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segunda-feira, 18 de maio de 2015

METAIS PESADOS NO ARROZ DE CADA DIA?


Os metais pesados podem afetar a saúde humana, seja por meio de sua absorção através de alimentos que os absorveram durante o cultivo ou pela ingestão. O contato ou ingestão de metais pesados, como o arsênio, selênio, ferro, zinco, cádmio, níquel e mercúrio é muito comum e passa de forma “desapercebida” pela maioria das pessoas. A ingestão de alimentos com grandes quantidades desses metais pesados pode gerar seu acúmulo em nosso organismo, causando várias doenças. Boa quantidade desses metais pode ser eliminada com a prática de exercícios físicos e com o consumo de alimentos detoxicantes. Entretanto, nem todo mundo sabe que está ingerindo alimentos com metais pesados, porque, por exemplo, no caso do arsênio (inorgânico ou orgânico), não há nenhum sinal de sua presença nos alimentos, afinal, os compostos de arsênio são pós brancos ou incolores, sem nenhum gosto ou odor específicos. Dada a quantidade diminuta requerida para produzir um efeito letal, a ausência de sinais de alerta tornam estas substâncias muito perigosas!


Dentre os alimentos mais consumidos pela humanidade está o arroz, seja na forma de cereal de arroz orgânico para bebês, cereais derivados do arroz para o café da manhã, na forma de mingau, farinha láctea e cereal, ou no tradicional arroz branco acompanhado de feijão nos pratos brasileiros. De uma forma ou de outra nós consumimos o arroz. Testes feitos pelo Consumer Reports (em português Relatórios do Consumidor) indicam arsênio em níveis muitos preocupantes nos alimentos encontrados nos supermercados, além de outros metais pesados em níveis menores. 

Seguindo em suas investigações, na qual encontraram arsênio em sucos de maça e de uva, a Consumer Reports testou mais que 200 amostras de uma série de produtos de arroz. Dentre elas marcas famosas, produtos orgânicos e produtos convencionais. Em praticamente todos os produtos testados, eles encontraram quantidades mensuráveis de arsênio em suas duas formas. Encontraram níveis significativos de arsênio inorgânico em quase todas as categorias de produtos, juntamente com arsênio orgânico, que é menos tóxico, mas ainda preocupante. Além disso, os alimentos que foram verificados são consumidos por adultos e crianças.
Embora o arroz não seja a única fonte alimentar de arsênio, alguns legumes, frutas e mesmo a água pode abrigá-lo. A  Environmental Protection Agency  (Agência de Proteção Ambiental) assume que não, na verdade, nenhum nível "seguro" de exposição no arsênico orgânico.
Embora o arroz integral tenha mais vantagens nutricionais sobre o arroz branco, não é surpreendente que poderia ter níveis mais elevados de arsênio, pois este se concentra nas camadas internas do grão. O processo de polimento do arroz para produzir o arroz branco remove as camadas superficiais, reduzindo ligeiramente o total de arsênio e arsênio inorgânico no grão.
No arroz integral, apenas a casca é removida. As concentrações de arsênio encontradas no farelo, que são removidas durante o processo de moagem para produzir o arroz branco, podem ser de 10 a 20 vezes superiores aos níveis encontrados em grãos de arroz a granel.
Segundo Allan Smith, professor Ph.D. em epidemiologia na Universidade da
Califórnia: 
“Nós já sabemos que altas concentrações de arsênio na água potável, provenientes de substâncias tóxicas expostas no ambiente, resultam nos mais elevados riscos de doenças. Portanto, não devemos esperar por anos até que tenhamos resultados de estudos epidemiológicos em baixa ingestão de arsênio, tal como no consumo de arroz, para tomar as medidas necessárias”.
Os estudos do Dr. Allan sobre as concentrações de arsênio nas águas públicas no Chile e na Argentina ajudaram a mostrar que ela provoca câncer de pulmão e de bexiga e outras doenças.
Segundo Lundberg, da “Lundberg Family Farms”, na Califórnia:
“Estamos empenhados em fornecer alimentos seguros, para realmente ouvir os nossos consumidores, e para lidar com este problema muito abertamente, fazendo a investigação necessária para avaliar quais são realmente os riscos. Esse é o único caminho a percorrer".
Dentre os metais pesados, As (arsênio) e Se (selênio) são elementos ainda pouco estudados no mundo e, principalmente, no Brasil onde, apesar dos potenciais problemas que estes metais podem causar, existe um limitado número de trabalhos científicos envolvendo-os.
A Organização da Agricultura e Alimento e a Organização Mundial de Saúde (FAO/WHO) estabeleceram o As como um elemento cuja presença não controlada em alimentos poderia ser potencialmente tóxica e fixaram o limite máximo de ingestão aceitável em 2,1 mg de kg-1 (2,1mg a cada quilo da pessoa). O nível máximo permissível de As em açúcar refinado estabelecido pela legislação brasileira é de 1 mg kg-1 (1mg a cada quilo da pessoa).

Abaixo você encontra uma tabela com a relação de alguns produtos analisados e com o nível de arsênio total encontrado.


Questões para debate:
Veja a tabela abaixo e reflita se você ingere com menor ou maior quantidade os alimentos da tabela. Calcule a quantidade ingerida e compare com o permitido.
O que você pensa: existe um “nível seguro” de consumo de produtos com arsênio?


BIBLIOGRAFIA:


NEVES, Serrano. O arsênio afeta a saúde humana. Alerta Paracatu. Disponível em:<http://alertaparacatu.blogspot.com.br/2008/01/o-arsnio-afeta-sade-humana.html>. Acesso em: 06 mai 2015.

TOBAJA, Daniela Mendes. Metais pesados e seus impactos na saúde. Disponível em:<http://www.anutricionista.com/metais-pesados-e-seus-impactos-na-saude.html>.Acesso em: 06 mai 2015

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Disponível em:<<http://www.mma.gov.br/ port/conama/processos/CB5F6214/LODOMETAL.pdf>>.Acesso em: 06 mai 2015.
Alimentação Detoxicante. Bem viver nutrição para a vida. 5 de jul de 2011. Disponível em:<http://nutricionistatainaragobetti.blogspot.com.br/2011/07/alimentacao-detoxicante.html.Acesso em: 17 mai 2015

Para mais detalhes acesse: ConsumerReports.org/cro/arsenicinfood.

 Autoria:

Carlos Victor Dourado Batista - Bacharelando em Ciências Biológicas
Instituto de Biologia - UFRJ

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