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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Absorção de água pelas plantas é unidirecional e exclusivamente pela raiz. SERÁ VERDADE?

Ao longo da história da humanidade, através de conhecimentos empíricos ou de simples observações, percebeu-se que a absorção de água pelos vegetais ocorre de forma mais constante e efetiva pelas raízes. No ano de 1986 alguns cientistas, dentre eles, Shwevrols, lança um livro em que revisa os principais processos dentro do tema “ Aspectos de transporte de água e soluto nas plantas” onde evidencia a forte tendência a se pensar numa maneira unidirecional e exclusiva de absorção. Segundo a visão mantida e defendida nos livros didáticos, a constante transpiração nas folhas exerce uma força de sucção no interior dos vasos condutores, como alguém que bebe líquido por um canudo, fazendo a água subir até as folhas, enquanto mais água é retirada do solo.
Mas, seria essa uma ideia definitiva?
Folhas de Drimys brasiliensis (casca-de-anta)

Pesquisas realizadas por Rafael Oliveira, publicadas na Revista New Phisiologist, levam a contrapor essa ideia sobre o transporte unidirecional de água nas plantas. Segundo esse ecólogo, algumas plantas como Drimys brasiliensis, popularmente chamada de casca-de-anta, comuns nas matas da Serra da Mantiqueira, têm capacidade de absorver a água pela superfície da folha. Isto seria possível devido a um rearranjo da cutícula, isto é, da película que recobre as folhas que, assim, permitiria a entrada de água. Esse aumento da permeabilidade ocorre mais comumente quando as folhas estão expostas a ambientes mais úmidos.
Então, estariam certos os criadores de plantas, preocupados em tratá-las da melhor forma possível, quando regam-nas por completo para que absorvam mais água?
            Em um contexto ambiental de mudanças climáticas, de necessidade de preservação das florestas e de crédito de carbono é importante se pensar nas respostas fisiológicas das plantas às alterações nos seus ambientes naturais, principalmente as causadas pelo homem.

DEBATE PARA A SALA DE AULA:

1. Qual das duas formas de absorção de água parece mais aceitável e por quê?
2.  No cenário de mudanças climáticas poderemos ter maior quantidade de chuvas fortes e com maior frequência. Qual a importância dessa descoberta cientifica neste contexto?

Fonte: ZOLNERKEVIC, IGOR. Revista Pesquisa FAPESP. Caminho inverso. Edição 208, Junho de 2013. Disponível no site<http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/05/caminho-inverso/>.

AUTORA: 
Adrielle Carvalho da C. de Assis
  (Licencianda do curso de Ciências Biológicas/UFRJ)

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