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quarta-feira, 22 de abril de 2015

CARNE SINTÉTICA: COMER OU NÃO COMER?



O cientista Mark Post, chefe do Departamento de Fisiologia da Universidade de Maastricht, na Holanda, desenvolveu o primeiro hambúrguer de laboratório, ou seja, com carne sintética. Em uma placa de petri, o laboratório utilizou no procedimento células tronco de vaca, para reproduzir tiras de tecido muscular do animal. De forma artificial, essas células foram nutridas com sangue e gordura, e o hambúrguer tão esperado, de 140 gramas, já foi apelidado de "frankenburger" e custou cerca de R$ 542 mil. 


Após uma longa espera, o hambúrguer foi preparado pelo chefe britânico Richard McGowan e provado pelo crítico gastronômico americano Josh Schonwald e pela nutricionista austríaca Hanni Ruetzler. Segundo os especialistas, o hambúrguer estava um pouco seco, faltou sal e pimenta, mas afirmaram que é carne de verdade.

Dentre os objetivos dessa pesquisa, não se incluía criar um produto para os vegetarianos, já que não acontece o abate de bovinos. Seu verdadeiro motivo é tentar diminuir o impacto ambiental, causado pelo desmatamento de florestas para transformação em áreas de criação de gado para o gênero alimentício, para suprir a demanda exigida pelo aumento da população mundial nos últimos tempos. Especula-se que entre 10 e 20 anos essa carne sintética já estará disponível no mercado.

Quando questionado sobre os possíveis riscos do consumo do produto artificial, o criador respondeu "O tecido criado é igual ao da carne, então não teria porque não ser seguro" e acrescentou "Nós provavelmente podemos fazer com que ele seja até mais seguro do que a carne comum".

A proposta de comer carne sintética não parece muito atraente, especialmente por ainda não sabermos como será o seu sabor ou textura, e muito menos se será realmente seguro consumir esse tipo de alimento.
Os pesquisadores dizem que a tecnologia poderia ser uma forma sustentável de suprir a crescente demanda por carne. Mas críticos da ideia dizem que comer menos carne seria o jeito mais fácil para compensar a já prevista falta de comida no mundo.
Para Tara Garnett, que é chefe da Food Policy Research Network (um centro de pesquisas da área de alimentos) da Universidade de Oxford, na Inglaterra, é necessário olhar além das soluções técnicas na área de segurança alimentar:
"Nós temos uma situação onde 1,4 bilhão de pessoas no mundo ficam obesas da noite para o dia e, ao mesmo tempo, um bilhão de pessoas no mundo todo vão para a cama com fome", ressalta. "Isso é simplesmente estranho e inaceitável. As soluções não se estabelecem na produção, mas na mudança dos sistemas de suprimento e acesso, com barateamento. E mais e melhores alimentos para pessoas que precisam deles", critica.     

A escritora especializada em alimentos, Sybil Kappor, diz que sentiria dificuldades em comer a carne de laboratório:


“Quanto mais longe você vai do normal, de uma dieta natural, mais corre riscos de saúde e outras questões", ressalta.
 O último levantamento da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas sobre o futuro da produção de alimentos, mostra o crescimento da demanda por carne na China e no Brasil - e o consumo só não cresce mais porque muitos indianos, por exemplo, mantêm a dieta amplamente vegetariana por costume cultural.
Assim, há o risco de que a carne produzida em laboratório seja uma aparente solução, cheia de problemas.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: 
  • Comer ou não comer carne sintética?

PARA SABER MAIS...

  1.   http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-cientistas-degustam-o-primeiro-hamb%C3%BArguer-de-laborat%C3%B3rio-do-mundo#ixzz3JQ5f3cdV 
PARA ESQUENTAR O DEBATE, ASSISTA AOS VÍDEOS:

processo de extração das células que dão origem à carne sintética


reportagem sobre o primeiro hambúrguer de laboratório

Autoria

Gabriela Ferreira Ramiro de Souza e Joselane Araujo
(licenciandas de ciências biológicas - UFRJ)


     

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