Get me outta here!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

CABELOS NA MODA OU SAÚDE, O QUE VOCÊ VAI PREFERIR?


Em função da existência de padrões de beleza milhares de mulheres e até mesmo homens vivem em busca do que se chama de belo. Um desses padrões é o cabelo liso. Mas até onde vale a pena arriscar a saúde dos fios? Afinal, nem sempre a moda foi ter cabelos lisos!

Nos anos 40 a moda era ter cabelos ondulados, foi aí que surgiram novos produtos químicos para fixar os cabelos e as técnicas de grampos e bobs para ondular. Nos anos 70, que são associados ao movimento hippie, a moda era ter o cabelo enorme, armado e mal cuidado, outra onda que pegou nesse tempo foi o “black power”. Já nos anos 80, a moda era deixar o cabelo o mais armado e enrolado possível, foi quando os permanentes fizeram a cabeça das mulheres até o final dos anos 90, quando começa a surgir a moda do cabelo cada vez mais liso.

Para alcançar o efeito liso dos cabelos, além de aparelhos como pranchas modeladoras, secadores e escovas elétricas, que utilizam temperaturas elevadas para modificar a estrutura da proteína do cabelo, existem produtos químicos, cuja maioria tem como base o formol.

O FIO DE CABELOO cabelo é formado por 3 partes: i) cutícula – parte externa, coberta por “escamas” bem pequenas e incolores, é ela quem sofre com o ataque dos produtos químicos que usamos na lavagem ou tratamento dos fios; ii) córtex - compõe 90% do peso do fio e dá cor ao cabelo, suas células são preenchidas por queratina; iii) medula – fica no centro do fio e pode ser descontínua ou estar ausente.
Veja um modelo virtual de cabelo crespo em:
http://www.hair-science.com/_int/_en/R3D/US/frise_index.htm

O formol é um composto químico usado como base em produtos para alisamento dos fios, ele permite a quebra de ligações químicas na estrutura da proteína dos cabelos, são essas ligações que conferem ondulações ao fio. No entanto, recentemente, foi descoberto que o formol é altamente prejudicial à saúde. Dentre os inúmeros danos que ele pode causar vale a pena destacar as alergias, queimaduras na pele, queda de cabelo e aumento do risco de desenvolvimento de cânceres. Em vista disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) limitou o uso do formol a ser usado apenas como conservante e em concentrações de até 0,2% (RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001). Mesmo com a restrição muitos salões de beleza continuam aplicando produtos com concentrações de formol acima do permitido. A ANVISA, bem como outros órgãos públicos de saúde, continua na luta contra o uso indiscriminado do formol. Os salões de beleza que se enquadram dentro da lei utilizam no lugar do formol produtos com substâncias ativas específicas com propriedades alisantes como o ácido tioglicólico, o hidróxido de sódio, o hidróxido de potássio, o hidróxido de cálcio, o hidróxido de lítio e o hidróxido de guanidina alumínio, que são permitidos pela legislação brasileira.
Na luta contra a padronização da beleza imposta pela mídia e por grande parte da sociedade, muitos coletivos de mulheres junto com salões especializados em beleza afrodescendente têm feito campanha para o uso natural dos cabelos, sem passar por nenhum processo químico ou físico que mude a estrutura do fio. Essas campanhas atingem principalmente mulheres que possuem o cabelo naturalmente crespo ou ondulado.
            Portanto, antes de fazer ou não modificações no seu cabelo esteja esclarecida sobre os efeitos dos produtos e os danos que eles possam causar a sua saúde e a saúde dos seus fios.


Questões para debate
Você concorda que a mídia acaba impondo padrões de beleza na sociedade?
O que você acha do alisamento dos fios?
O que você acha dos coletivos de mulheres que lutam contra esse padrão de que todos deveriam ter cabelo liso?

Referências
PERCIÍLIA, Eliene. "Origem da Chapinha". IN: Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 04 de outubro de 2015.
FARIAS, Naty. A moda dos cabelos durante o século XX e início do XXI. Disponível em: <http://heyugogirl.com/2011/11/05/a-moda-dos-cabelos-durante-o-seculo-xx-e-inicio-do-xxi/>. Acesso em 04 de outubro de 2015.
INCA. Formol ou formaldeído. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/conteudo _view.asp?ID=795>. Acesso em 04 de outubro de 2015.


Autoria
 Marcella Teixeira (Licencianda em Ciências Biológicas, UFRJ).


 

0 comentários:

Postar um comentário