Get me outta here!

quinta-feira, 25 de abril de 2013


PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO AO CRACK, A DROGA LETAL.

O crack é uma droga obtida a partir da mistura da cocaína com bicarbonato de sódio e água.  Geralmente, é fumado com cachimbos improvisados, feitos de latas de alumínio e tubos de PVC, permitindo a inalação de grande quantidade de fumaça. Depois de inalada, a fumaça é absorvida nos alvéolos pulmonares, demorando aproximadamente 15 segundos para a droga ser absorvida, causando sensação de euforia, agitação, sensação de prazer, irritabilidade, alterações da percepção e do pensamento, assim como alterações cardiovasculares, como taquicardia e tremores. Por ser facilmente absorvida, pode causar dependência química mais rapidamente. Além desses efeitos físicos causados pelo crack, há ainda a manifestação de doenças pulmonares, sintomas digestivos e alterações na produção e captação de neurotransmissores, levando a prejuízo das habilidades cognitivas (inteligência) envolvidas especialmente com a função executiva e com a atenção, prejuízos à memória, e à concentração. O indivíduo pode apresentar ainda transtorno bipolar e depressão, geralmente associadas ao período de abstinência.
Mas não é somente o corpo que é destruído pelo crack, os efeitos do uso contínuo da droga para a vida social e familiar do usuário são devastadores. Tudo isso acaba por fazer com que o individuo não sinta mais prazer no convívio familiar, não se sinta mais capacitado para estudar ou trabalhar.  Há ainda associação do uso do crack, com outras drogas, resultando em episódios violentos – tanto executados quanto sofridos pelos usuários desta droga.
Para combater o uso e o vício em crack, o Governo Federal lançou o ‘Programa de Enfrentamento ao Crack – é possível vencer’, com investimento previsto de R$ 4 bilhões de reais até 2014 e a promoção de ações políticas públicas integradas em diversos setores como saúde, educação, assistência social e segurança pública; com responsabilidade compartilhada entre união, estados e municípios. O programa tem como pilares: a assistência social fornecida pelo Sistema Único da Assistência Social, órgão vinculado ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e órgãos a ele vinculados, tendo como foco preservar agravamentos nos casos de dependência, desenvolver a autonomia individual do usuário, buscar alternativas para novos projetos de vida e auxiliar as famílias envolvidas. A prevenção do problema por meio da capacitação de professores e policiais militares educadores para explicar o efeito das drogas nas escolas e a promoção de ações integradas entre as policiais federais e estaduais no combate ao narcotráfico.
Para o professor do Departamento de Saúde da Família da Faculdade de Medicina da UFBA, Tarcisio Andrade, é um equívoco abordar o uso do crack como uma questão específica, sob o risco de desvincular o problema do contexto em que está inserido. Segundo ele, o problema tem que ser analisado sob uma perspectiva socioeconômica, considerando que a maior parte dos usuários de crack é jovens de 15 a 25 anos, fora do mercado de trabalho e sem nível educacional que lhes garanta uma boa colocação nesse mercado, geralmente homens sem nenhuma perspectiva concreta de futuro. “O erro da política atual é não enxergar esse aspecto”, avalia. “Embora a mídia e a própria estrutura capitalista o tempo inteiro digam que tudo é possível, isso não é verdade... há essa falsa ideia de igualdade e essa população está excluída”, conclui o professor.


 


 . 
DEBATE PARA A SALA DE AULA

*      Existe relação entre o consumo de drogas e o desemprego entre jovens?
*      Quais são as consequências sociais do consumo de crack?
*      Quais são as possíveis soluções para o enfrentamento do vício ao tráfico? 

  

Fontes:
Revista Poli - Saúde, Educação e Trabalho,n°22, ano IV mar/abril,2012 – www.revista.epsjv.fiocruz.br.

AUTORIA: Arina S. Paixão
                                                                      Licencianda em Ciências Biológicas 

Um comentário: