. No entanto, em muitos momentos, utiliza uma pedagogia de gênero baseada em atitudes sexistas, reforçando a desigualdade entre meninos e meninas. Tal atitude pode criar preconceito (COSTA, 2013) e reforçar estereótipos. Desde o ensino infantil ouvem-se professores e funcionários comentarem que turmas compostas por maioria de meninos, normalmente, são mais agitadas e violentas, sendo que as de meninas são mais calmas e mais fáceis de lidar.

Os estímulos à aprendizagem podem ser feitos de forma desigual. Por exemplo, direcionando as crianças a atividades físicas de acordo com o sexo, meninos para o futebol e meninas para o balé. O mesmo ocorre com as brincadeiras, meninas se relacionam com bonecas, enquanto meninos com carros e aviões. Quando as crianças fogem dessa regra, isto é, escapam ao padrão de comportamento, podem ser repreendidas ou castigadas.

Fonte Desconhecida

Com o crescimento este comportamento passa a ser cada vez mais avaliado e as críticas se amplificam, desde um olhar de reprovação até agressões verbais e físicas, que tentam por a prova o modo de agir dos jovens. Homens com muitas amizades femininas, normalmente, podem ser classificados de duas formas, ou têm comportamento promíscuo ou são homossexuais, não existindo assim, meio termo. Dessa forma, sofrem preconceitos em uma fase da vida em que passam por descobertas e formam a identidade.

Importante destacar que a marca de imposição de gêneros já começa na vida intrauterina, quando já nos primeiros meses de gravidez os pais fazem exames para detectar o sexo do bebê.
Segundo Simone de Beauvoir : “Não se nasce mulher: torna-se”. Segundo o dicionário Aurélio, gênero significa antropologicamente “A forma como se manifesta, social e culturalmente, a identidade sexual dos indivíduos”. Portanto, podemos afirmar que não nascemos com gênero definido, o definimos ao longo de nossa vida. Isto é, ser homem ou mulher não envolve apenas a biologia, mas também atitudes e comportamentos. Com base nisso, pode-se distinguir o sexo biológico, do gênero, social e culturalmente. Logo, gênero seria toda construção sociocultural que cada sociedade cria e afirma que são comportamentos classificados como adequados para homens e para mulheres. Quando você se comporta de acordo com as expectativas amplamente compartilhadas acerca de como homens e mulheres devem agir, você está adotando um papel de gênero.

fonte:http://www.vilamulher.com.br/familia/filhos/meninos-com-bonecas-meninas-com-bolas-32013.html

Estudos antropológicos mostram que cada cultura apresenta um significado do que vem a ser homem e mulher, em diferentes épocas históricas. Logo, o gênero vai depender de como a sociedade, num dado momento histórico, e em dada cultura, constroem imagens de como homens e mulheres devem ser (SCHENATO et al, 2012). Problematizar esta questão é fundamental para possibilitar a compreensão das múltiplas formas de relação dos gêneros e entre os gêneros e, deste modo, questionar a ideia de preconceito (COSTA, 2013).

Estereótipos sexuais e de gênero são construções socioculturais que limitam meninas e meninos de aprenderem as diferentes práticas corporais, brincadeiras e modos de agir. Não intervir no modo como vem sendo construída a educação de meninos e meninas, equivale a apoiar o modelo existente na produção e na reprodução de estereótipos e violência (COSTA,2013).



O Vídeo abaixo mostra que meninas também desejam ter brinquedos de meninos. Assistam e reflitam sobre o tema tratado:
http://www.youtube.com/watch?v=Sg4dhYlakJI
O Vídeo abaixo “Like a Girl” exemplifica o estereótipo: https://www.youtube.com/watch?v=aM-ZRggWTjw
Outro vídeo pra esquentar o debate:
“Ela nasceu menino e ele nasceu menina, hoje são um casal”


  Debate:
Em sua opinião deve haver diferença no tratamento entre meninos e meninas?
Como podemos respeitar a opinião de nossos colegas quanto a sua identidade de gênero e/ou orientação sexual?



Referências:
Schenato, Paulo R.; Corte, Michele D.; Dal Magro, Michele R. dos S.; Beltrami, Mônica; Taffarel, Sandra; Pegoraro, Silvana; Flor, Simone K. Gênero e sexualidade: a influencia dos meninos de comunicação na adolescência. Anais do I’ Seminário Diálogos sobre Gênero e Educação: Observando percursos, socializando aprendizagens. Bento Gonçalves – RS. 24 de Novembro de 2012.
Costa, Maria Regina. Gênero e Sexualidade. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do esporte (CONBRACE); V Congresso Internacional de Ciências do esporte (CONICE). Brasília – DF. 02 a 07 de Agosto de 2013.

Autoria:  
Cristiano Lira e Eloá Aragão (Licenciados em Ciências Biológicas – UFRJ) 


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